Eleni Mariana de Menezes
Miligrama de Verso VII
Nada Crawl
Nada Costas
Nada Peito
Nada Borboleta.
E nada de me olhar.
Nada de sorrir pra mim.
E, me amar, então?
Nem pensar...
'Nadinha' de nada
Nada a ver
No nado é o Campeão
E nada de me dar o seu coração.
No meu nada livremente
E com cheiro de eterno.
Viajante das Estrelas
Minha rua é na Lua.
Meu quintal no Espaço Sideral
Sou uma viajante
Das Estrelas
E percorro milhões de anos-luz em
Décimos de segundos.
Penetro em Universos paralelos
E navego
Em mares de marte e Kleper
O último descoberto.
Sou enamorada dos astros
E cometas.
Celebro o amor no infinito.
Festejo cada brilho nascido.
No espaço incomensurável
Meus últimos convidados foram os anéis
De Saturno
A constelação de Órion é irmã minha
Todas as constelações amigas.
O Sol é meu guia, meu orientador
Por isso sou nascente
E Poente.
Horizonte total e expansivo.
Sou na vertical
Um dilúvio
De alegria.
De profundidade abissal.
Meu pensamento
É minha Nave Espacial.
Desvia de mim este olhar
Desvia de mim este olhar
Que sou capaz de morrer.
Só faço me abrasar.
Mais sofrer por mais querer
Quando em mim postos teus olhos
Mais te quero e mais te adoro.
Desespero em saber.
Que a vida nos afasta.
Inda mais se o tempo passa.
Doloroso e se arrasta
É martírio o meu viver.
Gritam os meus para ti.
Todo amor que não vivi
Mas posto está em mim.
Na minha alma impresso.
Muito mais do que em verso.
Destilando em carmim.
Em brasas vivas marcado
Mortalmente apaixonado
Meu olhar que se despede
Do teu quente e ardoroso.
Por não poder resistir.
Expira-se em chama ardente.
Ainda mais resistente.
Por saber que vais partir.
Deixa eu entrar na tua vida
Estou aqui, do lado de fora
Pedindo para entrar na tua vida.
Sou eu quem te ama, te adora.
O teu amor será minha guarida.
Minha cidadela. Minha estrela.
Minha bússola que me guiará os passos.
Preciso deste amparo doce, terno
Que só encontro dentro dos teus braços.
Estou aqui, batendo à tua porta.
Implorando moradia permanente.
Dentro dos teus dias. Só me importa.
Navegar pelos teus mares livremente.
Meu porto seguro será o teu sorriso.
Teu colo cobiçado, meu eterno abrigo.
Como troca eu te trago o meu viver.
Integral. Minha alma imortal
Meu despertar. Meu amanhecer.
Minha ternura proibida
E completa.
Tuas flores prediletas.
Minha fala adocicada. Minha vida.
Volte pra mim
Volte meu amor para mim,
Venha colorir os meus olhos
Que não distinguem mais cores.
Venha replantar meu jardim
Pois nele não tem mais flores.
As borboletas partiram.
Ficaram paisagens mortas
Em preto e branco, desnudas
De coloridos e luzes.
Meu coração é deserto
Sem um oásis sequer
E navega em céu aberto
Sem um abrigo, sem teto.
Meu sonho de bem-querer
Estou só, desamparada.
Necessitando de abraços.
Esperando a tão sonhada.
Vida vivida em seus braços.
Volte meu amor para mim.
Eu guardei tantos segredos
Que só serão revelados.
Sem pudor e sem medos
Ardentes, apaixonados.
Delicados, mas atrevidos.
Como um hino aos seus ouvidos.
Juras de morte
O amor bebe em minha taça.
Senta à minha mesa.
Não antes de adocicar minha bebida
Predileta
E temperar minha comida
Com pimenta malagueta.
Que arrebenta em ardor
De fogo que acalora tudo em volta
De mim.
Meu corpo e minha alma
E brinda à minha medida
De alegria. Enorme.
Esquenta a minha voz
Quando canto solto fagulhas e
Brasas incandescentes.
E fico nesse êxtase por que
Não me dá trégua.
Refugia-se em meu leito
Refestela-se em minha cesta
Tem nome e sobrenome
Impressos na página da minha vida
Em letras garrafais.
Fiz pacto de sangue
E juras de morte com o amor
Assim:
Ir embora daqui quando ele se for
De mim.
Miligrama de verso VI
Amo você...
E esse fato me dá coragem para atravessar
Sozinha
O deserto do Saara.
Você me ama?
Minha vida pode ser o próprio deserto
Que poderei atravessá-la sem tristezas
Pois cabem dentro dele milhares de Oásis.
Le monde est Charlie
Meu coração
Meu lápis
Minha pena.
Que pena!
Foram parados por uma bala
Traduzi nos meus desenhos.
Um grito de liberdade.
Igualdade, e por que não?
De fraternidade.
Herdei senhores, o velho sonho e ideal
Da Amada França
Não pensei na minha segurança.
Não tive medo da batalha
Que enfrentaria por introduzir
Em mentes,
Sementes
De dúvidas.
De um pensar maior
E questionamentos
Desconcertantes.
Não existirão mais na minha
Pauta de humor.
Meu deboche sério.
Meu despudor sem rancor
Meu humor satírico
Quase lírico...
Minha acidez sincera
Tecida só por eu ser um grande
E irrequieto pensador.
E agora..
A minha ironia aguçada, afiada.
Volta-se para mim.
De maneira contundente
Entranha estranha na minha história.
A mesma arma que provoca a minha morte
E me leva para a eternidade.
Crava em mim
A real Imortalidade.
Cartunistas do Charlie Hebdo.
De novo o Amor
Entrou o amor pela janela
Da minha alma.
Como se fora um chuvisco
Fino e leve
Pareceu-me a mim que seria breve.
No entanto, enganou-me e deteve-se
Empacado. Encravado.
Apossou-se de cada canto do meu Eu ingênuo
E foi tomando conta de tudo que ele é.
Da minha esperança, da minha fé
Dos meus sentidos e razões.
Sonhos e ilusões.
Assenhoreou-se de tudo
E quando dei por mim
Já não havia mais como retroceder e
Esconder-me dele.
Despencou torrencialmente
Dentro do meu coração.
E, enfim, virou tempestade
E sem piedade
Transformou-se em um calamitoso Tufão.
Meus Espaço
Tomarei posse do que é meu
Estou requisitando o que nasceu
Predestinado a me ter por dona
Nem em sonho me abandona
Minha noite de luar
Meu jardim e meu pomar.
Meu festival e meu luau.
Meu dia ensolarado
Meu refúgio encantado.
Minha sina. Meu destino.
Meu luzeiro. Minha mina
De diamante vermelho
Meu espelho
Que reflete minha alma.
Minha calma.
Calmaria e alegria
Minha dança de amor.
Minha música predileta.
Minha orquestra completa
E harmoniosa em consertos
Que me desconsertam por magia.
E me deixam bêbada de euforia
Qual é esse mágico lugar?
É o espaço que fica
Entre o teu tórax e os teus braços.
É isso mesmo
É o teu abraço.
Olhar de fogueira
Tira de mim esse olhar
Que queima como fogueira
Ilumina igual luar
Em noite de Lua Cheia.
Não quero me apaixonar
Vai doer com dor de morte
Igual navalha cortar
E mudar a minha sorte
De alma desimpedida
E meu Sul vai virar Norte
Da calmaria da vida
Nunca mais serei consorte
E vou sofrer de saudade
Se afastares, enfim...
Se teu olhar desviar
Um só instante de mim.
Debaixo do travesseiro
Poesia dentro da alma
Transito pela vida celebrante.
E se existe algo
que me acalma
É postar minha alma agonizante
Ou festiva
Segura ou à deriva.
Nos meus versos
Que às vezes rimam, ora não rimam
De acordo com o clima
Do meu coração
Minhas singelas palavras podem evocar
Saudade de uma vida querida
Lá atrás e por força maior
Não acontecida.
No entanto prossigo
Com perfil altaneiro.
Com a pose de quem ganhou todos os jogos
E meus rogos
Escondo-os debaixo do meu travesseiro
Albatroz
Albatroz quero barganhar
Com a minha inércia o teu revoar
Preciso dele pra encontrar
O meu amor neste mar
Do destino tão extenso
Tão denso
Que não consigo enxergar
Onde ele se encontra
Em qual onda ele navega
E se me espera.
Ensina também pro meu bem
A ter somente um amor
Da maneira que procedes.
Que para ele ser feliz basta ao meu lado
Permanecer até o fim.
E com igual sorte
Tua. Até a morte.
Troca de lugar comigo
Seja meu amigo.
Necessito sondar o céu.
E voar pelo infinito
Pro meu grito
De amor chegar onde ele está
E fazê-lo entender que estou solta e só
À espera de um único abraço
Mas, eterno.
Reflexões de Ano Novo
Hoje, ao passar ao lado da minha cesta cheia de frutas,
Notei uma laranja podre em meio às outras.
Apanhei-a e joguei no lixo.
Depois, limpei as que estavam próximas a ela.
Fiz uma breve reflexão da minha vida e pedi
Senhor, que nesse ano que se aproxima,
Retire da cesta da minha vida toda “fruta” que
Estiver deteriorada.
Que eu consiga enxergar quais pessoas representam
Na minha vida tais frutas.
E que eu consiga me purificar e me livrar de todo
O mal que por desventura, me deixei impregnar por elas.
Que eu não permita, Senhor, nenhum ser nocivo à minha volta
Que jamais se apropriem de mim e da minha vida.
Que não me atinjam e não causem nenhum transtorno
Quer seja para minha alma ou para a minha mente.
E estenda esse favor aos meus amigos.
Amém.
Feliz Ano Novo
Que o Ano Novo seja para ti uma viagem
Surpreendente.
Nas estações da tua vida.
Que ele traga grande alegrias e realizações.
Crescimento intelectual, emocional e financeiro.
De forma exponencial
Que a tua inteligência emocional atinja o equilíbrio
Para que compreendas e aceites todas as mudanças
Que se fizerem necessárias para um extraordinário
Convívio entre os irmãos.
Que a harmonia dê lugar, sempre, aos desentendimentos
Que teu círculo de amizade seja saudável e forte
E que contribua para que alcances a paz e a felicidade
E a plenitude
Que a tua saúde seja consistente e constante.
Que a criança que está adormecido dentro de ti
Acorde pra sonhar outra vez
Pra ousar reinventar folguedos de amor.
E que o homem e/ou a mulher já latentes
Resgate de maneira inteligente
A criança e o sonho.
Por que é de disso que precisamos:
Muito sonho pra corrermos atrás
Muita vida pra nos sentirmos VIVOS.
Que ano foi esse?
Que ano que é esse, que termina assim
Eu sem você e você sem mim?
Que ano foi esse que me levou seu amor?
Pro ano que vem eu peço um favor.
Devolve meu bem, que eu só vou celebrar
Se a vida trouxer meu amor pra ficar
Juntinho de mim com juras de morte
Se houver outra ida que seja por sorte
Dos dois lado a lado caminhando na estrada
Da vida e felizes. Só isso me basta.
Não vou festejar e nem veja talvez
Os fogos brotando no espaço outra vez
Estou preparando um abraço maior
Que essa tristeza de angústia e de dor.
E meu coração há de destilar alegria
E morrer pra eu nascer na pura magia
De amar sem medidas, e não haver mais
Entre nós dois, separação, despedidas.
Pro ano que vem, eu quero de volta
Meu bem, meu amor, só isso me importa.
A proposta de PAZ
Não terás nenhum brinquedo
Teus folguedos?
Uma fuga longa e dolorosa
Tua riqueza?
A tua incomensurável sabedoria.
E a magia de ser Deus e ao mesmo tempo homem.
Por que pusestes tanto amor dentro de um só coração?
O teu. Sacrossanto e humanizado!
E tinhas mesmo de nascer
Em pobreza tão singular para um Rei
Pra dizer pro mundo que é o que o bom
Cabe em qualquer lugar.
Não necessariamente precisa estar
No mais alto patamar das posses.
E o mundo não te seguiu
Capitalizou-se. Transformou-se num frio mercado
Onde se vende a honra e a palavra
E onde se compram cargos.
E os encargos de tais proezas ficam com os fracos
E desvalidos sem amigos no poder.
Por isso tudo precisas, de fato, renascer.
Nos corações de todos.
Pra que entendamos de vez a tua proposta
De igualdade e de paz.
Bem-vindo Menino Jesus
Está chegando um Divino
Menino nascido de um sonho
Menino querido feliz e risonho
Do Pai predileto
De glória repleto
De luz e esplendor
Garoto dileto
Oriundo do amor
Deus menino nascido
Da flor
De nome Maria
De alma singela
Dentre todas a mais bela
Humilde e estrela
Leveza de alma
Que a todos acalma
Se a buscam em louvor.
Mulher Divinal
Mãe do Redentor
É filho, o Altíssimo
Jesus, o Senhor
O Filho do Pai, Unigênito
De poder revestido
Oh! mãe, teu menino
Nós é muito bem-vindo.
Oh! doce menino.
De poder revestido
Mudou nosso destino
Seja muito bem-vindo.
Uma estrela pra ti
Nasce uma estrela no Oriente
E percorre um caminho luzente
Pra guiar os visitantes do menino
Que nasceu pobre, mas Divino
Cresceu e se fez rei do destino
Da humanidade que Nele crer
Dono da verdade e do saber
Ser Filho do Altíssimo, revestido
De graças e poder
De Majestade e esplendor
De sabedoria e de amor.
É essa a estrela que desejo que guie
Teus passos e te conduza
Por trilhas serenas e tranquilas
Que jamais tenhas que enveredar
Por desvios perigosos e traiçoeiros.
Que tenhas a coragem
De seguir
Os passos exemplares
Daquele que foi sem dúvida
O Magnífico
Deus dentro de um homem.
Que o Natal seja o ano inteiro
Desejo que a magia do Natal
Dure enquanto existir uma vida
No planeta azul, verde e marrom
Azul colorido pelas águas.
Verde tingido pelas matas
E marrom da cor da mãe terra
Que todo o sentimento
Que o Natal encerra
Seja traduzido para o amor
E que ele brote em cada coração.
Que as partilhas sejam efetivas
Que não fiquem vazias as mãos
De nenhum dos nossos irmãos
Que as lembranças festivas.
Perpetuem pelo ano inteiro
De dezembro ao janeiro de 2016
E que aconteça nos anos vindouros
Até os finais dos tempos.
Natal de Luz
Que o Natal extinga toda a melancolia
Que não sobre nem uma pequena nostalgia
Pela falta de um bem-querer
Que seja sempre um renascer
De coisas boas e conquistas
E que se estenda pela vida
Inteira. Todos os dias do ano
Sejam de um desejo soberano
De paz e amor
E seja como for
A caminhada humana
Que ela aconteça sempre
Dentro dos planos Divinos.
E que o Natal que traduz
Alegria seja repleto de luz.
A vida é BELA
Concordo que é a vida é de fato, bela!
Quando me debruço na janela
Da minha alma
E com absoluta calma
Contemplo as maravilhas
E os esplendor que existem
Em todas as criaturas
E revelações da natureza
No ruído do vento
No barulho das águas
No caminhar apressado das nuvens
No gorjeio dos pássaros.
No sol radioso
Na dança da lua: nova, crescente, decrescente, cheia
De amor e beleza
No cheiro da mata
De verde tingida.
Nas cores fulgurantes de um arco-íris.
E tudo tem uma proposta e uma mensagem
De paz e esperança
Pro ser humano que só não os entende
Por que não pára
Pra ouvi-los.
Canção pra Izabella
Interrompida a Ciranda.
Ficou por ser feita uma trança
Na doce adolescência
Das paixões, efervescência.
Desfeita uma esperança
Uma pequena birra por querer
Dormir só mais um pouquinho
E depois correr
Pra ganhar carinho
Da mamãe e de mais doar quiser.
Um desejo que não mais virá.
Um piquenique, um banho de mar.
Um segredo pra melhor amiga
Talvez uma pequenina intriga
Porque seria humana e aprendiz
Nesta grande escola do Universo.
Um desassossego leve
Quando o primeiro amor viesse
Morar no coraçãozinho meigo
Um riso solto
Uma mão na mão
Uma canção
Marcante pra compassar o ritmo da vida
Que não veio
Nem chegou ao meio
Brutalmente ceifada ainda em broto
E o desgosto
Nosso de perdê-la.
E Izabella virando uma Estrela.
A Amada
É tão bom estar aqui.
Passeando pela vida de bem com ela
Com meus amores e celebrando com o Universo
A magnífica permissão de poder sonhar.
E orquestrar todas as músicas que componho na alma.
Minhas melodias transmitem uma paz interior
Pro meu querido ego e desapego
De tudo que me é nocivo e perigoso
Gosto de caminhar por esta estrada
Que me foi oferendada
Para ser simples e feliz dentro do que cabe
No meu coração e quando almejo.
Pego. Requisito todo o meu desejo.
E sou correspondida pelo Criador
Que me ama com imenso amor.
Nesta maravilhosa estada.
Sou a absoluta Amada.
Amor
Guardei um luar no meu quintal pra ti
Armazenei na gaveta melodias de amor
Plantei carinho às pencas e depois senti
Necessidade de imprimir maior ardor
Nos versos que eu tecia à luz do luar
Pra recitá-los baixinho e te ver sorrir
Esperei uma vida só pra te encontrar
Numa vida inteira só pra te servir.
Coloquei um trovão dentro do peito
Só pra ribombar, trovejar minha cobiça
Toda vez que me olhar meio sem jeito
Com esse olhar de menino mais bonito
E em os todos os castelos que eu criei
Existe apenas um soberano, único rei.
E em total plenitude me ganhas
Sem barganhas.