Ezequiel Redin
Não é sobre se formar Técnico em Agricultura de Precisão, é sobre se tornar Técnico em Agricultura de Precisão.
Fazer Extensão Rural não é um ato de promoção individual, mas um ato da promoção do desenvolvimento da família rural.
Nem tudo na Extensão Rural é sobre trabalho e produção no meio rural, mas sobre acolhimento, compartilhamento e espaços de sociabilidade.
É preciso mobilizar pessoas, recursos e projetos para que o Brasil consiga, de fato, sucesso em protagonizar uma extensão rural que seja suporte para os projetos escolhidos pelos agricultores e agricultoras no Brasil, com a ajuda da ATER digital, das técnicas de metodologias participativas e de fortes investimentos públicos para o empoderamento da agricultura familiar que tem como mote a produção de alimentos para a sociedade.
A Extensão Rural passou por diversas fases e enfoques, sendo elas diferenciadas especialmente pelo seu método empregado e pela sua forma de comunicação.
A partir das últimas décadas, o Brasil pulverizou os serviços de extensão rural abrindo possibilidades para que outras organizações acessassem os editais de prestação de ATER, formalizando uma ação da extensão rural orientada por contratos.
Se um pesquisador não conseguir se comunicar com um agricultor, ele terá falhado em construir e disseminar o conhecimento científico de forma eficaz.
Não ignorando os problemas de acesso à internet e vulnerabilidade social e econômica das famílias para compra de computadores e smartfones, sem dúvida, caso a ATER digital se torne uma complementação do trabalho extensionista e não uma forma de precarização mais aguda da extensão rural no país, é possível que haja ganhos circunstanciais no processo de comunicação entre agricultores e extensionistas.
A inclusão digital para os agricultores é um processo importante e necessário para o sucesso do trabalho extensionista rural.
De certa forma, boa parte das famílias já incorporaram alguma tecnologia de comunicação no campo. No entanto, ainda há sérios problemas de inclusão digital tanto para membros da família rural, quanto pelos próprios extensionistas rurais mais antigos.
O extensionista rural age como um elo facilitador entre o rural e o urbano, entre as notícias e as inovações do mundo rural, entre a academia e o produtor, com o intuito de aperfeiçoar o processo de produção, viabilizando melhores condições para o produtor e sua família, com potencial de produzir alimentos de melhor qualidade com viés de sustentabilidade.
O investimento em ATER digital pode ajudar o produtor a possuir um maior contato com o extensionista rural e também possuir acesso a informações e notícias do ramo de uma forma clara, rápida e acessível a todos.
Os agricultores brasileiros possuem baixos índices de escolaridade, o que de certa forma interfere na adoção de novas tecnologias e na capacidade de interpretação dos produtos e serviços que podem impactar nos resultados econômicos da unidade de produção agrícola.
Há uma necessidade do acompanhamento técnico da Extensão Rural para os agricultores familiares em todas as fases da atividade produtiva, seja dentro da propriedade, seja fora dela.
No caso da ATER digital é preciso construir sólidos programas de capacitação de agricultores e extensionistas rurais, pois o Brasil possui produtores com baixa escolaridade e dificuldades no uso de computadores e celulares, sem contar com uma baixa capacidade na interpretação de informações.
Inclusão digital e elevação do nível de escolaridade das famílias rurais são desafios urgentes para a Extensão Rural Brasileira e para as instituições educacionais.
As caminhadas na Natureza são uma excelente estratégia de promoção do turismo rural e do desenvolvimento no campo.