Fernando Vieira Filho
Espiritismo e a Psicanálise
O espiritismo e a psicanálise têm um ponto de convergência importante: ambos concordam que é essencial investigar as causas ocultas dos transtornos ou doenças mentais. Na psicanálise, essas causas estão reprimidas no inconsciente, gerando sintomas. Já no espiritismo, as causas são questões espirituais, não ou mal resolvidas, desta ou de vidas passadas.
A reencarnação é um dos princípios básicos da Doutrina Espírita e examina conteúdos inconscientes, criando assim um ponto comum com a psicanálise. Acredito que a utilização do método de estudo do inconsciente, proposto por Freud, sob a perspectiva da reencarnação e à luz da Doutrina Espírita, pode resultar em um tratamento psicoterapêutico mais rápido e eficaz.
Essa abordagem é defendida pelo Dr. Inácio Ferreira¹ em seus livros "Psiquiatria em Face da Reencarnação" e "Novos Rumos à Medicina", volumes 1 e 2, assim como no livro do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, "Loucura sob Novo Prisma".
¹Dr. Inácio Ferreira (1904-1988), psiquiatra e diretor clínico do Sanatório Espirita de Uberaba de 1933 a 1988.
Gerenciando Nossa Energia
Uma noite bem dormida é uma fonte poderosa de energia. Quando acordamos, estamos cheios de energia que deve ser utilizada ao longo daquele dia. Para isso, é crucial "ajustar" nosso cérebro para o estado temporal presente (o aqui e agora).
Grande parte da humanidade tem dificuldade em viver o presente e acaba desperdiçando sua energia diária no passado ou no futuro, o que pode gerar doenças ligadas a esses estados temporais. A doença do passado é a depressão, e a do futuro é a ansiedade. Ambas desencadeiam uma série de reações neuroquímicas prejudiciais ao nosso corpo. Já a doença do presente é a procrastinação. Nosso cérebro adora uma zona de conforto e, se não tomarmos cuidado, ficamos presos nela, adiando continuamente o que poderia ser feito hoje.
Portanto, a energia com a qual acordamos deve ser utilizada no próprio dia, pois ela só serve para hoje. Algumas pessoas tentam "guardar" essa energia para o amanhã, para depois de amanhã... e a vida passa, e nada é realizado.
Nos Braços do Divino Mestre
Quando enfrentamos um momento difícil e dramático em nossas vidas, em que todas as alternativas se esgotam, e não há mais como contornar, retroceder ou evitar a adversidade, somos compelidos a seguir em frente. É nesse exato instante, quando todas as nossas forças parecem insuficientes, que devemos nos voltar a Jesus, com serenidade e fé.
Em situações extremas, onde nossas próprias capacidades se revelam limitadas, o Divino Mestre intervém. Ele dissipa as trevas, acalma as tormentas, silencia o desespero e pacifica a nossa mente. No íntimo de nossa alma, Sua Voz suave e firme nos orienta: "Siga adiante! Avante! Avante!"
Esteja Atento a Seus Amigos
A escolha cuidadosa das amizades é um aspecto que influencia diretamente nossas vidas. Amizades têm um papel crucial em nossa felicidade e bem-estar, mas é importante lembrar que grandes traições muitas vezes vêm das pessoas mais próximas. A traição raramente parte dos inimigos ou adversários, pois com eles estamos sempre em alerta.
Já com os amigos, familiares e aqueles com quem temos algum vínculo afetivo – como cônjuges, filhos, pais, irmãos – nossa vigilância costuma baixar devido ao envolvimento emocional. Isso nos torna mais vulneráveis a decepções, pois nossas expectativas são maiores.
Por isso, é essencial manter a consciência de que estamos lidando com seres humanos falíveis e inconstantes. Evite criar expectativas exageradas e apego em qualquer relacionamento que envolva o amor. Esteja preparado para lidar com frustrações, críticas e inevitáveis desilusões.
Agradeça a Deus pelos amigos verdadeiros, equilibrados e que te amam pelo que você é, sem interesse, apenas pelo valor que você tem em suas vidas.
EMOÇÃO E SENTIMENTO: QUAL A DIFERENÇA?
Entender a diferença entre sentimentos e emoções é essencial para compreender o comportamento humano e suas motivações. Sentimentos são conceitos abstratos, enquanto as emoções são a manifestação física desses sentimentos. Por exemplo, podemos falar sobre raiva sem senti-la, pois o sentimento é subjetivo e abstrato. Já a emoção ocorre quando sentimos essa raiva de forma intensa, acompanhada de reações fisiológicas.
Quando um sentimento impacta o corpo, ele se transforma em emoção, alterando hormônios, a circulação sanguínea e até causando tensão muscular. Músculos contraídos são frequentemente sinais de tensões emocionais.
Se a emoção for muito intensa, como uma raiva descontrolada, a pessoa pode agir impulsivamente, de maneira que normalmente não faria. Essas reações corporais podem durar alguns minutos, durante os quais é prudente evitar decisões, já que o bom senso e a capacidade de raciocínio podem estar comprometidos.
Emoções negativas prolongadas podem desencadear transtornos mentais, como depressão, doenças psicossomáticas, incluindo condições autoimunes, e prejudicar os relacionamentos sociais. Por outro lado, emoções positivas têm o efeito contrário, promovendo saúde, bem-estar e o desenvolvimento integral da pessoa.
POR QUE OS EMOCIONALMENTE SAUDÁVEIS ESCOLHEM A SOLITUDE
Muitas pessoas nos perguntam o que significa ser emocionalmente saudável e equilibrado. Em nossa trajetória profissional, percebemos que pessoas emocionalmente saudáveis tendem a ter menos amigos. Elas são seletivas, valorizam seus limites e apreciam a própria companhia. Preferem a solitude, que, ao contrário da solidão, carrega sentimentos positivos e fortalece a autoconfiança e o amor próprio.
Muitas vezes, confundimos estar sozinhos com solidão. Mas a solidão não é um vazio a ser preenchido, e sim um espaço para o crescimento. Ela reflete nossa essência e, no silêncio que surge quando o ruído do mundo cessa, confrontamos partes de nós que se perdem na presença constante dos outros. Esses momentos são fundamentais para compreendermos quem realmente somos. É importante lembrar que podemos nos sentir sozinhos mesmo cercados por pessoas.
Não precisamos de muitos ao nosso redor, apenas de poucos que nos valorizem pelo que somos, e não pelo que oferecemos. Esses amigos verdadeiros podem não ser da mesma família, religião ou país, mas seu vínculo é autêntico e significativo.
Assim, mais importante do que quem nos acompanha nas alegrias das conquistas sociais é quem permanece ao nosso lado nos momentos de tristeza, dor e provação.