Para o poeta, palavras estão sempre em estágio de soluços.
Todos os dias ela chora na frente do espelho. E a dor se multiplica.
Como assim falo sozinho? Eu pergunto e eles respondem.
Vocês que inventaram a escuridão, não contavam com meus olhos de lua cheia.
O Brazil não consegue mais secretar sua bílis. E o saco de vômito está cheio!
Furtava, mas devolvia as calcinhas que vestia os varais do residencial sem o forrinho.
Atirar-se para o conflito com sucesso, saindo da zona de conforto, exige tempo de reflexão, o mesmo de descompressão de um mergulhador.
Não se engane, o pior pacóvio um dia irá lhe criticar.
No casarão, ele, de um silêncio aterrador e um gato com olhar de interrogação que desaprendeu a miar.
Meio-dia,
hora mais
tímida
da minha
sombra.
EUTANÁSIA
Exausta pensou: se dou comida ele excreta, se dou água ele urina......
Distraídos com a película de horror, estamos sempre contando com a felicidade do último biscoito num pacote que já saqueamos completamente.
O poema que me invade, está amarrado à dor de ontem.
No final, somos pote de mel trincado na prateleira, silenciamos gotejando memórias.
Paixão é um cesto de najas à espera de um vacilo do flautista.
Ela me queria ponte para um lugar seguro. Meu grafite só desenha abismos.
Há um momento em que o carvão coagula as palavras no papel. O mineral atingiu o poema.
Ah, professor, com seu giz vais colorindo sonhos pálidos de todos os dias.
fracasso é uma pausa pra aprendermos a fazer direito.
O pior castigo para um sujeito vaidoso é ser ele tantos homens num só, e tão poucos o quererem por perto.
A vida é o colibri fazendo pose para a fotografia, o resto é o vento de suas asas.
desejo moendo meu peito sem teu beijo, moendo a noite.
E o que é a poesia senão o retrovisor de um carro em baixa velocidade rebobinando o filme de nossas vidas?
Perdi todas as bagagens na alfândega. E os versos? Permanecem intactos e delirantes!
HIC ET NUNC
O que é
que muda?
O lugar ou
a gente?
De onde
retornamos?
Quem é
que volta?