Fiódor Dostoiévski

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"Se está com medo dos lobos, não entre na floresta!"

"Mas naquele momento minha alma estava à mercê de um desespero tenebroso: eu me afundava, eu mesmo me afundava, então quem é que eu poderia salvar?"

— Duas Narrativas Fantásticas

O homem, esse sujo, se acostuma com tudo.

Os grandes pensamentos originam-se mais de um grande sentimento do que de uma grande inteligência.

Sim, amava-me por ódio; e este amor é o mais forte...

Se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, e se realmente ficasse estabelecido que a verdade está fora de Cristo, eu preferiria Cristo à verdade.

Ocorreu-me certa vez o pensamento de que se alguém quisesse arruinar e destruir totalmente um homem [...] bastaria obrigá-lo a dedicar-se a um trabalho absolutamente desprovido de utilidade e sentido.

O amor em ação é algo árduo e espantoso se comparado ao amor nos sonhos.

O mistério da existência humana não está apenas em permanecer vivo, mas em encontrar algo pelo qual viver.

Fiódor Dostoiévski
Os Irmãos Karamázov, São Paulo: Editora 34, 2008.

⁠Não consigo calar-me, quando quem fala cá dentro de mim é o coração.

(Noites Brancas)

⁠Se não existe a imortalidade da alma, então não existe tampouco a virtude, logo, tudo é permitido.

Fiódor Dostoiévski
DOSTOIÉVSKI, F. Os Irmãos. Karamázov. São Paulo: Abril Cultural, 1970.

⁠Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento.

⁠De fato o homem inventou Deus. Mas isso não é o estranho, e não é a verdadeira existência de Deus que seria um milagre, mas sim que essa ideia - a ideia da necessidade de Deus - tenha podido surgir no cérebro de um animal tão feroz e mau quanto o homem...

Fiódor Dostoiévski
Os Irmãos Karamázov, São Paulo: 34, 2008.
Inserida por MarcioAAC

⁠Dor e sofrimento são sempre inevitáveis à grande inteligência e ao coração profundo.

⁠Pendure o seu mérito, não busco a aprovação de ninguém.

⁠Cem coelhos nunca fizeram um cavalo, como cem presunções não fazem uma prova.

Fiódor Dostoiévski
Crime e Castigo. São Paulo: Jardim dos Livros, 2020.

Naquele instante eu também a amava de maneira alguma a odiava, no entanto acontecia o que sempre acontece: a pessoa que a gente mais ama é a primeira que a gente ofende.

Fiódor Dostoiévski
O adolescente. São Paulo: Editora 34, 2015.

⁠"Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela ignorância, pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade do tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia." (O Adolescente).

⁠Como passam rápido os anos! E a gente volta a perguntar a si mesmo: Que fizeste de teus anos? Onde enterrastes o teu tempo? Viveste ao menos? Ou não?

Fiódor Dostoiévski
Noites brancas. São Paulo: Editora 34, 2009.

⁠É melhor uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?

Fiódor Dostoiévski
Notas do subsolo. Porto Alegre: L&PM, 2011.

⁠Não há nada de mais vexatório que ser, por exemplo, rico, de boa família, de aspecto distinto, passavelmente instruído, nada tolo, até mesmo bom, e não ter, entretanto, nenhum talento, nenhum traço pessoal, nenhuma singularidade mesmo, nada pensar de seu; enfim, ser positivamente como todo mundo.

Fiódor Dostoiévski
O Idiota. São Paulo: Martin Claret, 2015.

⁠Acontece às vezes encontrarmos pessoas desconhecidas por quem nos interessamos à primeira vista, antes mesmo de termos trocado com elas uma palavra.

Fiódor Dostoiévski
Crime e Castigo. São Paulo: Martin Claret, 2007.

⁠O que os homens mais temem acima de tudo? O que for capaz de mudar-lhes os hábitos.

Fiódor Dostoiévski
Crime e Castigo. São Paulo: Jardim dos Livros, 2020.

Sobretudo não minta ao senhor mesmo. Aquele que mente a si mesmo e escuta sua própria mentira vai ao ponto de não mais distinguir a verdade, nem em si, nem em torno de si; perde pois o respeito de si e dos outros. Não respeitando ninguém, deixa de amar; e para se ocupar, e para se distrair, na ausência de amor, entrega-se às paixões e aos gozos grosseiros; chega até a bestialidade em seus vícios, e tudo isso provém da mentira contínua a si mesmo e aos outros. Aquele que mente a si mesmo pode ser o primeiro a ofender-se. É por vezes bastante agradável ofender a si mesmo, não é verdade? Um indivíduo sabe que ninguém o ofendeu, mas que ele mesmo forjou uma ofensa e mente para embelezar, enegrecendo de propósito o quadro, que se ligou a uma palavra e fez dum montículo uma montanha — ele próprio o sabe, portanto é o primeiro a ofender-se, até o prazer, até experimentar uma grande satisfação, e por isso mesmo chega ao verdadeiro ódio.

Fiódor Dostoiévski
Os Irmãos Karamazov. São Paulo: Abril Cultura, 1970.
Inserida por MarcioAAC

⁠A literatura é, por assim dizer, uma pintura e um espelho; um espelho das paixões e de todos os nossos sentimentos; é, ao mesmo tempo, instrução e lição edificante; é crítica e um importante documento humano.

Inserida por usuario655120