Fábio Murilo

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Quer que os militares do exercito fazem no quartel? Senão cuidarem deles mesmos e serem muito bem pagos para isso? Alegam que vivem nos guardando de uma hipotética, extremamente improvável invasão estrangeira. Uma violência sem precedentes, uma guerra de fato tá acontecendo agora mesmo, uma guerra civil, aqui dentro, nem é preciso esperar de tão longe, os outros cantos nem lembram que a gente existe, tem dificuldade em encontrar no mapa, confundem samba com tango. De vez em quando, acho valido, ajudar no combate a violência urbana, colaborar no controle de epidemias como a dengue. Chegar junto.

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Ainda agora vinha rememorando a caminho do terminal de ônibus com um amigo o costume antigo do "beber o defundo". Calma não se tratava de canibalismo, nem creptomania era um hábito de quando alguém vinha a óbito pra fazer sala, ou seja, o finado saia de casa, feito na novela Éramos Seis, e pra virar a noite ate de manhã, segurar o povo, tinha jogo de dominó, cachaça, cerveja, daqui a pouco todo mundo alto, maior risadagem, gritos de bati! (O game over no dominó) parecendo mais uma festa, dando a entender a quem passasse que o ente bebido era muito querido, quantos amigos ele tinha. E haja hipocrisia. Só faltava durante o féretro, cortejo fúnebre, sair distribuindo umas latinhas e chegar todo mundo bêbado no cemitério. Amigos na saúde e na doença, na alegria e na alegria.

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O casal/amigo todo dia vai pro ponto de ônibus, eles e o cachorro, o homem leva a mulher, por pouco ele não vai junto. É muita conversa, muito assunto, não bastou a noite que passaram juntos, o dia anterior. É um entrosamento explícito, sem reservas, espontâneo como a chuva caindo. Não precisam de fotos forçadas, risos políticos para registrar o ocorrido, mais nada, pra provar em datas comemorativas, ficar exibindo, prestar contas, justificar, provar que... Nem percebem o que está existindo, não se percebem, só tem olhos um por outro, não pararam pra pensar ainda, pensar é parar de sentir. São uma extensão do outro, uma simbiose, um vínculo, explícito, são um escândalo ainda namorando.

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Sentimento não se explica, vive-se ou não.

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Seu Clodoaldo era um velho sábio, morava só, e toda vez que passava em frente a casa dele via-o lendo um livro. Uma vez, aconteceu um episodio interessante enquanto esperava a minha vez de cortar os cabelos, num barbeiro amigo dele e vizinho, ele enquanto conversava comigo recitou, inteirinho, o famoso soneto de Augusto dos Anjos, Versos Íntimos, sabia de cor, deveria saber de mais, homem culto, fazia gosto ouvi-lo. Uma vez soube de um acontecido, de uma vez uma jovem que se dirigiu a ele por diminutivos, chamando-o carinhosamente de vovó, coisa e tal, "o veio" arretou-se e repentinamente, pegando nas partes, fez-lhe um gesto obsceno e lhe disse um desaforo. A moça indignada, assustada com a inesperada reação e danou-se a chamá-lo de velho safado, só não chamá-lo de arroz doce, coisa e tal, já pensou? E ela que tinha sido tão amável... Enquanto ele dizia: - Isso!!! Chama mais! Me trate assim feito os outros. Desde esse dia, tenho determinados cuidados ao me dirigir a alguém de uma certa idade, nada de diminutivos, de peninha. Nossos idosos são tão produtivo e lúcido feito idosos ilustres presidente Temer, o Papa, Caetano Veloso, Faustão... Merecem toda nossa consideração e respeito, nada de infantilizá-los.

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Lembro uma vez, a alguns anos, mas precisamente quando era jovenzinho, já começava a escrever uma coisinhas, no SESC daqui, aonde nos reuníamos todas as quartas a tarde, fazia parte de um grupo de poesias, presidido pelo colega e professor de português José Antônio, tínhamos combinado de realizar de um recital de poesia, com auto falante e tudo, para a plateia, digo, grupo de associados, da tradicional instituição. Prudentemente, ou logicamente, aconselhei o Zé Antonio a testar a Caixa Acústica Amplificada, mais conhecida , popularmente, como Amplisom: “Alonso, Alonso... aquela coisa chata, mas, necessária durante a semana. Mas e a "boa vontade" e a autoconfiança excessiva, deixava, rs. Ele disse - Ta boa, ninguém usa, tá encostada lá, muito bem guardada: - Justamente, mais uma razão, ainda insisti. Não me deu ouvidos. Na quarta-feira a noite, destinada pras reuniões, reservada nesse dia para o grande recital no pátio do SESC lotado, não pra ouvir-nos necessariamente, já fazem isso todo dia, jogaar dominó, conversa fora, etc... Fomos chegando. pendurando o Amplisom num prego, tudo muito bom. Nos posicionamos num lugar estratégico, bem visível, ninguém notando, na realidade, prestando atenção, igual cantor de barzinho, faz parte, o presidente fez as devidas anunciações, nome do grupo. coisa e tal, e começamos. Tudo ia bem, o primeiro começou a recitar, o caixa reproduziu sua voz em alto e bom som, o professor olhou pra mim e disse: - Ai!!! Daqui a pouco, o segundo, terceiro, quarto, sucessivamente... De repente... cadê o som? FICOU MUDO! Que aconteceu? Que será? Tava tão bom. Bate daqui, bate dali, coisa e tal... O caixa apanhando que nem mulher de malandro. E nada... Se não tavam prestando atenção, absorvidos em seu dominós, fofocas, comentários de novelas, bebedeira, agora então que dizer, ainda bem por outro lado, que não tavam notando. Fizemos o óbvio, o mais digno pra atenuar o mico, partimos em retirada silenciosa e discreta, como dizia o leão da montanha: “Saída pela direita”, clássico desenho animado da Hanna Barbera de outrora. á na rua de volta pra casa ainda ouvi do professor, meio contrariado, me censurar: - Que boquinha, hein!.

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Preconceito... Tempo desses num jogo envolvendo Brasil e Argentina, não sei se da seleção ou times , um jogador argentino no meio da partida chamou Grafiti de macaco, segundo o Galvão Bueno, que viu tudo, pôs zoo no rosto do rapaz, câmera lenta, congelou, pediu ajuda a um especialista em leitura labial, tanto fez que no meio do segundo tempo um delegado acampando de policiais, entraram em campo e conduziram o jogador preconceituoso pra cadeia algemado e tudo num camburão da policia. É, não pode agir com preconceito, além do mais na casa dos outros, foi estúpido e deselegante. Acontece que num jogo seguinte, entre duas equipes aqui mesmo, no Brasil, pelo campeonato brasileiro, o mesmo Gratiti em campo, um torcedor brasileiro jogou uma banana no jogador, com uma frase escrita de caneta Bic, insultando-o com o mesmo termo pejorativo e depreciativo usado pelo argentino. No Brasil o preconceito é mais cruel e perigoso, porque é velado e covarde.

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Cantar o hino nacional era um saco! Achava bonito o da bandeira, o do marinheiro, o resto era maçante. Levavam tão a sério que se cantava errado e ninguem corrigia: "Japonês" da pátria filhos.. ", "Se o "Senhor" dessa igualdade, conseguimos conquistar com "braço" forte, em "terceiro", oh liberdade... ", "A paz queremos com fervor, a guerra "somos causador"... ". Nada imposto presta. Quando as coisas começarem a melhorar cantarão naturalmente sem se aperceberem, hinos cívicos, atirei o pau no gato, etc... Como quem canta embaixo do chuveiro. Rirão a toa, consequentemente, se orgulharão disso aqui. O povo quer ver resultados, o resto virá por acréscimo.

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Que mania, coisa mais antiga, anos 70. Vendo agora um programa sobre e-commerce (comprar pela internet) dizendo que poucos lares ainda tem Desktop. Quer Isso? Já ouvi essa palavra, mas não sei o que é. Procuro na internet Desktop=Computador de mesa. Mania desse estrangeirismos. Vou fazer uma selfie, sabe o que é selfie em português? Foto. Foto simplesmente, se a criatura dizer vou tirar uma foto três por quatro vai tirar uma selfie, digo, foto. E bike? Bicicleta em português. Fitness=ginástica. Vou fazer ginástica da no mesmo se disser vou fazer fitness. Ok. Tankyou. Gold Nigth. By. - (01.03.2020)

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Aí, de repentemente, a gente acha que tudo tem um propósito, está nos desígnios de Deus e aceita tudo passivamente, foi ele quem quis. Faltou energia, foi Deus quem quis, permitiu, o negócio é esperar no calor, dormir tarde, ou não dormir e ficar sem energia, até que a energia chegue. Determinados governantes, foi Deus quem colocou lá, esperar. Se ele faz merda, é uma merda necessária, adubo. Amargar 4 anos é assim que as coisas funcionam. Ou espera o juízo final, tá tudo escrito, tá se cumprindo, é assim mesmo, temos de aguentar. Ainda agora tava cantarolando na cabeça um sambinha antigo: "eu descobri que Deus nao castiga ninguém, a gente mesmo é quem se castiga meu bem, Deus é gente boa!", acho que é por ai. Culpar Deus por tudo. Os antigos protestaram, João Batista perdeu a cabeça de tanto que incomodou, pegou no pé e Jesus também teve destino parecido, foi atuante, questionador, corajoso, não esperava as coisas cairem do céu, e olha, se ele pedisse cairia, feito maná.

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Ontem antes de comprar uns óculos novos de grau que estava precisado a anos, confesso que não tenho o habito de visitar o oculista todo ano, e meus óculos tavam pra lá de Bagdá. E já vai uns quatro mas, nunca me acostumei a usá-los o tempo todo, pra longe, só uso só pra leitura mesmo. Tem gente que até entra no chuveiro com ele na cara, vai dormir. Acho que já deviam serem abolidos, coisa ultrapassada, é uma prótese, como dentaduras, perucas, pernas mecânicas, e como toda prótese, não deveriam ficarem a mostra, deveriam serem substitutivos de vez por lentes de contato. E você parece que está dentro de um aquario, até pra atravessar a rua, se esqueço ele na cara, tiro, com medo de ser atropelado, rs. Pois bem como ia dizendo... Antes de entrar na ótica, recorri a uns rapazes, autônomos, em frente das mesmas, que fazem uns pequenos reparos, que desse um grau no meu óculos veinho, para guarda-lo, para uma possível emergência, eventualidade, esquecer em casa na hora de trabalhar, mantê-lo no armário na repartição pra uma eventualidade dessas, costumo guardar os antigos. Me dirigi a um que estava sem ninguém pois os outros estavam, estranho que não estivesse atendendo ninguém, deveria ser novo no ramo, estar começando agora. Dei os óculos pra ele reparar um fio de nylon que segura a lente que havia arrebentado. Quanto é? - 5,00 reais, baratinho. O cara começou... Engraçado, o fio que eles usam é nylon de pesca, depois queimam as extremidade pra fixar, coisa super artesanal, pois bem... Já se passavam uns 15 minutos e o cara mexendo... Sentei pra esperar... Depois, fiz uma coisa boa pra nós dois, disse a ele que ia adiantar, pesquisar os preços, depois voltaria, fui. Voltando, após uns 30, 40 minutos, nada, ainda tava na guerra, quando me viu se aproximando, disse que tinha desistindo, que a culpa era minha tinha posto um pouco de cola, e a lente estava toda carcomida, devido a baques. É... Pena. Fui embora, sem antes, ir, discretamente a outro mais na frente com cara de abusado e sabe tudo, ele nem pegou, foi logo condenando: Tem jeito não, a lente tá toda assim. É.. Vou embora, fiz o balão, sem antes arriscar ir em outro. Ah, um que ainda não tinha indo! Que estava fechado na hora que cheguei, que já tinha feito reparos outra vez. Mostrei a ele, com cuidado pra que os outros não percebessem e ficassem magoados. Entreguei-lhe aos cuidados. Quanto é? - 5 reais! E comentei, se desse pra chegar até quinta... Oxi, não deu cinco minutos, o cara me entregou os óculos perfeitos, além de ter consertado, poliu as pernas, limpou as lentes, apertou os parafusos folgados pra que fixassem perfeitamente no rosto, e ainda esnobou: - Olha ai, vê se dá pra chegar até quinta-feira! Ao que eu devolvi a gentileza, obviamente brincando: - Se eu soubesse, não tinha comprado outro! Deve ser dom, ou como diz o ditado cruel: "Quem não tem competência não se estabelece". (04.03.2018)

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Um tempo desses, ao embarcar num ônibus na Av. Abidias de Carvalho, o motorista sorriu e me desejou boa tarde. Isso mesmo, sorriu e me desejou boa tarde! Já fui, obviamente estranhando só por isso, mas teve mais, com o ônibus ainda parado, me perguntou aonde ia descer, eu disse, e ele me orientou: - Terceira parada, um prédio azul do lado direito (Estarei participando de uma pegadinha, né possível, rs), mas era verdade, o motorista a todos desejava boa tarde antes de subirem, e até ajudou uma senhorinha a entrar. Dificilmente alguém tratará esse profissional mal, é a atividade mais estressante do mundo, e se o fizer, será repreendido pelos outros passageiros, provavelmente. Gentileza gera gentileza.

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Tava assistindo ainda a pouco o programa Persona em Foco da TV Cultura com o ator Edson Capri que ao ser rememorado sobre um interessante episódio ocorrido aqui, no tradicional espetáculo de Fazenda Nova, Pernambuco, da Paixão de Cristo, lembro disso, em que ele interpretou personagem principal e precisou fazer uns exames de rotina para emagrecer, perder uns quilinhos e uma discreta barriguinha para se parecer mais, uma lipoaspiração, e descobriram, sem querer, que ele tinha um câncer instalado no pulmão e grande conforme ele mesmo salientou; forçando-o a se submeter com urgência a outra cirurgia mais séria, o que não impediu de atuar na ocasião, apesar de... Posteriormente, uma repórter da revista Veja, entrevistando-o, lembrou a curiosa "coincidência" e disse que o Cristo tinha lhe salvado, então! Ele contrariou-a e disse que não, Cristo tem outras pessoas mais importantes pra se preocupar, o que lhe salvou foi o teatro. Não ocorre ao famoso artista que não era um teatro qualquer, convencional, entre quatro paredes, era o maior teatro ao ar livre do mundo, veio lá do Sul pra cá e que ele só fez a cirurgia por causa do personagem específico da sagrada encenação que resultou, casualmente, na descoberta da silenciosa e traiçoeira doença, se não ficaria sem saber. Agradeça ele, eternamente ao personagem do Cristo, sim! No mínimo deve ser um ateu.

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Então aquela senhora sempre animada, sorridente, com uma risada gostosa, gentil e educada, sempre calma, semblante sereno, atenciosa e prestativa, de fala mansa, diziam que ela não era assim não, foi depois que teve meningite, ficou abestalhada. Não sei, não conheço ela desse tempo, sempre conheci assim, pra mim era uma ótima pessoa! Na hora que largavagamos do trabalho, dava dinheiro, roupas, confeitos a uns meninos da favela parecendo uma madre Tereza de Calcutá versão loura. E era tia pra lá, tia pra cá, os colegas do ônibus fornecido pela empresa pra levar os funcionários pra casa, devido a periculosidade da área, fugir deles, dessa comunidade de noiados. Alguns ficavam arretados que ela parava pra dar atenção aos meninos que se agrupavam aí redor, impedindo que ela subisse, um colega ate disse, morador do centro: "- A gente querendo ir embora e essa abestalhada agarrada com esses cheira colas."

Deve ter mudado mesmo depois de doente ao se ver-se numa cama de hospital, tudo branco, neutro, sem cor, a vida em suspenso, só luzes, as luzes das maquinas, gente entrando e saindo também de branco. A sala fria do ar condicionado, ela deitada olhando o teto, advinha? Também branco. Só variando de cor de dia, na paisagem da janela, o céu azul, entrecortado por nuvens passando e pássaros voando, um deve ter pousado na janela, imagino, parecendo zombar dela e ela no leito com todo tempo do mundo para repensar certas coisas.

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Conheci um velho ateu que todo final de tarde, ao sair do trabalho, era jornaleiro, costumava catar resto de comida, entranhas de galinha, etc. no lixo, juntava para dar a uns bichinhos de ruas, gatos e cães vira-latas. Os animaizinhos já sabiam, quando lhe viam, já saiam seguindo em fila indiana, parecendo um Francisco de Assis moderno. Num dia de festa junina, eu tava perto e vi, ele os alimentando, alguns rapazes, zombeteiramente, as gargalhadas, jogaram uma bomba e foi bicho pra tudo que é lado a correr. Ele olhou pra mim e comentou, desanimado: - Pra que fizeram isso. Disse que quando mais moço trabalhava numa fazenda e costumava entrar mato a dentro e pegar coisas comestíveis para os cavalos do dono da fazenda, que não tinha pedido a ele, nem nada, fazia por sua conta mesmo. O incrédulo senhor era autentico, fazia aquilo porque o satisfazia de certa forma, apenas lhe aprazia, achava bom.

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Sobre essa brincadeira criminosa do bullying. Lembrei de um episódio acontecido quando eu era menino o dos Ricardos. Um deles , inclusive, totalmente careca de nascenca, a personificação do bullying, mas, mesmo assim não se tocava, mas, não é neles que eu quero me deter, havia a Margarida a bulinada. Pois bem na hora que a professora Silvia saiu da sala para ir ao banheiro ficaram mexendo com essa moça se aproveitando da ausência da mestra, subitamente Margarida que não era de agora que sofria o assedio moral (outra expressao que nao existia na epoca) levantou-se da cadeira desesperada, pegou a garrafinha de K'suco de sua lancherinha, e começou a sacudir neles aos gritos e prantos e foi K'suco pra tudo que é lado, inclusive no quadro negro, manchando-o. Foi bem nessa hora que dona Silvia chegou e perguntou, assustada, parada na porta: "- Quer isso Margarida!" Margarida explicou incontida: " - Foi por causa deles" apontando pros Ricardos. Dona Silvia disse, pra minha surpresa, com rispidez: - "Margarida! Pegue um balde no banheiro, encha d'agua, traga um pano e limpe o quadro, agora!" E assim ela o fez na frente de todos e ainda teve de presenciar dona Silvia passar a mão na cabeça dos anjinhos Ricardos , condenando-a: "Ela que não sabe brincar!" Era a mentalidade da época. Achei certo não. Foi assim que geraram o terrorista de Realenfo e os assassinos de Suzano, pegaram em bomba! Ou como se diz, popularnente: "a desgraca de um doido é outro doido na porta". Alguns disseram a TV depois que era por um motivo fútil, que não era pra tanto, que todo mundo passou por esse tipo de coisa e nao sairam matando, mas, cada um reage de uma maneira, e vamos ver o tipo de brincadeiras sofridas, sem querer justicar, logicamente.

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Posso ser fã de um igual, de um amigo, um vizinho, porque nao? E não apenas do convencional, um midiático ídolo, que me impõem, que nem me conhece, convive comigo. Que frequentemente nos decepcionam no dia a dia de ser humano banal, igual a mim, pois admiramos mais um personagem, uma representação, um ideal, uma fantasia, uma roupagem forçada, disfarçada em risos.

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Tava na agência bancária esperando ser atendido, aí ouvi alguém cantarolando uma canção do banheiro com a porta entre aberta, não consegui distinguir de quem, mas, era uma canção. Aí saiu de dentro um cidadão de uma empresa terceirizada responsável pela limpeza. Perguntei a ele: o senhor é evangélico e ele disse que não. Lhe falei, o quanto era inspirador ver alguém nessa tenção enlouquecedora do momento cantarolando, o mundo desabando e ele nem ai, só passando álcool na mão feito todo mundo, usando luvas, mas, o psicológico preservado, intacto. Ele disse que era assim mesmo, se se preocupar é pior.

Lembrou-me uma colega de trabalho, assim igual a ele, adorava cantar no serviço, voz afinada, de vez gostava de formar comigo um dueto improvisado, ela Jane, eu Tanzan, digo, Erondi: "Não se va... " e aqui, acolá aparecia gente interessada em contrata-la, da uma palhinha num evento, parecia uma profissional The Joice, se autotitulava extrovertida. Até fazia umas dancinhas, só no sapatinho, a turma ria, uma simpatia, gostava do ambiente. Tinha uns que estranharam, alegria demais incômoda, aliás, gente incomum, Jesus morreu assim. Um até me perguntou, intrigado, com ar contrariado: Porque ela tá assim? Teve aumento? Eu disse não, era o jeito dela. Daqui a pouco ele perguntou a ela diretamente não satisfeito com minha resposta. Por que você tá assim? Teve aumento? Ela respondeu, não, tenho Jesus em minha vida, e nem era crente. Feito diz um verso duma famosa canção de Vinicius de Moraes: "Ando escravo da alegria, hoje em dia minha gente isso não é normal".

Abraçar uma crença é uma coisa muito seria, é se comprometer com Deus principalmente. É representar diretamente uma instituição, vestir a camisa, é servir de exemplo. Coisa mais hipócrita é cantar hinos, louvores, orar em alto e bom som nos templos, não importando a denominação, e durante o dia a dia, não ter cuidado com seus gestos, palavras, com o modo de tratar os outros, seus irmãos em Cristo, como gostaríamos de ser tratado, alias, é mandamento, básico do básico, vejo cada coisa que me enoja, fico pasmo, é muito concorrente ao troféu olho de peroba, não estou julgando só constatando, aqui, ali, o procedimento de alguns que se apresentam como cristãos mais que os outros. E tem uns até que se mete a aconselhar, se consideram com toda certeza do mundo salvos, se sentem superior aos outros, assim com Deus, o braço direito. Outros tantos, a maioria, procuram Deus só na hora da necessidade, ainda agora mesmo vi uma mensagem da palavra de Deus no chão, dessas distribuídas por nossos irmãos evangélicos, apanhei, li e deixei em lugar estratégico para outros que ocasionalmente possa pegar e servir de alento no momento oportuno, não é queira ser melhor que os outros mas, considero o mais acertado, lógico, respeitoso. Na hora do aperto é tanta frouxidão, retém com carinho o papel com as balsâmicas palavras e até pedem oração. Outros tem por habito por logo abaixo do nome, em primeiro plano, na placa de seus estabelecimentos comerciais, um diminuto dizer, tão ou mais importante que a razão social: Deus é fiel! pra ver se dar sorte, se Deus vai se sensibilizar, como a gente, encher o ego, feito o humano faz, ganharem pontos, ficarem simpáticos. Quero ver é ser fiel com Deus, feito era seu Cabral, um senhor da Assembleia de Deus no meu tempo de menino, que não vendia cigarros nem a pau em seu estabelecimento, e era motivo de chacota que o deixa furioso, esbravejando, toda vez que alguém, fingindo-se de desentendido, perguntava, de brincadeira: - Seu Cabral tem cigarro?

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Ai aquele colega que vivia dizendo que o mundo tava assim, assado, contabilizando terremotos, furacões, crimes, assassinatos, doenças e tudo que não presta como se a vida só tivesse isso e eu sempre dizendo: Sempre houve isso rapaz desde que o mundo é mundo e ele me contradizendo irritado, aumentando a voz, enfático: Mas agora tá pior, é o final dos tempos. E dizia isso com uma satisfação, superioridade, um escolhido, era membro de uma congregação religiosa. Acontece que uma vez vitimado por uma queda, relativamente boba sofreu um traumatismo craniano, é a maneira como se cai, operou-se e passou meses internado num hospital publico com uma mangueira enfiada na cabeça, palavras dele. E há quem dissesse que dessa não sairia, sabe como a turma é, leva-se uma topada e espalha-se que a criatura perdeu a perna. Só sei que graças a Deus ele recebeu alta. Andava, depois, dizendo, visivelmente emocionado que tinha nascido de novo, que teve um livramento e quem serve a Deus, segue suas palavras terá uma vida longa aqui na terra. (03.04.2020)

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Vi aqui na TV um jovem do sul do pais, de ferias sei lá, passeando, passando na Bahia, foi saltar de tirolesa na propriedade de um amigo, um club, a corda partiu e ele despencou no chão feito um saco de cimento, de uma altura de uns vinte metros. Havia uma postagem dele no Face convocando as pessoas a viverem a vida intensamente, cada momento, aproveitar a vida ao máximo, se divertimos. Morreu aproveitando, foi uma fatalidade apenas. A irmã chorando disse que saiu com o irmão vivo de casa, e agora, coisa estranha, no avião, retorna dentro de um caixão, inconsolável, como a dizer: não era pra ser assim. Ela disse que ia processar o que a pouco era um amigo. Temos vontade viver pra sempre, temos sede de vida, cem anos tivermos e queremos viver mais, se possível viver eternamente. A morte chegará sempre como uma intrusa, um aborto, um calo no sapato da existência. Como ouvi de uma psicóloga, tempo desses, se considerarmos isso não vivemos, temos que ir levarmos a vida nos fazendo de bestas, vivendo como fôssemos eternos.

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Ainda agora enquanto fazia a barba me lembrava da figura do araque. Quem era o araque? Araque era tipo, a grosso modo, policiais genéricos. Deixa explicar melhor, certos indivíduos que possuíres de armas em casa que na intenção de guardar a residência, se defender de possíveis e potenciais bandidos de todos os lados, possuíam arma de fogo, com a mesma naturalidade como quem possuía um guarda-chuvas, o passado havia um certo abrandamento nesse sentido, pelo que vejo, não havia a exigência do porte de armas, qualquer um possuía em casa. Meu pai, inclusive, possuía uma, um três oitão, como se diz, popularmente, na gíria corriqueira, que diariamente polia, alisava com carinho, e punha óleo de maquinas Singer, para ta sempre calibrado, lubrificado na hora de atirar, hoje tenho a maior ojeriza a armas. Uma vez o vi atirando na rua, embaixo da calçada do vizinho, eram uma dez, onze horas das noite, pouco depois de fechar a venda, e o vizinho e o povo nem ai, era uma coisa banal de ver e ouvir, corriqueira, nada demais, perguntei: - Pai que é isso? Ele respondeu: - Bala fria! Depois eu soube que eram balas imprestáveis que podiam falhar na hora que precisasse. Mas, se não prestava era só jogar no lixo, mas, na cabeça dele tava jogando fora e aproveitando e treinando a pontaria, pratico! Mas, voltando a historia dos araques de policia, eram civis, possuidores de armas de fogo que pra não perder o dinheiro pela comprar do armamento de nenhum uso, ou uma vez na vida, graças a Deus, e por assistirem muito filme de ban-bang, certamente, sei lá, se ofereciam para ajudar os policiais de verdade. O comissário de onde eu morava, esse cargo deve ter sido extinto da policia, pois não ouvi mais falar, tinha uns cinco a seu dispor, que por questão de ética vou omitir os nomes, ou apelidos, iam buscar os malfeitores na unha, fosse onde fosse, bastava serem requisitados, o comissário e seus e esses bravos voluntários. E o mais interessante, soube que não ganhavam nada, serviço voluntario feito os dos hospitais, só que era atrás de bandido, algo mais dinâmico. Sei não hein? Duvido muito. Como é que o cidadão no conforto de sua casa e segurança, vai procurar sarna pra se coçar, sair trocando tiros por ai , se arriscando a morrer ou ficar aleijado, como se estivesse jogando vídeo-game. Só que tudo é muito real, ele lá. Pô do distintivo, na boa, fazia uma vaquinha, dava algum pros caras no final do mês, que davam a maior força, ali feito super homem, homem aranha, da TV, eram meus heróis de carne e osso, eletrizante, muito corajosos. Mas, sempre pergunto a policiais da reserva, insistindo em saber, sempre que tenho oportunidade e sempre me dizem, que, realmente, não ganhavam nada realmente, que os caras eram doidos mesmo, só pelo prazer da aventura, status, do que achava que é certo. Hoje vejo falar de milicas, policias de farda, agindo como se não fosse. Saudade desse Brasil mais puro e inocente de outrora.

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É o poder da fé, você acreditava naquela senhora, na antiga rezadeira, no desespero ou não. Ouvi dizer que Jesus não curava efetivamente, claro que ele podia, mas ele queria um voto de confiança de você, tanto é que no final dos milagres ele dizia: "Tua fé te salvou!" A tua! Tanto assim que ele sentiu que uma força brotava de alguém no toque da mulher hemorrágica, no centurião romano que queria a cura pro servo, empregado, que ele tinha como filho, apego é assim mesmo, mas, envergonhado pela cara de pau, disse: "Não sou digno que entreis em minha morada, mas, direis uma só palavra e ele será salvo. E Jesus espantado por tamanha fé de um homem que acreditava nos deuses romanos, mas, lhe deu esse voto de confiança, disse, fé assim nunca vi, nem em Jerusalém, vá la, seu servo já está curado, lhe esperando. A gente tem fé ao contrário, fica imprecionado com isso, com aquilo, juntando lixo mental, negatividade, daqui a pouco ta se sentindo mal de verdade ou mentira de tanto pensar. Ouvi dizer que tem mulheres que ficam até grávidas e tudo, a barriga cresce obedecendo a vontade, tem sintomas, estranha, sem nada ter nas entranhas. Isto que é fé! - (18.05.2020)

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O efeito placebo, que segundo o dicionário quer dizer: "Um placebo (do latim placebo, que significa "agradarei" é um fármaco, terapia ou procedimento inerte, que apresenta, no entanto, efeitos terapêuticos devido aos efeitos psicológicos da crença do paciente de que ele está a ser tratado." Pelo que entendi, a grosso modo, determinados medicamentos que são ministrados, sem no entanto terem qualquer principio ativo, "um faz de conta", pra ajudar a diminuir a dependência a determinada medicamentos controlados, ou pra testar uma nova formula, que uma vez o indivíduo acreditando nos seus "efeitos", que só existira na cabeça dele começara a apresentar realmente melhora, se cura, sem saber, acreditando. Nada mais que a fé em pratica, acreditar no que não vê, o que Jesus sempre frisou, após alguns milagres: "Tua fé te salvou" ."Tua Fé... Preste atenção, tua fé te salvou!" \o/ É científico isso, pratico. . A gente tem mais facilidade em acreditar, a imaginar o pior, a ter pensamentos negativos, sermos impressionáveis, temer as coisas ruins, sofrer por antecedência. Inconscientemente, pensamos assim, o bom já tá no lucro, não inspira preocupação. Se tivéssemos essa mesma facilidade em acreditar que iríamos alcançar êxito, melhorar. Dai as doenças de fundo emocional, "da cabeça", os estresses, mas difíceis de sarar.

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Uma vez a caminho do trabalho perto de descer, avistei um caminhão de engradado, acho, parado, não lembro ao certo rente ao calçamento, atrapalhando um pouco a circulação dos veículos. Só sei que não sei porque tampei os olhos de uma mocinha que trabalhava comigo, que estava na porta esperando descer feito eu, de brincadeira eu disse, : - Não olhe, não! Depois tirei a mão e ela arregalou os olhos e abriu a boca fazendo uma fisionomia de pavor, a espanto, aí quando ônibus começou a andar vi de relance um pedaço de bola de futebol cortada com alguns cabelos. Pedaço de bola com cabelos... Aí caiu feito um raio a percepção. Ao descer reparei uma aglomeração de pessoas olhando, tirando fotos, , com suas curiosidades morbidas, soube que era um corpo de um homem que trafegava numa bicicleta rente ao caminhão, aí a bicicleta tombou de lado, de repente, como que empurrada pela mão do destino, acredito que devido a algum buraco, entulho da avenida em reforma, uma desculpa qualquer, o deformando-o. Teve uma morte boa, penso, apesar de trágica. O ideal era não morrer, mas, não há outra opção. Apagou feito uma lâmpada, como um fio cortado ao meio, interrompendo a corrente, impedindo a iluminação. Nem dor deve ter sentido, medo, foi pego se surpresa, não agonizando dias, até a exaustão no leito. Foi surpreendido pelas costas, covardemente, como se obedecessse a nossa lógica e razão. Incomodou quem ficou olhando só, ele não, isso é forma de morrer, pavorosa, preconceituosos. Em plena saúde, provavente, vigor do corpo fisico, pensando em nada, despreocupado, preocupado no máximo pra não atrasar no trabalho, agora nao vai mais nao. No máximo, lembrando de algo agradável, quem sabe, a cerveja do final de semana, o futebol do seu time, coisas simples, o aniversario naquele dia, talvez. Poxa! tinha outro dia pra isso acontecer nao? So sei que apagou como uma lâmpada, ou uma vela? Um passarinho abatido, um pintassilgo, uma criança que não sane e bota a mão. Morreu sem saber, "morreu na contra mão atrapalhando o trafego".

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