Flavia Grando
Eu gosto de sossego. Não só o sossego de uma rede na varanda, mas a calma e a paz de uma mente tranquila. Sem remorsos ou peso na consciência. Gosto do sossego de noites bem dormidas e de manhãs acolhidas com amor. Gosto de minha alma assim, quieta, serena e grata.
Vire a página. Se está difícil, rasgue fora, jogue o livro inteiro, queime se for necessário. Mas faça o favor de andar pra frente. O tempo não para e a vida pede urgência.
Eu e o tempo não nos entendemos muito bem. Sou imediatista demais, e ele insiste em ser futuro. Não conjugo o verbo esperar. "Esperança", não me veste. Talvez por isso eu ame tanto o por do sol. Aquele momento em que a noite ainda não se fez e o dia calmamente se fecha. É a fresta no ciclo onde o ontem e o amanhã escorrem juntos, e nesse lampejo, vislumbro o hoje em toda a sua plenitude.
Sim, eu posso ser um pouco introvertida, e não, eu não sou tímida, como também não sou antissocial. É que eu, meio que, prefiro apenas escutar e observar. Não, eu não consigo escutar por muito tempo essas conversas da boca pra fora. mas garanto que falaria por horas sobre a vida. Eu preferiria ficar em casa, com um ou dois amigos do que estar no meio de uma multidão de estranhos. Sou uma pessoa mais reservada do que as outras. Se eu der abertura pra você em minha vida, significa que você é muito especial. Significa que você de alguma forma faz diferença nela, nas minhas horas, no meu dia.
- Flavia Grando
Tinha tanta coisa para dizer, mas já havia sido dito tanto.
Já não cabiam mais palavras.
Restava somente o absoluto silêncio, que tudo fala e tudo cala.
A vida é uma grande permuta; dar e receber.
Por isso não se zangue com meu silêncio, só estou retribuindo o que me destes