Eleni Mariana de Menezes

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Folha seca

Sou uma folha seca ao léu

Solitária...Ao relento...

Sopra o vento

Qualquer vento

Mínimo vento me carrega

Pra bem longe

Desgarrada da origem

Atravessando uma existência inteira

Sem amores

Murchando...

Morrendo

E lá vou eu percorrer

Mundos estranhos

Alheios à minha vida

Cheio de multidões

Com nada a ver comigo

Talvez eu caia

Numa noite chuvosa

Em poça de lama

E fique lá até virar humo

Apenas...

Inserida por elenimariana

Para Cristiano Araújo

O uirapuru há de calar sentido
Lembrando do menino que partiu tão cedo
Pequeno tempo pode ser vivido
Pelo cantor que se jogou sem medo
Nos braços de uma plateia embevecida
Ficando a voz num ressoar de asas
De Anjos e Arcanjos que o receberam
Lá no alto, patamar de glória.
Verá o mito toda a sua história
Desfiar nas bocas tantas que o amaram
Partiu... Que pena...
Quanta dor!
Fica a saudade
Que nada mais é do que a lembrança
Recheada de amor.

Inserida por elenimariana

A Budiudiuca

Chegou no início da tarde e acomodou-se ali no último compartimento da minha prateleira que ficava encostada no meu tanque de lavar roupa. Sequer me pediu licença. Decerto já sabedora da minha paixão por seus iguais. Para ser mais exata, de minha enorme paixão por todas as criaturas do Uno.
A princípio arredia. Bastava que ela ouvisse minhas passadas para cair no mundo como se só a minha presença a colocasse em perigo real. À medida que eu fui me aproximando sem fazer barulho, pé ante pé, de mansinho, passinhos sonoros para não assustá-la, ela foi se assentando e aceitando a minha presença. Não me evitava mais. E eu, de minha parte tentava fazer o menor ruído possível ali na área de serviço. Não sacudia mais, depois de lavadas, minhas sacolas plásticas para não levantar suspeita de perigo na minha inquilina.
No entanto, ela só aceitava a mim. Bastava que chegasse visita para ela fugir em vôo disparado. E, assim, foi ficando, foi ficando e um belo dia ouviu-se o ruído denunciador da minha condição de avó. Haviam nascido dois.
Minha mãe com experiência na área sentenciou, assim os viu:
— São macho e fêmea.
— Por que sabe? Fiquei curiosa
— O macho é maior e mais forte.
Batizei-os de Leo e Léia.
O que mais me encantava naquela família era a dedicação total da recém-mamãe.
Saia logo cedo e após uma hora mais ou menos voltava com o papo cheio de comida para os filhotes. E ficava lá em cima deles esquentando-os, o restante do dia.
Porém, um dia, saiu e não voltou. Só comecei a me preocupar por volta do meio dia. Disse para minha mãe que aquilo não estava certo, ela havia abandonado os filhotes que ainda não voavam.
Eu olhava ao redor, em cima da casa, no arvoredo próximo e nada da mãe fujona.
Afligi-me com aquela traição e fui para a internet ver o que podia fazer. Que comida dar para os filhotes, enfim, eu tinha de suprir, como avó, a ausência da mãe desnaturada.
Encontrei, para meu espanto, vários relatos de abandono de ninhos pelas mamães rolinhas:
São ‘levianas’, pensei de pronto. Muito magoada e com um enorme dó dos dois pequerruchos despenados, considerei seguir um dos conselhos de um tratador de filhotes órfãos: mingau de fubá sem sal. Quando a papa ficou pronta minha mãe recomendou;
— Coloque bem perto deles, pois eles não vão deixar você pegá-los para colocar goela abaixo.
Assim que me aproximei qual não foi meu espanto quando eles assustados, ensaiaram um voo e caíram desajeitados no chão com grande estardalhaço e por mais que eu tentasse não conseguia pegá-los. Rápidos eles se escondiam entre as bacias e baldes e quando eu conseguia retirar o que me estorvava alcançá-los, eles pulavam para debaixo de outra vasilha. Ficamos lá nessa luta inglória muito tempo, até que desisti e deixei a comida no chão bem à mostra de seus olhares famintos assim que eles resolvessem sair do esconderijo, por conta da fome.
Sai para resolver uns problemas no banco e quando regressei encontrei a mãe andando pelo quintal, vagarosamente como se carregasse o peso do mundo.
Fiquei catatônica.
— Como assim, você não havia sumido?
Ela me olhou demoradamente e eu li naquele olhar a pergunta?
— O que você fez com meus filhotes?
— Eu tentei alimentá-los e eles fugiram, estão por aí debaixo das coisas. Respondi amargurada.
Ela ficou por ali muito tempo e nada de localizá-los. Então resolvi procurá-los para mostrar pra ela que eles estavam ali mesmo escondidos.
Não os localizando, chorei.
— Perdoe-me. Pedi aflita para a mãe. Será que você consegue me perdoar? Implorei para aquele olhar postado em mim doloridamente.
Após vários minutos ela desistiu e partiu. E eu fiquei remoendo a minha dor de haver interferido na didática de ensino da ave. Certamente ela saíra para dar aos filhotes a oportunidade de se virarem sozinhos. Era um meio de forçá-los a saírem para o primeiro vôo a demora do retorno.
Passei o restante do dia moída de remorso. Até pareceu-me que eu tinha declarado a terceira guerra mundial e estava à beira de acabar com toda a vida do planeta terra, tal era a minha dor.
À noitinha saí para dar mais uma olhadela em torno da extensa casa, comprida a perder de vista, e para minha surpresa, avistei o macho, em cima do telhado da cozinha, bem rente à cumeeira de separação com a sala de jantar. Gritei de alegria.
— Léo, você voltou pra vovó.
Ainda em estado de êxtase supliquei esperançosa.
São Francisco de Assis, protetor dos animais, me ajude a encontrar a Leia.
Ele me atendeu prontamente. Léia saiu debaixo do tanque dando saltinhos miúdos, sinal da sua fraqueza por falta de alimentos. Consegui pegá-la desta vez e depois de alimentá-la com uma pequena colher boca a baixo, joguei-a para cima em direção ao telhado. Ela ensaiou um meio voo e parou em cima da casa.
— Léo, cuide da sua irmã até sua mãe voltar, por favor, querido.
Eu tinha certeza que a Budiudiuca voltaria para resgatar os filhos, e ali em cima do telhado era mais fácil avistá-los.
De vez em quando eu saia ao terreiro para ver como eles estavam se saindo. Lá pelas tantas da noite, não conseguindo dormir, voltei ao terreiro e fiquei demasiadamente comovida: eles estavam tão próximos um do outro como se tentassem suprir um pro outro a falta da mamãe.
— São Francisco, por que a Budiudiuca ainda não veio cuidar deles? Perdoe-me a insistência, mas eu preciso que ela volte, a culpa foi minha. Ou então faça com eles arrisquem um voo e sejam vitoriosos.
Fui dormir depois da minha oração muito esperançosa, tenho muita fé no Santo protetor dos meninos irracionais (ou não)? Confesso que ainda alimento muitas dúvidas a esse respeito. Acho que eles pensam e amam como nós humanos, só não desenvolveram a linguagem de palavras.
Ao acordar, corri para vê-los e fui presenteada com uma maravilhosa surpresa: no ninho, que eu não tinha tido a coragem de desfazê-lo, encontravam-se mãe e filha. Ela aconchegada debaixo das asas, só se via a sua pequena cabecinha. A mãe me olhava fixamente. Chorei desta vez de alegria.
— Eu te amo São Francisco. Preciso dizer que beijo teus pés e tua boca, se puder, claro.
Léo não estava lá. Mas a mãe me olhou tão calmamente que eu compreendi o que ela me dizia.
— Meu filho agora é dono do espaço, ele se foi.
Corri a contar para minha mãe que sentenciou:
—Léo voltará, fique tranquila.
Minha irmã não concordou.
— É claro que não volta, ele é novo e não tem noção de rumo, de espaço. Ele se foi pra sempre.
Nós três, eu e as duas aves fêmeas, ficamos num namoro demorado e apaixonado durante a manhã toda. De vez em quando eu ia vê-las e lá no meio do dia em um dos meus regressos no quintal, não as vi, elas não estavam mais lá.
— Foram embora. Nunca mais vou ver nenhum dos três. Fiquei aliviada e feliz pelo desfecho, só que eu teria uma alegria ainda maior...
À tardezinha, fui recolher minhas roupas que já haviam secado e me deparei com a cena mais bela de toda a minha vida. Estavam os três em cima do telhado e em vôos curtos e rápidos, mas numa bela coreografia ensaiada.
Estão se despedindo de mim. Tive a certeza disso e gritei.
—Sejam felizes e se cuidem. O céu é o limite. Amo vocês do fundo do meu coração.
Decorridos três dias, ela voltou passeando pelo chão, deu a volta no quintal todo e de vez em quando me olhava.
— Desmamei-os. Eles agora são donos de suas vidas.
No dia seguinte, apareceu com um galho no bico. Eu a toquei desta vez.
— Vamos nos mudar pequena, não posso deixar a prateleira pra você. Procure outro lugar pro seu ninho, me perdoe.
No dia mudança, eu fiquei pra trás aguardando o caminhão enquanto eles colocavam a mobília no baú e então, ela chegou.
Ficou em cima do muro do outro lado da rua, andando de um lado para o outro, parava e me olhava, muitos, muitos minutos.
— Vou sentir muita saudade Budiudiuca. Acho que desta vez não nos veremos mais. Você não saberá pra casa eu fui e eu não tenho como te levar não é mesmo?
Ela veio para a árvore defronte a casa e pousou no galho mais baixo. Ficou lá até o caminhão sair.
— Meu coração é seu, pequerrucha.
O caminhão foi embora e eu saí, também, olhando pra trás. Ela ficou lá no galho quieta como se com isso fizesse com que eu mudasse de idéia de partir.
Embora, talvez ninguém acredite nisso, eu posso provar. Minha mãe e minha irmã são testemunhas vivas desse meu caso de amor.
Depois de vários meses na residência nova, minha mãe me chamou.
— Vem ver quem está aqui.
Minha amada filha Budiudiuca e seu companheiro. Eu soube assim que a vi. Meu coração a reconheceu. Eles estavam em cima do muro nos fundos da casa e fui lá conversar com ela.
— Minha casa é muito pequena agora e a prateira está cheia de louças que não couberam na cozinha minúscula. Não tem espaço pro seu ninho aqui, mas você tem um vasto mundo pra isso e não ficará com raiva da mamãe, não é mesmo?
Após alguns minutos eles se foram, mas de vez em quando ela volta e o nosso namoro de mãe e filha continua.

Inserida por elenimariana

Comunhão de almas

Quero que permaneças ao meu lado
Depois de todas as minhas estórias serem contadas
Ainda que com voz rouca e trêmula pelo cansaço
Do tempo eu gagueje ainda ruborizando com teus beijos.
Um leve toque no meu colo
Um murmúrio em êxtase pelo teu olhar
Infiltrado nos meus olhos
Ardentes e apaixonados
Mesmo depois que o tempo tenha descolorido
O brilho e o viço da nossa mocidade.
Continua segurando a minha mão
E fica em silêncio porque as palavras
Já não serão mais necessárias
E os nossos corações já conhecedores
Das razões um do outro
Saberão traduzir nossos desejos.
E sem rodeios, seremos....
Corpos em comunhão de almas.

Inserida por elenimariana

Beijo inesquecível

Sortilégio
Sacrilégio
Num rompante de ousadia
Roubaste-me um beijo
Quente
Ardoroso demais que até hoje
Queima
Minhas entranhas.
Inesperado
Por tal
Inesquecível e cabível
Do meu perdão
Com um pedido humilde
De repetição.

Inserida por elenimariana

Miligrama de verso XXII

O teu olhar ficou preso em minha mente
E prendeu a mim, também, na redoma
Da paixão.
Que não consigo enxergar nenhum outro semblante
Que não o teu
O que eu faço agora é te seguir
Por essa estrada que já não se me apresenta
Interessante sem ti.

Inserida por elenimariana

Desvario


Ele não quis ou não querer fingiu
E, tão bem o fez que acreditei negada
E renegada pelo amor de tal vivente
E dor assim tamanha só a sente
A criatura mal amada.
E o Sol se pôs e renasceu indefinidamente
Eu insistindo loquazmente
Ele frio refutando minha oferta
De amá-lo eternamente.
Talvez, pensava ele, um dia
Quem sabe eu a tomo por minha
Há de chegar a vez dessa mulher.
E a vida breve passou
Sem sequer nos pertencermos
Ao menos um momento breve e frio
Ficamos um sem o outro
Ele acomodado,
Eu, segui transida em desvario.

Inserida por elenimariana

Meu eterno amor


Não posso ir, pois não há vida lá fora

Dos braços teus, meu oceano

De amor onde navegam

Minhas alegrias e meus sonhos

Onde parei, não por engano

Na sombra do teu porte

Viril e belo.

Bebo da tua boca minha fonte

Inesgotável de vida, meu elixir

De juventude.

Delicioso vinho que me fortalece

E embriaga a minha alma.

Alimenta-me e me deixa escrava

Muito feliz em servir o meu Senhor.

Meu rei, meu dono,

Meu eterno amor.

Inserida por elenimariana

Apaixonada

As minhas madrugadas fervilham de sonhos

Eu os apanho nas notas musicais soltas das vozes

Que brotam das gargantas apaixonadas

Embriagadas de luares tintos de luz

E dos amantes bêbados de amores

Dos chilreado quente e agudo que o prazer

Provoca quando o roçar dos lábios

Desemboca

Num quente e ardoroso beijo.

E sou fico assim enamorada

Apaixonada

Pelo amor.

Inserida por elenimariana

Mundo de Alegria


Não vou economizar candura

Nas minhas palavras recheadas de amor

Nem na brandura

Dos meus gestos e carinhos

Quando chegares

E bem devagarinho

Ei de sorver o teu cheiro

E provar do teu sabor

Terei mais vida no meu mundo

E um mundo de alegria em minha vida

Meu coração é quem me diz

Talvez eu fique tão emocionada

Que eu posso até morrer de tão feliz

Inserida por elenimariana

Migrantes


Migro minguando a minha vida

Já esfacelada pelas intempéries

De uma Nação em desconstrução

Abatido. Faminto e desesperançado

Magras migalhas me jogam por onde passo

Penetro

Estreitas passagens debaixo de arames farpados que

Roçam minha pele abrindo feridas pelo meu corpo

Ou pulo cercas

Suado. Cansado pelo caminhar desnorteado.

Minguantes. Crescentes. Novas

A Lua não muda a minha sorte

De migrante destruído pelas armas

E corações empedernidos

Com discursos de ódio

Locupletam as esferas de poder

E por querer

Um mundo indiferente

Patético, assiste a minha triste sina...

De ter nascido numa Pátria fria

Calculista.

Onde o ouro negro jorra

Materialista

Contrastando com o vermelho

Dos que tombam sem nenhuma chance de vida.

Ainda que como a minha

Vida MINGUANTE.

Inserida por elenimariana

Miligrama de verso XXIII


No dia em que milagrosamente, o meu caminho com o teu se cruzar...

Podes se quiseres, até me abraçar.

Inserida por elenimariana

Quando nasci


O amor escolheu entre 7,2 bilhões de pessoas
Você e eu pra entrarmos num caleidoscópio
De olhares refulgentes. Tintos do vermelho
Das paixões ardentes.
O amor ordenou que eu atravessasse milhões de
Invernos rigorosos para estar aqui
Neste verão ardente diante do seu olhar
Exigiu que eu permanecesse muda e quieta
Diante das vitrines dos homens deste mundo
Eu não os via. Não os ouvia.
Era uma vivente assexuada e fria
Agora, você me olhou. E então
Aconteceu uma explosão
De querer vivenciar, saborear o amor
E, somente Neste mágico instante...
Que de fato, nasci.

Inserida por elenimariana

Explosões


O riacho soluçou sombrio

Havia sonhado ser um rio

O rio queria ser um mar aberto

O mar sonhava ser deserto.

O deserto pedia ser abismo

O abismo sem nenhum altruísmo

Queria ser o nada devorador de tudo

E o nada emitia um agudo

Bocejar de esperança de virar ao menos

Um riacho inda que pequeno.

Insípido, vagaroso e sereno.

É a vontade da essência que se dilata atrevida.

É a vida que explode dentro de outra vida.

Verdade tão bonita que faz jus ao próprio nome

Até Deus quis ser outro, e nasceu homem

Inserida por elenimariana

Meu Manacá


A Lua está no teu sorriso cheio

De promessas de amor com que me acenas

Deixando-me prisioneira e feliz nas tuas redes

Os teus braços são laços de ferro fundido

Quando abarcas meu corpo e fugir nem poderia

Mesmo que quisesse, mas não quero.

A tua boca é o mar mediterrâneo

Que se abre sobre mim e me engole inteira

Sou tragada pelas infinitas ondas

De carinhos da tua essência

Teu cheiro é manacá na madrugada

Exalando um perfume embriagador

Teu nome tem a sonoridade da palavra amor

Inserida por elenimariana

Bem-te-vi


Bem-te-vi não vi meu bem
Pelos caminhos que trilhei
Ele deve estar aqui, porém...
Não andou por onde andei

Bem-te-vi vê se me ajuda
É enorme a minha dor
Tudo passa tudo muda
E não vejo o meu amor

Às vezes vivo às vezes morro
É dilacerante a minha dor
Na estrada que eu percorro
Não encontro o meu amor.

Meu desgosto é profundo
Meu pesar causa torpor
Vi, não vi, vi todo o mundo
Só não vi o meu amor.

Minha pena não é pequena
Meu viver é um constante dissabor
Vi tanta gente, vi o rico o indigente.
Mas, não vi o meu amor.

Inserida por elenimariana

Online


A rua onde moro e que namoro
É minha estrada meu refúgio.
Onde se dá a
Minha estada no mundo
Meu mar onde flutua
Minha existência em quase inércia
É só nela que eu transito
Por isto insisto
Ela é minha cidadela
onde eu me sinto bem e
o vai e vem
de carros e pedestres
Fazem-me bem
Sinto-me inclusa
Em centenas de milhares de cidades que eu jamais porei os pés
Nas suas ruas todas
Então,
deixo minha alma visitá-las
Quando fica online navegando por elas
O meu coração.

Inserida por elenimariana

Miligrama De Verso XXIV


Desisto de pessoas que para parecerem difíceis, fingem não querer apostar no amor. Não possuem nenhuma inteligência emocional por desconhecerem totalmente a brevidade da vida.

Início, Meio e Fim

Cola tua boca na minha
E siga o cheiro do amor
Pinta de esperança
Meu mundo espelhado
Espalhado no prado
Do sonho, o esplendor
Minha dança
Começa na festa
Quando teu olhar orquestra
Meus sentidos e o sabor
Do teu riso deságua
No meu oceano de cor
Decoro teu rosto de tanto
Redesenhá-lo na minha memória afetiva
E a vida cobiça essa história
Pra repeti-la por vários milhares
De vezes
E eu, submissa, respondo
Por uma eternidade sem fim
Fui tua no início, no meio e no fim

Inserida por elenimariana

Mundo De Alice

Subi ao monte, ao cimo
Volvi-me e revolvi-me e dentro
Da minha alma
Criei um mundo
Profundo
Cheio de bondades
As flores do meu peito
Fecundas, íntegras
Foram distribuídas pela estrada
Subi ao monte e avistei meu mundo
Vi homens se fortalecendo e vivendo
Amando, só amando
Felizes e completos
Risos com dentes
Todos os dentes, bem tratados
Asseados
Todos com tetos, segurança, fartura
Muita fartura
Estrutura de gente forte e realizada
Vi anciãos bem-assistidos
Por filhos
E quando sem familiares
Asilos-hospitais-clubes
Que leveza!
Vi mulheres todas belas e amadas
Caminhando de mãos dadas com seus pares
Recebendo só carinhos
Vi crianças lindas
Bem encaminhadas
Brincando e aprendendo
Exercendo o direito de sonhar
E vi Governos
Robustos e incorruptíveis.
Grandes Estadistas
Cumprindo os seus deveres que
Para tais foram escolhidos.
E vi um mundo
Maravilhoso!
Quem dera fosse de verdade
Na realidade,
Eu construí esse mundo nos meu sonhos...
Meu nome?
Alice!

Inserida por elenimariana

Meu Credo de Fé

Creio no amor amado
Nascido de olhares
Demorados
Derramados
De luz
Paixão que traduz
Infinidades
De sentimentos
Necessário ser eterno
Tão grande é
Inflamante desejo
Que invade a alma
O coração.
E a razão...
Pra quê razão?
Importante é a vazão
Do querer e fazer saber
o Ser Amado.
De que é Ele
O objeto tão desejado.

Inserida por elenimariana

Criaturas Do Rei

Esperança no peito
Na voz, alegria
No olhar o feitiço
Na boca, o sabor
De ser este Ser
Repleta de amor
Sou filha de um Rei
De um Ser Magnífico
Que cria e recria
Criaturas ditosas
Que vivem momentos
De encanto e alentos
Sublimes de vidas
Que namora momentos
E entoam louvores
A doçura
Da busca dos Eus
De nobres ou plebeus
Se repetem
Através da perpetuação
Magnífica
Da vida


Eleni Mariana de Menezes

Inserida por elenimariana

A Vencedora

Ganhei batalhas
Venci a guerra
Na vida
Desfrutei instantes
Belos
Usufruí
Um mundo
Da cor da rosa.
A mais mimosa
Perdoei
Meus erros
Pecados
Mandei recados
Pras multidões
Ganhei
A paz
A esperança
E a criança
Que eu fui um dia
Se alojou na minha alma
E me acalma
Se a noite é fria
Mas o melhor
É que se um dia eu perdi
Já esqueci
Pois o perdido
Voltou pra mim
O que já estava
No esquecimento
Vem-me à lembrança
Doce lembrança
Da minha infância
Alcança-me
Recupera-me
Fortalece-me
E, milagrosamente
Recria-me

Inserida por elenimariana

Jeito Simples

É preciso salgar a terra
Com o suor do amor
que escorre pelo corpo temperado
das lidas diárias.
Há que pisar o chão e o acariciar
com os dedos dos pés sagrados
Sangrando o barro que amassado
Mistura-se na pele dourando o caboclo
Tora de aroeira
Pé de pau-brasil.
E ninguém viu
Sua choupana atrás do morro
Ser levada pela enxurrada
E ele nem chorou.
Por que caboclo não tem lágrimas
Tem é brio
Tem é garras de águia
e dentes de tigre
Pra estrangular a caça mal cozida
Feita na panela de ferro e no fogão de lenha
Que o gás esse não exite lá
Na casinha, agora feita de sapé
Amarrada com embiras.
Fazer o quê?
Esse é o jeito simples e belo
De se viver.

Inserida por elenimariana

Comodismo = Abismo

Há que se elevar a alma
E revisitar os seus recônditos
Pra se descobrir um novo Ser
Lançar um novo olhar sobre o mundo
As pessoas e os rumos mudar
Se tiver que.
Abrir-se às mudanças
E se readaptar às idéias novas
Do mundo hodierno.
Não se pode ficar na inércia
Porque o gigantismo da dinâmica
Do Universo
Não nos espera.
Se parar, perde-se o bonde da vida
E se autoexclui da ciranda
Do viver.
Não se deve acomodar
Não se pode enclausurar
Na redoma do indiferentismo.
Abismo
Certeiro do medo

Inserida por elenimariana