Eriec Soulz
SONHE o mais alto que sua imaginação pode alcançar.
PENSE dentro dos limites daquilo que seu corpo toca.
CONSTRUA o alicerce que te sustentará.
CONSERTE, sempre há o que melhorar.
RECOMECE, recomece, recomece...
TRABALHE naquilo que você acredita.
AME e demostre.
VIVA sem nunca se deixar de lado.
O retrato nos traz traços firmes, determina corpos, gestos, objetos,
o abstrato flui por entre eles e nos traz mensagens.
A beleza do retrato. Ponto.
A beleza do abstrato. Reticências.
A imagem é linda, mas a beleza que flui dela é sensacional.
Ele perdeu o pai antes mesmo de conhecê-lo.
Perdeu a mãe ainda muito jovem.
Seus irmãos se perderam pelo caminho.
O trabalho lhe custou a infância.
O Sol lhe tirou a beleza da juventude.
Perdeu oportunidades por ter perdido a segurança.
O carro foi roubado.
O casamento acabou após a fatalidade que levou seu único filho.
A esposa se foi.
O cachorro se foi.
A vida já se despedia também.
E abrançando-o com ternura, repassou-se em seus olhos.
Mostrou-lhe perdas dolorosas, caras e amargas que se dissipavam meio a tantas conquistas que viviam em foco.
E em segredo.
Diário de um Táxi.
Dia X
"Uns querem os vidros abertos, outros o ar condicionado. Tem gente muda, calada, indecisa, atrapalhada, idosos, crianças, engravatados, tatuados, tem de tudo. Carrego pessoas... Animais às vezes. Busco, levo, espero, trago de volta. Aceito dinheiro, cartão, troco moeda. Trafego o dia todo. Os passageiros estão sob minha responsabilidade. Atentar-se, grito internamente. O semáforo fecha, piso no freio, respeito a faixa de pedestres, aciono a seta, o semáforo abre, piso lentamente no acelerador, garanto que não há veículos furando os sinal, giro o volante, dobro a rua e sigo. Finalizo a corrida, recebo e avisto um novo passageiro."
Dia Y
"A noite não foi das melhores. O Sol cortou o céu deixando um rastro de calor insuportável, pensei até que fosse cortar a linha do horizonte, por sorte se pôs. Os dias estão cansativos, cada vez tenho um novo caso para resolver. Carro, casa, pais, filhos, esposa(o), celular, plano de saúde, cartão de crédito..."
Dia Z
"Passei grande parte do dia estacionado mais uma vez. Outro dia reclamei do cansaço, hoje não faço absolutamente nada. Um passageiro comentou de um tal de Uber Nove Nove (risos), algum joguinho de celular que precisava de internet, nem entendi direito o que ele falava, esses jovens de hoje em dia nem sabem conversar, só pensam em internet..."
As cores sempre existiram no mundo, porém eram percebidas apenas pelos olhos, as cameras, inicialmente, não possuiam essa tecnologia. Na história do cinema as lentes evoluiram, cores, nitidez, brilho, zoom, captação de movimento e, hoje, são facilmente editadas. Hoje, ao olharmos para a história através dessa ótica, temos literalmente a sensação de uma vida em preto e branco, afinal esse é o único registro acessível, mas as cores estavam lá. Dessa mesma forma, a paleta de cores apreciada por cada um nós é diferente uma da outra. Somos capazes de mistura-las e romper os limites das tonalidades, mas, ainda assim, teremos nossas preferências. Preserve a sua. Vista, mostre, registre. É sua cor. É sua visão.
O mundo pode ser de predadores, você não precisa ser um predador também. Caso seja, não cace a si mesmo.
A Filha do Nilo
Ao saber que seu marido havia sido brutalmente assassinado, Tidel parte em busca do corpo do falecido, que fora abandonado e escondido em uma arca a mercê no Rio Nilo. Seu desejo era apenas sepulta-lo de forma digna, embalsado dentro de um templo em homenagem ao Deus da Luz. Depois de alguns dias, Tidel encontra a arca e o corpo e leva-o para casa, para brevemente dar início a cerimônia de sepultamento. Ao saber da notícia, o assassino volta à casa de Tidel, furta o corpo e o esquarteja, atirando os pedaços pela extensão do Rio Nilo. Furiosa com tamanha maldade, ela retorna ao rio em busca dos restos mortais de seu amado e à medida que ia os encontrando, promovia os devidos rituais e os sepultava, regenerando, em espírito, o corpo do marido. Ao final dos sepultamentos, ele acorda em outra dimensão, nomeado como Deus dos Mortos, devido aos rituais da esposa que lhe proporcionou ressurgir a vida, orientando e zelando por aqueles que morriam nas águas ou as margens do Rio Nilo. Ao voltar para casa Tidel é surpreendida pela população que a caçava, julgada como bruxa, severa e sábia praticante de magia negra, então, ela foge novamente para o Rio Nilo, passando a viver sozinha e escondida. Seu marido ao vê-la vagando pelas águas noturnas, deu-lhe o poder de ver os mortos e vendo-o caiu em prantos e contou-lhe o que havia ocorrido, sensibilizado deu-lhe também a imortalidade, para que ninguém a fizesse mal. Depois de tempos desaparecida, Tidel foi dada como morta. Atualmente, vez ou outra aparece meio a água, para oferecer ajuda aos mortais, quando estes solicitavam, assustados com sua aparência surreal, apesar do rosto jovial e olhar sereno, eles agradecem e vão embora. Não mais, sendo reconhecida, devido suas características serem mudadas com ajuda de magia, Tidel, imortal, permanecesse entre o mundo dos vivos e dos mortos como A Filha do Nilo.
Forte abraço
Meu caro, nossas vidas tomaram rumos diferentes... Todas nossas batalhas, nossas vitórias e principalmente nossas derrotas me trouxeram um enorme aprendizado. Tornei-me uma pessoa muito melhor caminhando ao seu lado, sem dúvidas estou preparado para os futuros desafios. A estrada rumo as montanhas parece desafiadora, mas você decidiu encará-la. Seu sorriso junto ao brilho dos seus olhos ainda estão nítidos nas janelas da minha memória e bem guardados em meu coração. Num outro dia, numa nova oportunidade, nos encontraremos e depois de um forte abraço quero dizer-lhe, meu caro, quanta falta me fez.
Ouvi dizer que ideias são energias quase que humanas, racionais, flutuando desesperadas em busca de um receptor que as concretize. A ideia bate a sua porta e você quem permitirá se ela entra ou não. Algumas pessoas do tipo "fominhas", agarram todo e qualquer tipo de ideia que lhe passe pela fuça, acumulando várias delas e não dedicando a atenção desejada a nenhuma, ou talvez a poucas e, menos ainda, serão as ideias concretizadas. Algumas ideias extremamente pacientes chegam a esperar durante anos, ou mesmo décadas, até conseguirem esta atenção. Mas outras não, porque cada ideia tem uma natureza diferente, não esperariam preciosos anos enquanto seu receptor lhes dão o cano. Todo dia há novas e maravilhosas ideias à procura de receptores humanos. Ideias de todos os tipos estão sempre galopando em nossa direção, sempre passando por nós, sempre tentando chamar nossa atenção. Simplesmente mostre a elas que você está disponível.
Penso nas várias cartas que te enviei e me pergunto que fim tiveram??? Fim?? Que fim? Quem sabe do fim? Ninguém sabe...
Como no céu escuro, há estrelas, em toda escuridão deve haver uma luz, e da tristeza deve sair superação.
Como a lâmpada que queima, vencida pelo prazo de utilização.
Acabei me perdendo.
Acabei me perdendo por aí,
Em pensamentos,
Em sentimentos,
Em lembranças.
Me perdi nos outros.
Acabei me perdendo dentro de mim.
Fui tantos, que acabei não sendo nenhum.
Eu corri tanto...
Naveguei, voei,
Chorei, briguei, impliquei,
Escrevi e desenhei.
Quis tanto ser luz
E queimei...
Meu coração ainda sente.
Mesmo que meus olhos não te vejam...
Meus ouvidos não te escutem...
Meu corpo não te toque...
E mesmo que eu não sinta seu cheiro...
Meu coração ainda sentirá...
Sentirá sua presença...
Sentirá sua voz...
Sentirá seu corpo...
Sentirá seu cheiro...
Ah sim! Ele sentirá...
Consegue ver? Sim, claro que consegue.
Venha, suba esta escada
Sente-se aqui comigo
Vamos olhar o horizonte
Vamos ver o Sol nascer
Não precisa falar nada...
Fale consigo mesmo
Fale com seu coração.
Juro, não há nada
Mais lindo do que vê aí...
Não seria tão bonito se seus olhos não se fechassem quando sorri. Não seria tão bonito se esses cachos não fossem tão louros. Não seria tão encantado se não fosse este jardim onde giramos e giramos de mãos dadas, desesperados entre pétalas e vaga-lumes, estrelas, astros e cometas. Não há limites, é inspiração, é proteção, é um anjo e vem em ventos...Ventos do jardim. 風風風
O pensamento me faz delirar, acreditar naquilo que não posso ver nem tocar... Atravessar a barreira do impossível e ir além da realidade. Reviver o passado e mudar o futuro...
O céu, ensolarado em seu magnifico azul claro ou mesmo nublado e acobertado de nuvens negras e raivosas, sempre me parecerá uma grande fonte de inspiração. Cada qual, com sua beleza, sua grandiosidade, seu brilhantismo. Não há motivos para lamentar os dias chuvosos, mesmo pelas complicações que eles possam trazer. Não tenho dúvidas que serão tais complicações os motivos da evolução e do aprendizado. Será a dúvida que nos desenvolverá coragem para escolher dentre as opções, será o imprevisto que nos ensinará o poder do improviso, serão as lágrimas que nos mostrarão a pureza de um sorriso. Somos tão pequenos. Nossos problemas são tão pequenos comparados à imensidão e a infinidade deste céu. Quantos mistérios ele esconde? Por que não contempla-los em sua beleza natural, sem julgá-los, apenas deixando-os ir.
Ajoelhada sob a lua cheia, reverenciou para a Rainha passar em visita aos presos da masmorra. O que pretendia? Certamente coisa boa não era. Ferozmente levantou-se, ergueu duas das mãos aos céus e levou duas delas ao coração, fechou os olhos e pediu proteção a si mesma, em voz baixa sussurrou: “Haja o que houver devo protege-la! Devo honrar aqueles que um dia me salvaram.”
Este é meu jardim, perambula por ele das essências mais leves as mais excêntricas, você pode não gostar ou se apaixonar. Cada um é cada qual em seu lugar. Eu serei eu, apenas eu e nada mais.
Um anjo injustiçado, cupido malcriado, cego e sábio, um jardim encantado num sótão arejado, vendo um barco azul com mil cartas a afundar, um xadrez empoeirado servido de alegria, um abraço apertado para um filho que vai nascer.
Pensamentos contrários
Se rebelam aos montes
Vagam e explodem
Vem direto desta fonte.
Oh coração amargurado
Que tão infeliz a vida levou
Preza pelas jaulas
Onde ali se enraizou
Prende os ares e os leões
Prende as arvores e os trovoes
Prende o amor e prende a vida
Prendeu o cabelo e foi
Mais uma patrulha possessiva
Mesmerizado por um corpo morto.
5 sentidos
Toque-lhe a face e sinta a textura da alma
Toque-lhe os ouvidos e escute o som do mundo
Toque-lhe as narinas e sinta o cheiro da vida
Toque-lhe a boca e deguste os mistérios deste mundo
Toque-lhe os olhos e veja o reflexo da criação Divina
Você
Dorme-João
Deitado sobre o campo alagadiço
Escorrendo num cabelo vermelho acastanhado
Como um vielo desperdício
Tóxico, entoxicado, entoxicante.
Recuou-se e tranpôs-se em linhas ocultas
Os braços eram muitos à alisar-lhe
Mas se fecharam numa encruzilhada de ferro
Também desativada
Que hoje os sepulta
O curso nos levou e sempre levará
Foram todos os espinhos...
Tão pequeno, tão frágil e defensor.
Reativo, misterioso e sagaz.
Reputado, condenado e julgado.
Ainda assim
Tão bela florescência.
Há uma grande incógnita que permeia o tempo. Onde ele está? Pra onde foi? Pra onde nos levará? Quando nos levará? Quanto tempo resta, para aqueles que não podem ou não querem? Quanto tempo o tempo faz e se expande para benefício dos superdispostos? Tempo cura ou apenas ameniza?
Aquela situação não me permitiu raciocinar claramente sobre os fatos.A razão no ápice do confronto com a emoção. Tudo que acreditei, construí, fiz e refiz, naufragou. Perda de tempo. Tempo que não há como recuperar. Pronto, tudo se foi. Fim.
Sobrevivi ao naufrágio, conquistei um barco novo e por isso hoje estou aqui. Ancorado. Aprendendo, mesmo meio ao tempo agitado, a navegar com tranquilidade. Não poderia ter julgado tudo aquilo, como perda de tempo, pelo menos não, até que aquela interna disputa se acabasse. Fui impulsivo. Toda experiência que trago atualmente na bagagem é de minha serventia.
Tempo, você logo virá. Traga-me apenas um final feliz.