Everton Arieiro

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Coisa boa é termos as pessoas. Elas são, sim, insubstituíveis, afinal, as particularidades de um não se repetem em outro. Os assuntos, podem ser parecidos, mas a liberdade pra falar com alguns não se repete ao falar com outros. Rotineiramente eu percebo semelhança nas pessoas; mas vejo também que os lugares tem donos, e não há quem ocupe certos lugares.

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Nós, achamos que damos a vida aos filhos, quando na verdade, eles dão sentido às nossas.

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Engana-se quem pensa que o dia dos pais é uma vez ao ano.

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Não se escreve uma nova história por cima de uma antiga. A antiga tem seu valor, mas no momento, a escolha é pela novidade. Então é melhor apagar a outra.

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Voe, filho, voe; mas não deixe de pousar e repousar no lugar em que estão os teus pais.

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...às vezes desistiu
De insistir
Com palavras em vão
Para quem nunca existiu.

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Algumas palavras são mágicas e determinam a forma como nossos pedidos serão atendidos, se é que o serão:
Por favor; desculpe; com licença.

Geralmente há um palavra, também mágica, que deve ser utilizada, afinal, a vida dá muitas voltas:

Obrigado.

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Quando acaba uma partida de xadrez, independente do resultado, o rei e o peão vão para a mesma caixinha. Então, de nada adianta a arrogância de alguns. No final do jogo, vão para a mesma caixinha.

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....
Descobri que assim é a vida, cheia de passageiros. Quando o ônibus não serve mais, quando já chegou no limite das forças, ou surgiu a possibilidade de ser mais feliz, a tendência é que as pessoas desçam desse ônibus, esqueçam o nome, a marca, as características, e sintam-se livres para um voo, alto, distante, cada vez mais distante, fazendo jus ao nome: passageiro.
....

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Hiperemia

O que sente bem agora?
Quando tocam-se as bocas;
O que dizes dessa horas?
Dessas vozes que são roucas.

Aqui deitas e me anima;
É que na pele tens calor;
Em mim deitas, bem em cima;
O que despertas é amor.

O que digo e o que sinto;
Não se pode antever;
É que para mim eu não minto;
E eu quero a você.

Há alguém para amar;
Há o amor para nós dois;
Há poesia nesse ar;
Não deixar para depois.

Vem e seja o meu rio;
Vem e molhe o eu inteiro;
Vem e acende o pavio;
Não me compre com dinheiro.

Ouça tudo que te digo;
Me empreste o coração;
Se esconda no abrigo;
Me consuma na paixão.

O buquê

Aqui, paro a te olhar;
Esperei-te por um tempo;
Não te vi desafiar;
Entreti-me com o vento.

Envolvi-me em estações;
Abracei-me ao meu frio;
Procurei por emoções;
Evitei ir ver o rio.

Parecias ter sumido;
Teu silêncio evidente;
Temos teres morrido;
Sufocado a semente.

Para as cores me perdi;
Percebi-me um daltônico;
Entre tantas escolhi;
A que é do amor platônico.

Para alguns tu és banal;
Para outros, apenas flor;
Para mim, tu és a tal;
A que inspira o amor.

Esperar-te se molhar;
Para dizeres o porquê;
Aí, resolveu desabrochar;
Para migrares ao buquê.

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O retrato do mar

Vi-te e desejei-te perto;
A saudade quis te buscar;
Vi-me e senti o deserto;
Lembrei-me de em ti mergulhar.

Quis. Quis voltar no tempo;
Aos dias de nossa vivência;
Quis. Quis sentir o vento;
Sofri com a tua ausência.

Tu vens? Ou eu vou a ti?
À distância aborreço. Há saudade;
Tu queres. Queres vir?
Tem um começo. Sem vaidade.

O vento continua aí;
De cá estou eu tristonho;
O amor ainda mora aqui;
Apesar do lugar enfadonho.

Para ver-te há que viajar;
A viagem será mesmo assim;
Não importa se for pelo ar;
Só espero. Não fuja de mim.

Eu te vi no retrato guardado;
Fui feliz ao te fotografar;
O dia que saí eu molhado;
O encontro que foi com o mar.

Amizades

Procura-se por verdades
Fartam-se da mentira
Mantém-se as amizades
Verdades trazem ira.

Conta-se com alguém
Jamais espera desprezo
Ao olhar se vê ninguém
É difícil sair ileso.

Telefones são rotina
São convites a jantar
Os olhares nas meninas
São convites ao luar

Mas não gostam da verdade
A verdade causa dor
Não é toda amizade
Comparável ao amor.

O amor é companhia
Julga-se incondicional
Ele não é só alegria
Não se veste em social.

Ama-se às pessoas
Ama-se ao animal
As companhias boas
Não esperam o natal.

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Estação solidão

O sol decidiu mudar
Encontrei-o em minha rua
No meu momento de sestear
Não era encontro com a lua.

Nas esquinas de asfalto quente
Os apressados vão e vêm
Emitem gestos inconscientes
Não têm tempo para ninguém.

A grande vontade de falar
Sei que quero, mas não devo
Ele insiste em ficar
Nesse clima que é longevo.

Esperava-se pela chuva
Esperava-se pelo frio
Pretendia usar as luvas
Sonhava com o sombrio.

Bom são as cortinas abertas
Sempre se busca o claro
O sol entrou pelas frestas
O sombrio tornou-se raro.

O que se espera é o fim
A mudança da estação
O que é que será de mim?
Se vêm o frio e a solidão.

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Maria e João

É uma história de amor
Uma história de emoção
É um espinho com flor
Uma vida, Maria e João.

O amor chegou aos poucos
E mudou-se ao coração
Apaixonados feito loucos
Apaixonaram-se, Maria e João.

As vidas misturaram
Tudo foi pela paixão
As bocas se beijaram
Se beijaram, Maria e João.

O levou adiante
Fez viver uma atração
Ela é a melhor amante
É o casal, Maria e João.

No fundo, ele temia
Não queria ouvir um não
Na verdade, ele sabia
Que seriam, Maria e João.

Mas chegou outra menina
Uma que veio de outro chão
Ela tem linda retina
E separou Maria e João.

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Quem é essa que eu vi?
Que entrou na minha memória;
O teu rosto está aqui;
Desenhado em minha história.

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No frio, corpo quente
No escuro, brilha a retina
Uma fruta, foi semente
É mulher, é menina.

Esquecer-te nunca quis;
Até os gestos fazem bem;
E a vida é por um triz;
Quando é que você vem?

Vens andando e sorrindo;
É assim que vais chegar;
Te miro, apenas vindo;
É assim que vais me amar.

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...
O tempo passou e o mundo continuou sendo atacado por pessoas inconsequentes, capazes de matar a honra de muitos e colocar por terra muito do patrimônio que construíram.
...

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...
A justiça muda de nome, e o errado ocupa o lugar do certo, e vice-versa; o condenado rico cumpre pena em liberdade, o pobre vive a reclusão; quando é infrator e também quando é vítima.
...

Inserida por EvertonArieiro

O amor é companhia
Julga-se incondicional
Ele não é só alegria
Não se veste em social.

Ama-se às pessoas
Ama-se ao animal
As companhias boas
Não esperam o natal.

Na terra que já não ando
Na rua que já não brinco
A vida que está findando
O fim que já está vindo.

E eu vivo fugindo
Driblando a desesperança
Encontro a quem vem sorrindo
A encontrar-me durante a dança.

Inserida por EvertonArieiro

Depois da infância

Era um tempo distante
Aquele sem desconfiança
Era num passo confiante
Que se firmava a criança.

O verbo vem no passado
No passado é só lembrança
E o olhar fica molhado
Se pergunta sobra a esperança.

Já são anos os dias
O futuro mudou de lugar
São mulheres as gurias
Amanheceu o que era luar.

Inocência que não existe
Tempo tornou-se escasso
Incoerência de quem desiste
E planos que eu mesmo faço.

Na terra que já não ando
Na rua que já não brinco
A vida que está findando
O fim que já está vindo.

E eu vivo fugindo
Driblando a desesperança
Encontro a quem vem sorrindo
A encontrar-me durante a dança.

Inserida por EvertonArieiro

Há um amor que não vai
Há solidão que não vem
Diz para a vida "não sai"
Lugar para rotina não tem .

Há um amor guardado
Um rico sempre o tem
E o amor é multiplicado
Quando se divide com alguém.

Multiplicar

Há um abraço guardado
Um rico sempre o tem
Há um amor multiplicado
E um riso sempre vem.

Vem como o sol cedo
Despontando de algum lugar
Vem desvendando segredo
Conversas até se cansar.

Há um amor desconhecido
Há uma vida que nasceu
Na vida novo sentido
É semente que floresceu.

Sempre há na mesa lugar
Cabe os que sentem fome
Tem a chance para amar
Pode sempre chamar pelo nome.

Há um amor que não vai
Há solidão que não vem
Diz para a vida "não sai"
Lugar para rotina não tem .

Há um amor guardado
Um rico sempre o tem
E o amor é multiplicado
Quando se divide com alguém.

Inserida por EvertonArieiro