Everton Vitorato
O amor que recebemos de Deus também nos faz amar. A liberdade que alcançamos nos faz libertar também. E assim o ciclo nunca chega ao fim. Por ser amado, amo. Porque sou perdoado, perdoo. Se sou libertado, liberto. Por estar saciado, sacio. Porque estou esclarecido, esclareço.
O dom recebido se desdobra em serviço.
É mais confortável experimentar a misericórdia pelo lado dos fortes. É difícil você experimentar a misericórdia pelo lado dos fracos. Ter de estender a mão, pedir ajuda, clamar por socorro. Não é confortável necessitar.
A pureza nos faz reconhecer que necessitamos. Ela nos encoraja a pedir o que nos falta. Ela nos livra da arrogância, do orgulho, da vaidade. Os puros verão à Deus.
Não se limite a investigar Deus e se privar da mística de saborear o que dele descobre. Decorar os mandamentos e esquecer de colocar o rosto na poeira que te simplifica, que devolve ao que de fato importa, é um desperdício.
A momentos em que palavras empobrece; se faltar palavras sorria.
Lutas, batalhas ardidas, choro, riso, silêncio, diálogo, crescimento...
E assim construímos o amor e o amor nos reconstrói.
A sinceridade o recoloca no caminho certo. É difícil ao coração humano reconhecer a verdade que o envergonha.
O serviço que você presta em sua comunidade não pode lhe autorizar uma postura arrogante. O poder é serviço. Ele não pode ser causa de orgulho, arrogância, vaidade.
Não liga se ele não te der mais moral, você tem valor e já valeu se ao menos um dia você riu, chorou, na chuva ou no sol. Deixa ele ver que foi um bobo ao te dispensar; que a mulher que hoje ele busca pra casar, é aquela menina inocente que acreditou no seu blá blá blá...
A vida é um grande contrato de risco. Quem tem medo de sair do casulo por causa dos riscos corre outro maior, o de sepultar a sua própria consciência.
O amor é artesanal. Requer investimento diário, se faz dia após dia. O amor é construção e a matéria prima é o perdão.
No calvário onde o mestre Jesus foi morto não havia motivos visíveis para Ele perdoar e sorrir, mas Jesus não dependia deles, criava-os Ele mesmo.
A perfeição não comporta limites. E por isso é desumana. Uma realidade perfeita é aquela que não carece de intervenções. Mas o coração humano nunca poderá se interpretar assim. Só o conceito de santidade corresponde a dinâmica da vida. Só Ele pode aconchegar o espírito humano e ao mesmo tempo desafia-lo. Primeiro, o acolhimento de sentir-se amado. E depois, a expulsão do ventre.