Erotildes Vittoria
Jardins seminus...
As flores não podem murchar,
não deveriam.
Há vida dependendo delas
é preciso que outras venham
e floresçam os jardins
que andam seminus
e com a chegada do inverno,
ficarão sem o perfume
para o vento levar.
Deitados ali,
estão os sonhos dos poetas
que em seus versos,
fazem pousar borboletas
e cantar os pássaros
que de asas podadas,
já não podem mais voar.
O sorriso...
Quando o mar
dos teus olhos encheu,
alagou minha alma
ao sentir tua dor.
Tentei abraçar teu coração,
mas na distância,
meus passos pareciam
nunca atingir a rapidez
que se fazia necessária.
Minhas asas estavam quebradas
e meu voo,
se tornou impossível.
Caminhei durante toda a noite
guiada por algumas estrelas
e ao raiar do dia,
bati em tua porta
que estava aberta.
Parei ali
e vi um belo sorriso
em teu rosto cansado
daquilo que te fez doer,
mas dizendo que tudo
pertencia ao ontem
e que o ontem,
não existia mais,
acabava de morrer.
Busco meus sonhos
em cada canto que eu passar
e deixo para trás,
o que é apenas peso
para eu carregar.
Bato minhas asas sem medo
porque, se eu cair,
já aprendi a levantar.
Liberdade...
Leve tua liberdade contigo
porque em minhas mãos,
serias mais um prisioneiro.
Canta teu canto
por onde andar
e seja encanto
onde pousar,
teu livre
e eterno voar.
Agora,
sem sombras
para te aprisionar
nem grades em tua vida
que livre veio
e livre,
deve ficar.
Lagrimas...
E quando as lágrimas secarem, faça de tua vida, uma tempestade de sorrisos e sem medo, feche a porta para o que não deseja mais.
É melhor encher a mala de ilusões
e de sonhos impossíveis,
mas sem esquecer a coragem,
vou precisar dela para partir.
É preciso quebrar barreiras
e tudo o que incomoda.
do meu poema - Diga ao espelho
Não aprendi a esperar
que alguém vá comigo
nesta longa distância
que me leva pela vida.
do meu poema - Mudar o caminho
Colocar fora o que nos limita, deixar o novo reinar até que se torne velho também e assim, a cada pequeno espaço de tempo, permitir-se renovar.
do meu texto- Permitir-se renovar.
Há certos dias
que eu cato os pedaços
deixados por ai
e depois me abraço,
cuidando de mim.
do meu poema - Outro inverno
Vejo pessoas rindo,
achando graça dos meus tropeços,
mas o que importa mesmo
é este riso solto,
um sorriso cheio de vida,
a vida que ainda vive
neste olhar pela janela,
desta vida de corre-corre.
do meu poema - Tropeços
Pedra...
A vezes,
penso ser pedra,
pesada
e imóvel,
sou nada.
Em outras,
plumas ao vento
e há ainda os dias
que me encontro
sobre a pedra
ou,
sob ela
me deixo,
mas há dias
que penso,
ser pedra e pluma.
Há sempre
uma paixão escondida
ou um amor clandestino
pedindo legalidade.
Uma passagem secreta
em algum lugar
que, desconhecido,
fica difícil acessar.
Fechando a mala...
Não quero nada teu,
tua mala, pesa demais.
Eu só quero o que é meu,
minha bagagem é tão pouca
bem fácil de carregar
e se perder,
alguém devolve,
não há nada ali
que possa interressar.
Algumas roupas,
um batom
e um perfume de lavandas.
Vou levar uma caneta
para escrever meus dias
e borracha
para apagar alguns rabiscos
que ainda insistem
em marcar presença,
mesmo quase apagados.
Levo meu livro de poesias,
mas este,
carrego no coração.
Juntos,
me acompanham também,
meu violão desafinado,
abraços, beijos
e bons desejos
que fui recebendo,
ao longo destes anos.
Somos todas as horas do dia,
todas as perguntas
e todas as respostas,
somos o medo e a coragem
o sim e o não,
somos, eu e você,
somos nós,
somos humanos..
do meu poema - Engrenagem
Quando impomos um limite,
teremos um limite
e dentro dele,
passaremos a viver.
do meu poema - Sem limites
Há pessoas
que perderam tudo,
mas levantaram
e continuaram acreditando
nas possibilidades
porque nunca
se distanciaram delas mesmas.
do meu poema - Como um sol
Fragmentos...
São apenas momentos,
fragmentos,
pedaços de mim
que não se refazem,
espalhados pelo vento talvez,
perdidos no tempo,
quem sabe.
O segredo,
é não ter medo de ir sempre
até onde quer
que tenhamos ousado sonhar.
de meu poema - Caminhos
Folhas soltas...
Os dias passam,
páginas são viradas
e livros novos lançados,
contam novas histórias.
O vento vem
e leva embora
algumas páginas
que ficaram soltas
e resolveram seguir
outros caminhos
para alegria de alguém
que ao vê-las partindo,
descobre seu talento
de poeta ao imaginar
o motivo das páginas
desejarem tanto voar.
A primavera se aproxima
e nova florada se inicia.
Folhas secas,
são varridas,
queimadas
e das cinzas,
nem saudade sobrou
dom meu poema - Cinzas
Para o bom jogador,
há interrogações, dúvidas,
afinal, não tem certeza
se o técnico lhe ensinou corretamente
ao dizer vá sem medo
e faça o gol.
do meu poema - O bom jogador
Nada deve ser condicionado,
não precisamos de muletas,
mas usamos
porque fomos conduzidos
por esta imposição.
do meu poema Sim, diga não
Devaneios...
Vou soltar meus pensamentos
e deixar que voem sobre o mar
para navegar sem pressa,
na velocidade da brisa
que embala o silêncio
do fim de tarde
nesse por do sol.
Voarei
para chegar onde você está,
perdido em sonhos e devaneios
na ilha em frente a minha,
mas distante como
estão o sol e a lua,
difíceis de alcançar.