Fabiano Henriet
As temidas Flores do Feno.
Plantas de caule brilhante
e negras como cipo,
muitas, dezenas de flores.
De um rosa sujo e amarelo manchado
que teve fim em garagens esquecidas.
Flor, flor amarela, flor pintada em jardim.
Flor durona e feia de espinhos
ventando pra tão longe.
Tenho que levantar e pegá-la de novo,
mas sou arvore sem folego, e ela
flor do mundo. Seca, gasta, quebradiça.
São muitas, dezenas,
onde nesse mundo obvio
carrego suas pinturas na grama
como um louco moderno.
Tão linda quanto a lua,
Tão quente quanto o sol.
As estrelas... que cintilam conforme a batida de nossos corações.
Tão puro quanto a verdade,
Tão vivo quanto a natureza.
O momento... que se ergue sobre nós.
O descanso do ser estabiliza a alma,
floresce o encanto da imaginação.
Afável por detrás das cortinas arcanas,
fantasiando seu sonho com devastas ilusões surreais.
Fracta pensamentos, fracta dias efêmeros,
e distraído, mal nota-se o ensejar do outro que criou sua gravura.
Vivemos numa eternidade esquisita.
Sonhar é fundamental.
Diga oi.
Lixo, Dinheiro.
Faça algo se tornar nada.
Seja um, e sera todos ao mesmo tempo.
Risos falsos de comunistas.
Você vê de dentro, de fora, por cima.
Vida, sol, animais.
Mulher é como o sol.
Abandone a coisa, sua ruína.
Não seja como Deus, sozinho e quieto.
Homens são ecos.
Tempo Terrestre.
Não deixe a felicidade escorrer.
Seja o que for, tempo, vida.
A vida é o sol, a vida é a musica.
Agradeça teus pais por terem nascido.
Não fuja da existência.
Tudo magnetiza, tudo esta sempre ligado,
tudo é poesia.
Nessa noite eu finalmente entendi aquele velho com o olhar despreocupado. Foi num bar seco e sujo. As guitarras uivaram minha alma com doses de whisky. Quando saí de lá, deixei meu coração sobre a mesa de sinuca. Já não sentia frio, nem o caos subterrâneo da cidade me importava mais.
Andando a quilômetros por hora,
me encontro parado,
distante de tantas pessoas próximas,
onde os vejo unidos por um espaço,
mesmo longe pela vossa evolução.
Aos lados,
admiro poesia.
Ao transtorno,
vejo poetas.
Somos um,
divididos por universos em cada mente racional.
Lábios que tremem de frio no inverno.
Que faz as palavras tremerem
quando tremem os lábios.
Os lábios, as palavras, os sentidos,
balbuciam no soluço,
e fremem quando contemos a soluçar.
A nuvem chega sem vento.
Tudo viaja,
vai passando.
Extasia em seus olhos
o escuro que faz lapidar
a vida que se torna frágil
e que não tem mais forças para morrer.
E que segue vivendo o agora,
segue de lembranças
com tonalidades veranis
e dores de mato.
Lançando ponta pés na lua
caindo num mergulho revirado.
Nessa angustia difusa.
Invadido.
Sofro de expressão,
sofro de obsessão,
sofro de agitação,
sofro de comunicação ,
sofro de aflição,
Sofro fácil.
Sofro com a quarta dimensão,
sofro com a expansão,
sofro com a incompreensão,
sofro,
porque sou humano.
Tu deixa sem querer deixar,
com linhas curtas,
de uma noite
dobrada em desejos e sentimentos.
Tu vive sem expectativas,
que é atraente,
que é difícil
não esperar nada de alguém.
Então não espera,
o tempo não espera,
a vida é curta e chora.
Um grande muro ajardinado
com lagartixas talvez,
e insetos na neve.
Tu busca respostas gastas
por músicas, livros, artigos, filmes, esportes, sexo, conversas, negócios, gases...
e quase morre.
Cabelos brancos e rosto afundado,
já usando pó pra asma que compra em farmácia.
Tu deixa a vida fluir
e tudo faz parte,
é o futuro
que termina em tela
com o rosto das velhas estrelas do cinema.