Emily Brontë
Não torne o aspecto de um vira-lata vicioso que parece saber que os pontapés que lhe dão são merecidos e que, por isso, odeia todo o mundo, tanto quanto aquele que o maltrata.
Nunca lhe confessei abertamente o meu amor mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado.
(Livro O Morro dos Ventos Uivantes, Ellis Bell)
Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer.
(O Morro Dos Ventos Uivantes)
Oh! Meu Deus! É indescritível a dor que sinto! Como posso eu viver sem a minha vida? Como posso eu viver sem a minha alma?!
(O Morro Dos Ventos Uivantes)
(Catherine): Se tudo o mais perecesse e ele continuasse, eu ainda deveria continuar a existir; e, se tudo o mais continuasse e ele fosse aniquilado, o universo tornar-se-ia para mim completamente estranho; eu não pareceria fazer parte dele. Meu amor por Linton é semelhante à folhagem dos bosques: o tempo o mudará, sei bem disso, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathcliff assemelha-se às rochas eternas de baixo: uma fonte de pouco regozijo visível, mas necessária. (...) Ele está sempre em meu espírito, não como um prazer, do mesmo modo que constituo sempre um prazer para mim, mas como meu próprio ser. Não fale, portanto, outra vez, em separação; ela é impensável e... (O Morro dos Ventos Uivantes - 1847)
Alguns irão acusá-lo de orgulho desmedido, mas tenho um sexto sentido que me diz que não se trata disso - instintivamente, sei que a sua reserva provém de uma aversão inata à exteriorização de sentimentos e a troca de demonstrações de afeto. É capaz de amar e odiar com igual dissimulação e de considerar impertinência a retribuição desse ódio ou desse amor.
Demorei-me ao pé dos túmulos, sob o céu suave, fiquei a contemplar as mariposas que voejavam sobre a urze e as campainhas, a escutar o vento macio que soprava por entre a relva e a cismar se era possível a alguém imaginar um sono agitado sob aquela terra tranquila.
Mas tenho quase todos aqueles volumes escritos na minha cabeça,impressos no coração;esses vocês não me podem roubar!
Tenho tido sonhos que ficam comigo o resto da vida e alteram minhas idéias. Vão mergulhando dentro de mim, como o vinho mergulha na água e mudam a cor do que penso
E não é porque ele seja bonito, Nelly, mas porque ele é mais eu do que eu própria. Não sei do que são feitas as nossas almas, mas sei que a minha alma e a dele são iguais. Linton é tão diferente quanto um raio de lua é diferente de um relâmpago, ou a geada do fogo.
Sirva duas mesas aqui na sala, Ellen: uma para seu patrão e a srta. Isabella, que sao os fidalgos; e outra para Heathcliff e para mim, que somos a ralé.
Isso, aliás, que você talvez suponha ser o que tem mais poder sobre a minha imaginação é realmente o que tem menos, pois que é que existe, ante mim, que não esteja ligado a ela?
Prendia-se a ele por laços mais fortes do que aqueles que o frio raciocínio pensador pode destruir, laços tecidos pelo hábito, os quais seria crueldade tentar romper.
Eu nunca o teria expulso do convívio dela, enquanto ela o desejasse. Tão logo visse que ela não mais se interessava por ele, eu lhe arrancaria o coração e lhe beberia o sangue!
Qual seria o sentido de eu ter sido criada, se estivesse contida apenas em mim mesma? Os grandes desgostos que tive foram os desgostos de Heathcliff, e eu senti cada um deles desde o início: o que me faz viver é ele. Se tudo o mais acabasse e ele permanecesse, eu continuaria a existir; e, se tudo o mais permanecesse e ele fosse aniquilado, eu não me sentiria mais parte do universo. Meu amor por Linton é como a folhagem de um bosque: o tempo o trans-formará, tenho a certeza, da mesma forma que o inverno transforma o arvoredo. O meu amor por Heathcliff lembra as rochas eternas: proporciona uma alegria pouco visível, mas é necessário. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, mas sempre, no meu pensamento; não como uma fonte de satisfação, que eu também não sou para mim mesma, mas como eu própria. Por isso, não torne a falar da nossa separação: ela é impossível e. . .
"Por favor, não imagine que ele esconde um fundo de benevolência e afeto sob uma aparência severa! Ele não é um diamante bruto, uma ostra contendo, no seu interior, uma pérola. . . é um homem feroz e impiedoso."
"Nunca lhe confessei o meu amor" de viva voz. Mas se os olhos falam, o mais simplorio dos imbecis poderia verificar que eu estava completamente louco de amor
O Morro dos Ventos Uivantes
De que serviria ter eu vindo a este mundo se me confinasse no aqui está? Minhas grandes infelicidades neste mundo tem sido as infelicidades de Heathcliff. Aguardei-as e senti-as todas desde suas origem. E ele é a minha grande razão de viver. Se tudo morresse,mas ele ficasse, eu continuaria a existir. E, se tudo permanecesse e ele fosse aniquilado,o mundo inteiro se tornaria para mim uma coisa totalmente estranha. Eu não seria mais parte desse mundo. Meu amor por Linton é como as folhagem dos bosques:o tempo o transformará, estou bem certa, como o inverno muda as árvores. Meu amor por Heathciff assemelha-se aos rochedos imóveis que jazem por baixo do solo: fonte de alegria pouco aparente mas necessária. Nelly, eu sou Heathcliff! Ele está sempre, sempre no meu pensamento. Não como um prazer,visto como nem sempre sou um prazer para mim mesma,mas como meu próprio ser, por isso não fales novamente de nossa separação.
"Nós aqui,em geral,não nos aproximamos muito dos estranhos,senão quando eles primeiro se aproximam de nós."
"Eu cuidava que os outros,embora se odiassem e desprezassem entre si,não poderiam deixar de me querer bem."
o que é que, para mim,
não se relaciona com ela? O que não me faz recordá-la? Não posso olhar para este chão sem que veja as suas feições recortadas nas lajes! Em todas as nuvens, em todas as árvores. . . enchendo o ar, à noite, e refletida em todos os
objetos, durante o dia, eu vejo a sua imagem! Os rostos mais comuns de homens e mulheres, os meus próprios traços traem-me com uma semelhança.
O mundo inteiro é um terrível álbum de recordações a provar que ela existiu e que eu a perdi!
Dormindo
Nunca encontrei a felicidade dormindo;
A memória se recusa sempre a morrer,
E votei minha alma ao secreto mistério,
Para viver e suspirar de esperança e nostalgia.
Nunca encontrei o repouso dormindo;
Pois as sombras dos mortos,
Que meus olhos acordados nunca saberia distinguir,
Assaltam minha cabeceira.
Nunca encontrei a esperança dormindo:
No mais intenso da minha noite, eu os vejo chegar,
E estender sobre as paredes de profundas trevas
O mais epesso véu do seu triste cortejo.
Nunca encontrei a coragem dormindo.
Onde eu teria podido arrancar um força nova;
Mas o mar em que vago é batido pelas tempestades,
E a onda é mais negra.
Nunca encontrei a amizade dormindo,
Para acalmar a dor e me ajudar a sofrer;
Os olhares da noite são pejados de desprezo
E me deixam abandonada ao meu desespero.
Nunca encontrei o desejo dormindo
Para atiçar o fogo morto do meu coração.
Meu único desejo é atingir o esquecimento
E o sono eterno em que mergulha a morte.