Eugênio Eusébio (EU)

A mesma noite que tirou de mim o amor que restava em meu peito, voltou. Enquanto eu dormia, ela me assistia sonhar, encantar, respirar o que me restava do ar. E meus dias, contados, iam se passando. Ao mesmo tempo que eu percebia que meus olhos iam se fechando, lentamente, olhando em direção à luz.

A menina vivia cantando, sonhando, escrevendo sua história. Olhando pela janela de seu quarto, perguntando se havia algo mais. Os campos que antes a cercavam, já não estavam mais ali. Os dias iam passando, e a menina não mudava. A menina presa no tempo, há anos não mais sonhava.

Olhar não é enxergar. Ouvir não é escutar. Pensar não é fazer. Agora que disso sei, tudo é diferente.

Finalmente enxergo o que antes só olhava.

Finalmente escutei o que antes só ouvia.

Finalmente fiz o que antes só pensava em fazer.