Erotildes Vittoria
Lágrima...
Lá no cantinho do olho,
mora uma lágrima.
Todas as vezes que estou triste,
ela pergunta se pode ajudar,
digo sempre que não
e fico imaginando
uma outra situação.
Os dias passam
e acabo descobrindo
que lágrima,
possui uma função
e não devo impedí-la de cair
se há tristeza em meu coração.
Quando autorizo sua queda,
ela traz junto
muitas outras ali guardadas.
Parece uma chuva forte,
mas sem vendaval
vai lavando tudo,
depois,
vai embora,
deixando o sol voltar.
by/erotildes vittoria
Talvez...
Talvez sejamos mais sábios
quando os anos passam
e nos ensinam a viver diferente
sem tantos questionamentos,
sem medo da vida
ou quem sabe, da morte.
Mas somos mais julgados
mais exigidos pela familia
que de repente,
não entende o que acontece conosco.
Nos tornamos mais serenos,
menos necessitados de consumos
desnecessários.
Sabiamente,
a natureza vai impondo
menos velocidade aos nossos passos
que em cada tropeço,
pode fazer dele mais uma lição de vida.
Vamos nos afastando lentamente
para um canto onde podemos
cultivar sonhos que ainda estavam
guardados para serem realizados.
Seguimos sendo questionados
e menos valorizados a cada ação
que acaba sempre em reação
e muitas vezes renegados
ao afastamento dos familiares
que não conseguem entender
como podemos considerar felicidade,
esse nosso novo modo de viver.
by/erotildes vittória
Borboleta...
Muitas vezes,
sou como a borboleta
com a asa quebrada
que mesmo destruida,
continua voando,
sem medo de cair.
Tantas outras vezes,
sou pata de elefante,
pesada.
Sem poder voar,
me deixo quieta
num canto qualquer,
até encontrar um meio possível
que possa me levar
e me fazer livre outra vez,
neste sem limite do meu pensar.
by/erotildes vittoria
O caminho mais bonito da vida,
talvez seja aquele
que jamais saberemos
onde nos levaria
porque bloqueamos a passagem.
do meu poema -Mantra
Que voem os pássaros
e me façam voar também
porque minha imaginação,
saberá ir bem além
do que parece possível
e atravessará as paredes
que ninguém removeu.
do meu poema - Um mundo além do meu
Amanhã bem cedinho,
siga teu caminho
que é longa tua estrada
e se encontrar alguém,
leve contigo
porque sozinho,
seria castigo.
do meu poema - Amanhã
Enquanto caminho,
vou fazendo interrogações
e me condicionando
para respostas inesperadas.
do meu poema - Estradas
Dez de mil...
Era ali,
no cantinho do quintal
onde brincavam
muitas crianças felizes.
Chamava-se,
rua da casinha nova,
número, dez de mil.
Guardavam segredos,
falavam de seus medos
de suas travessuras,
mas nunca mencionaram
o motivo desta numeração.
O que todos sabiam,
era onde moravam crianças
que alimentavam pássaros
com asas quebradas,
até que pudessem outra vez,
voar livremente.
Era ali também,
a casa da vontade de brincar
de pular corda, de cantar
e de contar histórias
que acabaram para sempre,
guardadas na memória
de cada uma delas.
by/erotildes vittoria
segunda-feira, 17 de março de 2014/12:11:22
O mar...
No balançar de tuas folhas,
meus olhos navegam
nestas cores
e fico imaginando,
o vento me levando
para longe,
onde o mar está
e na esperança
de ver no porto,
o navio atracar,
corro para o cais.
É uma viagem de volta
que faço,
ao lembrar das ondas
que brincam sobre o mar.
by/erotildes vittoria
Talvez...
Talvez,
um anjo apareça
e leve tua dor para longe
onde o vento,
deposita os restos
que encontra pelos
caminhos por onde passa.
Talvez,
uma voz amiga
te encontre e te fale
que ainda há sonhos,
há vida em tua vida
e te convide a caminhar com ela
para conhecer mais uma vida
que dói, mais que a tua.
Talvez,
nada aconteça
que te faça sorrir
mas nunca esqueça,
a dor vem e vai
e crescer,
faz parte de tudo um pouco.
Talvez,
nunca se lembre de coisa alguma
que te mostrou o caminho a seguir.
Talvez,
nunca esqueça da primeira vez
que caminhou sozinho.
Talvez,
nunca leia uma única linha
do que escrevi para você.
Talvez,
nem se lembre mais
quem você é.
by/erotildes vittoria
Ah, o mar...
O mar, o mar e o mar.
Quanta poesia sobre ele
quantos poetas falam dele
quanta paixão existe
nesta palavra "mar"
que mar pode ser de rosas
de lágrimas, de amor.
Quantas lembranças
nos levam ao mar
quantos mares
em nossa vida
e quanta vida,
em nosso mar.
by/erotildes vittoria
Há dias,
que sou como folha de papel,
me amasso,
me olho no espelho
e me abraço forte,
com pena de mim.
do meu poema - Melhor papel
Paz...
Durma no silêncio de tua dor
porque Pátria amada sempre serás,
mas não sonhe tantos sonhos
que eles te podarão a liberdade
que ainda é tua
para sonhar.
Cante teu canto de lamento,
abrace forte teus filhos
e transmita teu amor.
Dê à eles tua força,
ensine-os que a Paz,
precisa continuar.
by/erotildes vittória
As rosas...
Eram rosas especiais
nascidas,
no jardim do amor.
Carregavam,
o perfume do bem querer
com poesias
e sonhos reais.
Eram rosas, iguais.
by/erotildes vittória
Livres...
Que a vida,
seja como
uma brisa suave
quando nos convida
a velejar
em mar sereno
que distante e alheio,
nos eterniza livres
em frações de momentos,
sempre tão especiais.
by/erotildes vittoria
Céu sem estrelas...
Mais uma vez,
mudanças inesperadas
com muitos dias
recheados de surpresas
e outros tantos,
cheios de nada.
Avenida desconhecida
este caminho da vida
que vou tateando,
mas não toco em nada,
continuo na estrada
que já virou rotina
é outra vez,
janela sem cortina
que se abre
para um céu sem estrelas
e dias nublados,
não se despedem,
continuam do meu lado.
by/erotildes vittória
Vida no olhar...
Nestes olhos
que brilham como estrelas,
há uma luz
que insiste em não apagar.
Não negues tua vontade de viver
enquanto houver tanta vida
neste teu olhar.
by/erotildes vittoria
A bailarina...
Na ponta dos pés,
ela sobe
como a leveza da pena
que é levada pelo vento.
Levita
e elegantemente,
deixa seu corpo
suspenso no ar.
Segura de si,
mostra sua arte
e serenamente,
volta ao chão.
Suas sapatilhas,
são mágicas.
Ela brilha
como a mais bela estrela,
e inspira poetas
que viajam em seus passos.
Virou musa dos deuses
que a presentearam
com a arte da dança
e tornaram seus pés ágeis
para que possa apoiar seu belo corpo,
sobre eles.
A música,
vai direcionando a magia
que envolve e acalenta sonhos.
Ela sai levitando
e suas passadas,
vão emocionando e encantando.
Em um silêncio total
de admiração e respeito,
podemos ouvir o som de lágrimas
que escorrem pela face
daqueles que a consagram,
Diva.
É ela,
a Bailarina..
by/erotildes vittoria
Meu cantinho especial...
Há dias,
que fico assim,
olhando pela janela
sem desejar muito,
afinal,
este é o paraiso.
Ouço o canto dos pássaros
que voam de um lado ao outro,
algumas borboletas passeiam
depois, vão beijar as flores.
Há também um bem-te-vi
que mora no jardim
e canta o dia todo.
Muitas vezes,
neste observar sereno,
abro minhas asas
para poder voar também.
Depois,
volto e continuo ali,
bebendo meu chá de jasmim
neste cantinho diferente
onde o sol da manhã
chega bem cedo,
me abraça, me aquece,
me faz companhia.
by/erotildes vittoria
Silêncio...
É no meu silêncio
que falo de mim
quando sinto tua presença.
É nele
que te ouço com atenção
e encontro teu sorriso,
mas também tua lágrima
quando chora escondido.
É neste silêncio
que vou te buscar,
te abraçar
e chorar contigo.
É neste silêncio,
que guardo
teus segredos
e abro o livro
na página com uma rosa seca,
marcando os anos.
by/erotildes vittória
O Ballet...
As cortinas foram abertas
e o palco,
foi sendo iluminado aos poucos.
A platéia emudeceu
e o silêncio,
foi quebrado com o som da música.
Tudo era mágico
era sonho
e pairava ali,
a sensação de algo inebriante
conduzido por forças angelicais
tamanha a leveza
dos passos das bailarinas.
Sim, flutuavam
com a beleza sincronizada.
Era nítida a sensação
de que os deuses as conduziam
e as levavam
para espaços fora do tempo.
Por alguns momentos,
era possível sentir o aroma etéreo
que vinha do alto do teatro.
Era um sonho repleto de encantos,
de magias.
Aos poucos,
a música foi cessando
e seus pés,
iam tocando o chão com suavidade.
Terminava o espetáculo,
mas ficava em nós,
a imagem da grandeza dessa arte
maravilhosa e admirável.
O Ballet.
by/erotildes vittoria
Seria eu, o poeta,
um palhaço revestido de pompa
a esconder suas impotências perante a vida
ou seria eu,
algum rei frustrado em alguma
decisão tomada
e revogada por insensatez...
do meu poema - Quem é o poeta
Agora,
parto comigo
meu companheiro fiel,
não tenho mais teu abrigo,
teu abraço,
ficou longe de mim.
do meu poema - Fui embora comigo