Ezio Flavio Bazzo

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À dúvida de Nietzsche, se tudo “seria bílis?”, eu respondo: Não! Tudo é sêmem.

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Para mim as teorias educativas de um homem que não tem filhos são tão válidas como as teorias sexuais de um eunuco.

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Seis bilhões e tanto de seres humanos! O planeta, as florestas e os outros animais devem estar apavorados!!!

Apesar de toda minha convicção de que o saber deve ser popularizado, não consigo deixar de sentir um certo mal estar ao ouvir um caminhoneiro mostrando intimidade com Heráclito.

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Os quinze anos representam o máximo da evolução mental de um homem. Depois dessa idade é “normal” que o caráter permaneça imutável e que tudo aquilo que parece ser “amadurecimento” seja teatro, um show de “boas maneiras”, um festival de diplomacia e de disfarces.

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Sem nenhuma ironia com e medicina, estou cada dia mais convencido de que o conflito das mulheres com o mundo é mil vezes mais sociológico do que ginecológico.

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Apesar de todo o teatro e de todo o blá-blá-blá feminino, no íntimo a grande maioria das mulheres concorda que o homem ideal é o homem impotente.

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A incompatibilidade entre um casal de namorados está basicamente no fato de que enquanto Ela está em busca de um lar, Ele só pensa em copular.

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O fofoqueiro não é desprezível apenas por caluniar, por intrometer-se na vida dos outros e por infernizar as relações sociais. Ele é visto como o mais abjeto dos seres, porque silencia quando o caluniado aparece.

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Ao contrário daquilo que pensam os homens, um dos sentimentos mais profundos que as mulheres têm por eles é o medo.

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Existe desgraça maior do que a de ter nascido num país que se orgulha de produzir automóveis enquanto importa trigo?

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A função principal do Estado e da Nação, apesar de todos os discursos em contrário, é condecorar traidores!

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Dependendo de quem é nosso interlocutor, desejar-lhe uma longa vida é estar lançando sobre ele a mais autêntica e a mais legítima das maldições.

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Dos fingimentos sociais mais comuns, chamam-me especialmente atenção o da fidelidade, o do engajamento social e o da crença em deus.

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A obrigatoriedade compulsiva de tratar os mais velhos de Senhor, tem sua origem na tentativa de esquecer que sob aquele corpo desfeito, está aprisionado um adolescente em pânico.

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Em qualquer situação, sempre é interessante falar pouco e, claro, não esquecer de colocar em cada palavra uma subversão e um terremoto.

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Se a cobra de prata, que levo ao pescoço, pudesse picar-me cada vez que me surpreende agindo como o populacho, tudo em mim já estaria envenenado.

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Para ser odiado ou amado por uma mulher é necessário apenas conhecer bem seu pai e dar um jeito de ser o mais parecido possível com ele. (no caso inverso, a estratégia é a mesma).

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Quase sempre os homens e as doutrinas que pretendem nos obrigar a ser livres, são tão opressores como aqueles que nos forçam a ser escravos.

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Quem vive muito tempo fora do Brasil, ao voltar para cá, tem a nítida impressão de que para esse povo, o feijão e o arroz são alucinógenos.

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Apesar de todos os discursos e de todos os comícios, os professores continuam os mesmos: especialistas na arte de fazer as crianças odiarem a leitura.

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Entre os manipuladores mais competentes que a sociedade conhece, devemos tirar o chapéu ao gordo, ao alcoólatra e ao depressivo. Eles são os verdadeiros mestres desse métier.

Os otimistas e os desinibidos normalmente são aqueles sujeitos que não conseguem organizar nem reter na memória o arquivo genocida da história.

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O que existe de mais cruel para um povo do que ser compulsoriamente obrigado a escolher seus governantes lá entre os empresários, lá entre os sindicalistas ou lá entre os latifundiários?

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A família? Sempre um aglomerado de fanáticos e de bobalhões, de vítimas que consomem toda a existência lutando para “desfazer” as teias de aranha que os une e, lógico, para mostrar que são política e moralmente corretos.

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