Erotildes Vittoria
Rosa branca...
Ela demorou mais tempo
para acordar e se mostrar
nesse domingo um tanto gelado
e meio chuvoso, preguiçoso.
Próximo ao meio dia,
apareceu e vestida de branco,
não esqueceu que eu
estaria ali por perto,
aguardando sua chegada.
O vento, tentou provocar
e assobiou passando rápido,
mas ela não se intimidou
e deixou que seu perfume
fosse levado por ele
através das florestas
onde deixava um rastro
de sua fragrância suave,
mas inesquecível.
by/erotildes vittoria
Me prenda com teu abraço, me ame como te amo, mas deixe minha mente sempre livre para voar...
by/erotildes vittoria
Sou frágil, como asas de borboletas, mas tenho a coragem da águia que voa sem medo e, mesmo sem destino, nada teme.
Minha homenagem à Charles Spencer Chaplin - Nascimento 16 de Abril de 1889. A foto dele com a rosa, ilustra este poema...
Rosa...
Em minhas mãos,
carrego a rosa
que ainda espera
tuas mãos
para recebê-la.
Talvez nunca se lembre
do quanto te esperei aqui,
mas acabei indo embora
e a levei comigo
para que a saudade
fosse menos cruel
ao me abraçar
e pedir abrigo.
by/erotildes vittoria
Vida simples...
Há dias,
de introspecção profunda
e somos levados a reciclar,
criar motivação
para continuar a jornada
que parece estagnar
bem no meio do caminho.
Há repetições visuais cansativas
que pedem uma saída para
longe do repetitivo,
sem retorno.
Com toda a tecnologia
e a facilidade de comunicação,
ainda é a vida simples
que nos faz pensar em mudanças,
deixar tudo onde está
e encher a mala,
somente com o indispensável.
by/erotildes vittória
Nada muda...
O novo,
também não agrada,
e o velho é descartado.
O difícil é complicado
e parece que a vida,
acaba sempre dando voltas,
ao redor de outras voltas
sem nenhum resultado.
by/erotildes vittoria
Borboleta...
Suave como a pluma,
pousa a borboleta
sobre a flor
que parece flutuar
sob um céu sereno
em dias de magia
onde tudo pode ser.
A vida, fica serena
e a luz, cobre os jardins
que exalam perfume
de essência especial
e se misturam,
ao toque da brisa suave
que chega e envolve,
este inicio de tarde.
by/erotildes vittoria
Noite...
Que a noite,
alinhave sonhos,
destrave o coração
e solte a serenidade
para fazer companhia.
Que a lua,
seja conivente
e as estrelas,
brilhem mais
que em outras noites.
by/erotildes vittoria
Um quase tudo...
Em cada passo,
um tropeço
e a cada tropeço,
um aprendizado.
Em cada olhar,
surge um brilho especial
de algo novo
que parece brotar
desta confusão,
embrulhada,
em folha de jornal velho.
Palavras rudes,
parecem florescer
em manhãs nubladas
que inesperadamente,
marcam presença
sem convite para entrar.
É uma corrida sem vencedor
um tempo, sem hora marcada,
mas um quase tudo,
deste parecer nada.
by/erotildes vittoria
Páginas gravadas...
No tempo, foram deixadas
páginas escritas com palavras
bonitas, frases direcionadas
e muitas vezes lembradas,
como um presente especial.
Seguiu a vida,
de forma serena algumas vezes
e outras tantas,
recheada de dor, de desesperanças
e entradas até o fundo do poço,
onde parecia não ser possível
voltar à tona daquela escuridão.
Muitas voltas foram dadas,
nem sempre de mãos dadas
e o perigo, morava ao lado
de cada passo que eu dava.
Ficaram guardados, segredos
e tantos medos,
se juntaram a eles.
As palavras gravadas,
foram sempre marcadas
com borrões de lágrimas
que caiam sobre o papel
e se misturavam,
a tinta da caneta
que levada pela mão
insegura ao ligar cada letra,
seguiam, contando uma história.
by/erotildes vittoria
Muitas voltas foram dadas,
nem sempre de mãos dadas
e o perigo, morava ao lado
de cada passo que eu dava.
do meu poema - Páginas gravadas
Amor...
Eu caio em teus braços
e esqueço quem sou.
Vou embora contigo
nem penso no perigo
de me apaixonar
e chorar outras lágrimas
depois de dizer adeus.
Se não arriscar,
como saber
se de amor vou viver,
ou morrer outra vez.
by/erotildes vittoria
Entrelinhas...
Vou buscar algumas flores
para mudar o meu cantinho
que de tanto ficar sozinho,
já nem lembra mais quem sou.
Do perfume que havia nele,
o vento se encarregou
de levar para bem longe
e me fazer esquecer,
o caminho de minha casa
onde gosto de ficar sozinha
perdida em alguma página
de um livro que já foi lido
e decorada cada linha,
onde há nas entrelinhas,
muito mais
que algumas palavras.
by/erotildes vittoria
Roda gigante...
Meus olhos,
andam cansados de olhar
essa roda gigante
que sabe apenas girar
e ver a mesma paisagem
dia, após dia
nessa repetição da mesmice.
Sua engrenagem, só funciona,
através de um comando
que a faz subir
e descer nesse giro contínuo,
mas precisa ser acionado
para que pare lá no alto
ou aqui no chão.
É somente uma máquina
que manipulada,
faz seu trabalho repetitivo
e sem criatividade.
by/erotildes vittoria
Minha casa...
Fiz minha casa,
bem distante da cidade.
Firmei os alicerces,
no melhor galho da árvore
onde o vento passa direto
e a brisa, bem discreta,
finge, não saber onde moro.
Neste silêncio que escolhi,
me recolho e me acomodo
olhando as estrelas no céu
que cúmplices, ficam ali,
vigiando, até eu dormir.
by/erotildes vittoria
Perfume do campo...
Plantei ali no quintal,
um pé de alecrim
que resolveu perfumar tudo
e deixar um cheirinho
que batizei com o nome
de perfume do campo.
Até flores, ele produziu
está feliz com seu cantinho
bem pertinho do caminho
que me leva para o jardim.
Pela manhã, bebo seu chá,
à tarde, bebo jasmim.
Agora, são amigos,
moram comigo
e misturam seus perfumes,
formando um novo aroma
com cheiro de outono.
by/erotildes vittoria
Alma de poeta...
E quando termina o dia,
recolhe a tinta e o papel,
mas sua imaginação
parece não ter fim.
Você não sabe,
o que vai
na alma de um poeta
que oferece rosas,
mas guarda
seus espinhos na alma
para não ferir suas mãos.
by/erotildes vittoria
Os campos, cobertos de trigo,
acompanham as rodovias
e transformam a viagem
em agradável companhia.
do meu poema, O trigo do meu pão
Ruas sem flores...
São páginas especiais
que narram a vida,
de forma mais verdadeira,
mas sem enfeites
para amenizar,
os capítulos mais tensos.
São ruas sem flores,
esgotos fétidos
e detalhes
que resgatam sequências,
inconfessáveis.
São pedaços rasgados
e maquiados, escondidos,
quase banidos por todos nós,
nesse faz de conta
que ninguém deseja mostrar.
by/erotildes vittoria
Caminho das estrelas...
Muitas vezes,
dirijo para fora da estrada
onde procuro atalhos diferentes,
passagens desconhecidas
e sigo pela noite sem medo.
Vou pelo caminho das estrelas
e com os faróis aceno
para que saibam
que estou passando.
Piscam e abrem caminho
permitindo que eu vá
até onde eu desejo chegar,
mas acostumadas,
já sabem
que eu mesma, não sei,
onde fica esse lugar.
by/erotildes vittória
O teu coração se desfaz,
tece um rosário de lamentos
e você continuará a desejar
que a vida mude,
mas vai descobrir aos poucos,
que é você,
quem deve que mudar.
do meu poema, Mudar.
Conversa de esquina...
Gosto muito do inesperado e muitas vezes, acontece de parar em uma esquina qualquer
ao lado de algum desconhecido, aguardando o sinal fechar, ou até mesmo, em uma fila que parece não ter fim.
Sempre aparece mais um que vai logo desejando um bom dia com a boca, os olhos, com o corpo inteiro e sem pretensões maiores, não se preocupa se alguém vai responder.
Me encanta esta atitude, hoje, tão restrita, quase incomum, afinal, a maioria não responde ou não corresponde ao gesto despretencioso e tão saudável.
O sinal fecha, ou a fila terminha, mas continuamos ali e como velhos amigos, falamos de nós e acabamos sempre, dando boas risadas, esquecendo o tempo que parecia tão restrito.
Depois, cada um segue seu caminho com um leve sorriso iluminando o rosto, agora, descontraído, feliz.
Nome? Quem se preocupa em saber o nome, se é na alma que ficarão gravados, todos estes encontros, sorrisos, abraços, desta gente bonita, desconhecida, mas amada e que nos faz tão bem.
by/erotildes vittoria
Meu barquinho...
Se eu fosse um peixinho,
moraria no fundo do mar,
mas como não sou,
vivo sobre as ondas
para não me afogar.
Meu barquinho,
navega serenamente,
sem pressa de chegar.
Lentamente se distancia
e segue, na direção
da ilha encantada
levado pelo vento
que ora é ventania,
ora brisa sobre este mar.
by/erotildes vittoria
Travessia...
Não há motivos
para eu esquecer
o que foi bonito
e passou por mim,
deixando tanta saudade
e marcando forte,
um cantinho no coração.
Tudo mudou,
a vida foi vivida,
mas continuou
com o passar dos anos
aquela passagem
que levava ao outro lado
e me fazia tão feliz
ao olhar a água do rio
que passava apressadamente
dando saltos sobre as pedras
e dizendo que estava indo.
Estranhamente,
quando a chuva caia,
cheio, transbordando,
ele seguia tão silenciosamente
que parecia não ter passado ali,
naquele dia.
by/erotildes vittoria
Da vida, levarei o perfume das rosas. Simples, delicadas, mas sempre presentes e cultivadas, no jardim de minha alma.