Fernandha Franklin
Nós gastamos tanto tempo com coisas pequenas. E o tempo fica ali naqueles minutos e horas faxinando a casa, decorando a sala com adornos mais exclusivos que a do amigo que chegou de Miami.
O tempo fica ali na linha que não entra no buraco da agulha, nos laços de fita francesa das cortinas importadas, nos movimentos das roupas dobradas, passadas, guardadas e separadas por cores.
O tempo fica no romance que não morreu, quase nasceu, mas nunca existiu.
O tempo fica no espelho enquanto pensamos sobre como causar boa impressão naquele evento, naquele encontro, naquela entrevista.
Nós gastamos uma vida inteira se preocupando com coisas pequenas, da maneira errada.
As coisas pequenas não são pequenas, apenas estão disfarçadas de irrelevância.
É possível que um dos segredos para se viver com mais empatia, mais felicidade e mais amor, seja fazer exatamente todas essas pequenas coisas...
mas ao invés de focar em satisfazer os outros olhos, mirar em transbordar nossa própria alma, das ações que realmente queremos conceber.
Talvez a vida seja sobre lavar, dobrar, passar, escolher, costurar, guardar e consertar ... o nosso EU, antes que as coisas que eventualmente usamos.
(Restauração/ Fernandha Franklin
Existem 2 tipos de pessoas: As que não confiam em ninguém, porque já foram enganadas, e existem as que não confiam em ninguém, porque são elas que enganam.
Quando você não se cura das armas que te feriram, você se torna uma nova arma que irá ferir outras pessoas.
Há quem diante de qualquer adversidade, diga que a vida é injusta, mas injustiça mesmo, é a gente chamar de problemas aquilo que alguns chamam de degraus.
Não permita a "auto ilusão", aquela que se cria no íntimo.
Se for para iludir-se, iluda-se com o que sua mente não pode criar. Deixe que os enganos, sejam externos, e jamais venha de você.
Reserve seu interior para os sonhos que você realmente deseja realizar.
Sou "guardadora" do incompleto.
Coleciono histórias, contos, poemas e
livros que nunca terminei.
Estão todos pela metade,
guardados onde nem sei.
O incompleto é essa peça rara,
componente de mim.
É a beleza do imortal,
do que não se conclui porque não tem fim.
Mas daqui para frente é com o futuro, com
os pedaços que há de vir.
Quanto as minhas metades, deixei o vento levar.
Elas são sementes, que solo puro, há de cultivar.
Agora é com o futuro,
com o adubo que há de fortificar,
com a chuva que há de vir,
e com o sol que há de brilhar.
Eu sou metade de todos,
de quem foi e de quem quis ficar.
Sou semente com tempo certo para germinar.
Agora é com o futuro. Tenho que esperar.
E quem sabe o solo seja fértil,
o sol seja sensato,
o clima propício, chuva corriqueira.
Quem sabe de metade, eu não passe a ser inteira!
(Grãos ao vento/ Fernandha Franklin?
eu tenho uma cicatriz no queixo e outra no coração.
a primeira não me impede de continuar subindo em árvores, e a segunda não me impede de continuar acreditando no amor.
DI VI DI DA, é o que sou.
Dividida em incontáveis de mim.
Às vezes sou aço.
Às vezes, assim.
Sou incompleta da cabeça aos pés.
Tô aonde mandam, e aonde eu quiser.
DIVI DIDA, nasci desse jeito.
Com a cabeça na nuvem, e a alma no peito.
Às vezes sou atrevida.
Às vezes, sem jeito.
D I V I D I D A.
Essa é minha sina.
Contemplar e padecer tudo que sou.
E enquanto grito a liberdade aceito,
que não posso fazer vôo.
.
.
(Dividida/ Fernandha Franklin) .
#fernandhafranklin
Eu gosto quando as coisas estão fora do meu controle, justamente porque o caos me dá a liberdade de pensar naquilo que o acomodo não permite.
Eu me acostumei a simplesmente girar maçanetas e entrar aonde quero, e por isso gosto quando as portas estão fechadas. Sem portas, até asas me crescem, para que eu entre pelas janelas, quando os sonhos são altos demais.
Eu gosto dos vendavais...
porque diferente das chuvas brandas, eles me permitem vislumbrar e acreditar num poder invisível e imensurável.
Perdi meu medo de vendaval na noite passada, quando deixei tudo ir embora pelos ares, dentro de mim...
Mas, hoje pela manhã, só o que tinha base permaneceu, enfim.
E essa é a beleza do que não se pode controlar...
Os vendavais, as emoções, os sonhos, o início e o fim.
E esse é o descontrole da vida: LINDO, exatamente assim!
(Descontrole/ Fernandha franklin)
Dizem que o mundo vai acabar, e que um dia, nenhum vestígio do planeta Terra existirá.
Eu não me importo com esse suposto fim, porque no futuro, serei uma coisa nova vivendo em um novo lugar.