Fernanda Magalhães
Sim, sou sutilmente sarcástica com os medíocres, a ponto deles não entenderem o sarcasmo e se passarem por bobos.
Volto a dizer, não dou segundas oportunidades, somos dois, sou a favor de capítulos turvos, de quadrados redondos, mas jamais de sagas.
Falo com os olhos, amo com a alma. Gosto de laços de afecto e não de algemas. Vivo sonhando. Vivo rindo e gesticulando.
Amo a liberdade. E vagueio entre os extremos. Falo doce e falo amargo. Falo do jeito que escrevo. Letras sou.
Decidi começar uma espécie de diário dos sonhos. E acho que, finalmente, achei a forma de não achar ridículas estas tentativas de diário.
Amores perfeitos plantava-os a minha avó. Para mim. Foram durante muito tempo os meus favoritos. Sempre definhavam, murchavam, mirravam de hora para hora. Deixei de acreditar neles. Agora gosto de tulipas, de personalidade robusta e porte elegante.
Eu digo; preciso de uma história assim, de amor, sabes? Já se ouve o eco no meu coração de tão vazio.
Sabes, eu nunca penso muito no que falo ou no modo como o falo. Só pretendia dizer-te que esse teu lado espanta terceiros que me seduz em ti.
Não lhes chamaria ilusões ou desilusões, mas muitas foram as vezes em que parti de expectativas altas.
O fato é que o meu herói virou vilão. Os meus guerreiros cordeiros. Achei que podia contar com a honestidade alheia.
Ò Deus amado repito o meu pedido... Se você quiser me prender, permita que seja aprisionada somente pelo amor que sinto.
Um desconhecido apaixonante até que me cairia muitíssimo bem. Preciso renovar meu estoque de novos amores quase que urgentemente.
Sou meu movimento, meu vôo, meu Deus. Minha pátria, meu partido, meu clã. E vivo a delícia dessa incerteza dançante que se faz presente.
Estou com saudades de dançar e permitir fluir por todo o meu corpo a incrível sensação de me sentir inteira, víva, respirando e transpirando.
Mas quem sabe um dia tu descobrirás o segredo da minha felicidade inabalável. E verás então um nascer do sol rico e lindo como eu vejo.
E como eu disse: eu não acredito em interpretações, ou eu sinto, ou eu não sei. E o erro das pessoas é pensar saber. outro erro meu em pauta.
Não me apego ao passado, ou ao futuro. O Presente ainda é o Deus que mais me submeto e respeito sem querer desvendar as armadilhas do futuro.
Amor, uma fissura semelhante a de um viciado.
Isso é o amor romântico, um estágio intenso de sentimentos obsessivos que provoca até dor física.