Fernando Reis Luís

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Os olhos sempre serão traidores
Quando se trata de guardar
Segredos do coração

Inserida por fernando_r_luis

Os morcegos na noite
Imitam os pássaros
Mas não enganam as corujas

No jogo de xadrez
O cheque-mate poderá ser do peão
Mas a vitória será sempre do seu rei

Inserida por fernando_r_luis

O bronze que molda um herói
Poderá voltar a ser fundido
Para fazer novo herói

Inserida por fernando_r_luis

As escadarias das torres
São sempre mais íngremes
Nos degraus do topo

Inserida por fernando_r_luis

A beleza e a arte
Definem-se intuitivamente
No mosto da mente

Inserida por fernando_r_luis

Para que a bússola
Indique outro azimute
Eu terei que mover-me

Inserida por fernando_r_luis

Qualquer bola de sabão
Servirá para jogar andebol
Até que o ar destrua o sonho

Inserida por fernando_r_luis

Sempre que se deita sal
Na ferida aberta
O sal morre e a dor aviva

Inserida por fernando_r_luis

A rocha bruta na pedreira
É da mesma matéria
Que a pedra depois de polida

Inserida por fernando_r_luis

Os obstáculos nos caminhos
Não deixam
Que o caminhante adormeça

Inserida por fernando_r_luis

Palavras que não reproduzem ecos
Na montanha em frente
Não servem para fazer os poemas

Inserida por fernando_r_luis

No jogo de xadrez
Os peões e os reis
São feitos da mesma madeira

Inserida por fernando_r_luis

A mente é uma roldana
Por onde passam
Os fios do pensamento

Inserida por fernando_r_luis

Os poetas são todos diferentes
Como as cores na paleta
Mas todos são filhos do arco-íris

Inserida por fernando_r_luis

Escrevo na areia da praia
Mas a libertinagem das ondas
Rouba-me as palavras dos poemas

Inserida por fernando_r_luis

O jornal imitando as aves
Cria asas e voo
Mas é apenas avião de papel

Inserida por fernando_r_luis

Até que o caruncho as faça em pó
As estátuas de madeira
Poderão vestir-se de santos

Inserida por fernando_r_luis

Talvez o calor das mãos
Possa moldar o metal duro
Ignorando a bigorna

Inserida por fernando_r_luis

Desenho um sol pela manhã
E fico seguindo a magia
Da sua mutação em lua

Inserida por fernando_r_luis

Quimicamente os sonhos
São feitos de gases
Mais leves que o ar

Inserida por fernando_r_luis

Caminho lentamente recolhendo
Os restos da minha sombra
Até que ela se esgote

Inserida por fernando_r_luis

Numa pedrada no charco
As olas divergentes
Diluem a pedra antes das margens

Inserida por fernando_r_luis

Os olhos só são olhares
Quando são capazes
De abrir caminhos no escuro

Inserida por fernando_r_luis

Os olhos só são olhares
Quando são capazes
De abrir caminhos no escuro

Inserida por fernando_r_luis