Eloá Heidemann Prá
Se a escuridão é meu lar
Quero decorá-la com minhas cores
Pintando meus desejos
Desenhando meus sonhos
Enquanto quero voar
Quero manter meus pés no chão
Para ter certeza que estou onde deveria estar.
Caminhamos..
Entre o normal e o insano.
Entre o comum e o estranho.
Não estranhe ao nos ver caminhando, ao vento.
Voando,
As asas somos nós quem desenhamos
Assim crê que existe algo além do que está aqui, materializado pelo momento.
Também crê que a vida não passa de uma ilusão, vislumbrada por aqueles que aqui estão.
Não tema,
Somos menos do que pensa e,
Mais do que pensamos de nós mesmos.
Na metade, nem cheio, nem vazio.
Transbordamos enquanto vivemos,
Esvaziamos quando cessamos.
As alegrias são as tristezas também.
Existe ambivalência maior que esta?
Questiona-se para expandir aquilo que insiste em ficar pequeno.
Jamais duvide daquilo que já foi,
Mas evite concluir aquilo que ainda está por vir.
Nos permita, vida,
Viver!
Respirar!
Sentir!
Nos permita ser o que você é.
Nos abismos se entrega
Na tentativa de sentir os pés no chão
Mas, curioso paradoxo...
Do chão
Quer distância.
No brilho das estrelas, encontra-se a imensidão da vida.
No brilho do sol, encontra-se a exuberância de existir.
Quando os sentimentos se apaziguam,
A paz realça a alma.
Tornando aquilo que, sem sentido
Encontra o contentamento.
Sustenta a vida.
Recebe o inusitado.
Aceita a espontaneidade.
Porque do caos basta a organização linear do sentido.
(a singela coerência em ser incoerente)
Se a vida é para ser vivida,
Sustentada pelo seus próprios pés,
Atravessando pelo caminho que lhe é dado,
Atravesse.
Porque se existe uma falta de sentido,
A vida será o que você vê.
Num vazio, quase cheio.
Completo, repleto.
Repleto de mim.
Repleto do mundo que há em mim.
Completam-se as linhas.
Fecham-se os furos.
Indicam-se as entradas.
Iluminam-se as saídas.
Para aqueles que buscam o céu, o infinito é pouco.
Para aqueles que buscam o chão, a dureza é elementar.
Para aqueles que buscam o vôo, a leveza é parte.
Para aqueles que buscam o sol, a lua é caminhar.
Para aqueles que buscam a vida, a imaginação é realidade.
Na profundidade da mente,
Encontram-se portas que nunca foram abertas antes,
E não se sabe o que há lá,
Mas nunca... é nunca uma opção.
Agradece o que vem.
Agradece pelo o bem.
(mesmo quando esse bem trás sua ausência, seu oposto)
Na limitação da vida...
Agradece pela imperfeição.
(porque é justamente nas faltas que se constrói)
É na ausência que se completa o que não se seria capaz.
Agradece aqueles que...
a vida deram
a luz acenderam
a mão estenderam.
Saiu e procurou.
Não é que encontrou dentro de si?
As respostas das perguntas que fazia.
As dúvidas preenchidas pelo vazio do nada.