Eduardo de Campos Garcia
Atitudes e palavras são sempre a representação dos valores existentes na subjetividade de cada pessoa. Não cobre afeto ou sentimentos de quem é oco ou razo. A dor existencial dessas pessoas as faz acreditar que são auto-suficientes. No fundo do oco que as habita, o que reverbera é o abismo do medo. Apenas acolha e sinta compaixão.
Quando a pessoa, seja na família ou seja em um possível relacionamento ou seja numa amizade, pede a você o "seu" superficial não tente e não gaste com ela o seu "profundo". Essa pessoa aprendeu a viver com pouco e o seu muito poderá não significar nada.
O som toca a pele da gente, penetra a alma e encanta porque tira pra dançar os nossos sentidos. É que sua harmonia vibra como convite do universo reverberando nossas memórias e imaginação. A música é expressão do que temos!
O líquido de São Paulo está no bruto do asfalto, no cinza dos prédios, na altura dos andares, no rosto das pessoas que reclamam com sua alma as incertezas. O líquido, para Bauman, é a perda da forma.
A dor é uma experiência de desequilíbrio ao mesmo tempo que uma manifestação do universo mostrando a fragilidade humana. Todas as pessoas chegam à vida, quando por meio de parto natural, por um ato de dor. A mãe que espreme seu filho, que abre seu útero, que dilata sua genitália, trás ao mundo uma nova esperança de humanidade. O parto, sem interferência farmacológica, é um ato de dor cujo amor se revela pelo desavio de suportá-la. O parto é um ato de fragilidade.
Momentos são períodos estipulados para que coisas diversas se resolvam, é parar para refletir sobre determinado assunto. O momento ou os momentos são demarcados pela necessidade
Falar, muitas vezes, se constitui pelo hálito que se sente em função da proximidade dos olhares e dos lábios.
O problema, se é que existe um problema, está na naturalização do afastamento como se todo ele, de toda espécie, fosse necessário.
a invenção da creche como meio de expansão da mulher e suas conquistas, pode ser uma falácia que precisa de atenção porque embora se tenha um espaço de acolhimento para com seus filhos, a manutenção da maternidade como que “realização do sonho feminino” se mantém como uma obrigação na sociedade ocidental
A creche, ao ser analisada tendo como base o pensamento de Wallon, anula as lembranças dos cuidados familiares na infância e os recoloca no território da instituição. O cuidado e a educação oferecidos pela creche são terceirizados. O afeto, na primeira infância, foi delegado a outras pessoas.
Quando os primeiros afetos se tornam terceirizados o sentido do amor, da responsabilidade e da saudade, também se alteram. No espiritismo e no espiritualismo isso é pensado como “lei do retorno”; no cristianismo, como pagamento de pecado e/ou castigo de Deus para correção da conduta, ateus poderão entender os fatos como destino circunstancial, probabilidade. Seja por meio do pensamento de um, seja por meio do pensamento de outro, o que fizermos hoje, provocará reflexos no amanhã. Mais uma vez retomo a idéia já apresentada anteriormente: não é possível esperar que nasça de uma semente de jaca um pé de laranja.
aquilo que escraviza não pode ser entendido como amor, mas como a paixão latente que captura toda autonomia própria e constitutiva do ser humano. Por isso, é preciso cuidar para que as tecnologias não tornem as existências obsoletas, síndrome da paixão pelo eletrônico, fim da relação de amor e afetos positivos
A palavra, embora se banalize pelo uso, sua banalização ocorre na camada mais superficial da sociedade denominada como “senso comum”. No profundo do seu significado ela conserva todo o seu teor político e econômico, conserva sua intenção excludente e hierarquizante.
Mas são as palavras que possibilitam sua evolução a ações cotidianas. São as palavras que autorizam, moralmente, a prática da exclusão. Basta colocá-la em circulação por meio de decretos, resoluções, leis que elas se tornam para o burocrata especifico seu método de organização.
Compreenda a dor, aquela escondida no peito por anos provinda de experiências vividas, que se manifesta nas palavras. Só haverá dor, onde houver vida!