ERASMO MANUEL VAZ CONTREIRAS

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POESIA LÍRICA DO CONTO HISTORIADO é uma obra da realidade que expressa a poesia e a literatura da mais nova e recente linguagem literária que abrange a todos os níveis de entendimento e transparecia a imagem da letra de forma a divulgar os acontecimentos não vividos mas sonhados por aqueles que escrevem a imaginação real da ilusão amorosa.

Lágrimas


Uma dor nutriu minha alma, bem no fundo da minha chama, quando enlutadamente saiu-me a lágrima e fez dissipar minhas ocultas envergas para uma prosa que em rima dormia, cujo meu eu recitou.
E ao ler minha prosa, vernou em mim a calma na alma da chama, bem no âmago que chora pela vida do nada.
Apertadamente, eu tampei meus olhos; mas como as fontes dos rios no meu horto miolo nunca secaram, minha lágrima saiu e caiu, quando diante de Deus me inclinei e em alta voz o clamei.
Agora não mais sou a fonte das lágrimas, somente procuro enxuga-las pela certeza da minha letra; é ela ou aquela que reveste de alegria o ser de um oculto, quando nela mergulho, porque dela até hoje me orgulho.

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Lágrimas da Alma Sofrida



A alma que trauteia a verdade do ser que vive em mim e agora é, levou com ela distante de mim a vontade do combalido, que instruía a falsidade em mim, “famosa justiça daqueles que prezam a nulidade com naturalidade”, mas, empapelada e sem tamanha sabedoria foi justificada na historicidade da imaturidade, onde chorou por longo tempo, até que um dia por se tornar Filho de Deus, lhe foram esquecidos os momentos passados e rasgados de belos desejos forjados, lançados em desertos húmidos de chamas, de tempos secos e dispersos, localizados nas zonas íntimas da tristeza, aonde vivem os choros daqueles que desconhecem a cor das suas dores e o peso das suas lágrimas.
Aquela alma é a imagem da dor no fundo do sofrimento, a existência de uma sentença fria, crua e nua, no corpo de um imortal letrado e visado sábio sofrido e sofredor.

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Lágrimas Tímida do Conhecimento





Todo aquele que teme o Alto, cria em si um princípio de conhecimento oculto. Tal conhecimento que afecta a escrita sobre a vida no futuro de uma longa caminhada, vida perdida pelos insensatos do escuro, aqueles que desprezam a sapiência do sentido oculto, servida como principal utensílio da intuição do homem que pensa uma letra, porque também chora na porta da ponta do mestre, para que sua frase seja lida pelos sábios que de nada ainda têm, com finalidade de instruir um povo sobre os caminhos da escrita e da vida divina; aquela escrita que forma a lenda dos seres e que amanhã será vista como lágrima da vitória de um herói, porque até agora por ela ainda chora uma lágrima tímida do conhecimento.

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A CALMA DA BEUMA





Acalma sua alma
Porque dela vem a minha calma
Não acresça em ti a fúria
Porque dela já chispou a flor …yela

Acalma da Beuma
Não teima, mas queima como a chama da …ela
Porque quem na ama
Acalma sua alma
Bem no meio da chama de uma cama

É uma calma que afoguenta os fantasmas
É uma calma que nos resgata das lamas
É uma calma que resplendece na cama
É uma calma que alegra a alma


A calma da Beuma
Ela não teima, mas queima

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ESPERANÇA DE VIDA



Minha esperança de vida
Os que me abarcam na vida
Não acreditam na tamanha visão da minha escrita

Cinge-me forte, tu que agora és minha
Porque de ti farei minha esperança de vida
E minha fiel letra de confiança

Apresentar-te-ei ao mundo do mudo surdo
O negro ndengue da minha aldeia
Em feição de poesia no poema da minha letra

Aquela letra que queima como a lavareda
Que brilha mesmo no charco da lama
E que a todos ela chama

Esperança ardente nos lençóis brancos da minha cama
E radiante no clarear do sol ao meio-dia

Saiba pois, ó letra
Letra da minha caneta
Que me penetra e de rimas, me importa poesias
Que tu és a minha esperança de vida

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ALDEIA ESQUISITA





Aquela aldeia
Cheia de cubatas e sereias
Marcou-me para sempre
De esquisitos ensejos, a minha mente
Mente que gere a poesia do cassule

Naquela aldeia esquisita
Ao ver aquelas areias
Banhadas pelas águas dos rios
Pequeníssimos como as lágrimas
Me escondi daquele presente de tempo maldito

Onde o Jacaré a beira do rio
Parecia até sentir frio

Só depois entendi que era próprio
Porque estava num local frugal
E tão sóbrio como Portugal

Naquela aldeia esquisita
Bem debaixo da árvore
Ao cantar dos pássaros
Acalmei minha alma
Abracei meu poema

E escrevi minha letra naquela – mal ou bendita e esquisita aldeia

Aldeia em que os peixes eram negros de pretos espinhos e grossos ossos
Cuja morte na panela de barro do branco negrado
Era um sonho de barcos brancos do mulato pretado
Aldeia aluaziada pelos faróis da noite
Onde escondia-se o branco negro sereiado de barro a beira do rio do peixe burro cacussado

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INCERTEZA





Penosamente
Me despedi do nada
Por causa da decepção
Que verdejou o meu coração
De emoção e ilusão

Enterrando em mim a tristeza e sem beleza
Cuja natureza era sua incerteza

Agora, que caia uma lágrima ao além da esgrima
Onde os nossos corações confrontam-se pelo troféu de um amor perdido e desiludido

Malhando minhas lágrimas
E acendendo minhas mágoas

Que caia uma chuva
Como símbolo de incerteza
Em meu eu,
Um eu que há muito desviveu
E perdeu seu véu,
Esquecendo o caminho para o céu


Como o soba da cidade dizia
…! Pobre meninozinho
…!Procurando seu destinozinho
…!Vagueando pelos ares sozinho
…!Ignorando seu antigo ninho

Sua natureza é sua incerteza
Num vento sem beleza

Por esta maldita incerteza
Não mais conheço a cor da felicidade
Nem a grandeza da minha mocidade

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