Edna Frigato
Quando você me abraça sinto-me borboleta saindo do casulo, arrebentando as paredes que me confinam, sufocam, como se estivesse sendo lançada para fora da prisão dos meus próprios medos, para voar livre em um céu azul e sem limites.
Reconheci nos olhos dele um universo de mistérios, um mundo mágico e atraente que eu já havia conhecido, através de uma fenda nos meus sonhos de menina.
É impressionante a sua habilidade, sua percepção e consciência em dizer apenas aquilo que eu própria diria a mim, sem acordar os meus fantasmas, meus temores secretos e esse medo insuportável da perda.
Você é tão mesquinho e egoísta, possui um ego tão gigantesco, estrondoso e ensurdecedor, que é incapaz de perceber outro barulho que não seja os do seu próprio sentimento.
Desde que você se foi sinto como se o sangue tivesse deixado de correr em minhas veias, como se no lugar do coração tivesse apenas um enorme buraco projetado pela sua indiferença certeira.
Pouco importa o amanhã e muito menos o ontem, hoje somos um casal ébrio de paixão, cambaleando de felicidade.
Não tenho a pretensão de tirar nada do lugar, apenas plantar algumas flores nos teus espaços vazios.
A vida nada mais é que um delicioso coquetel de poesia, uma embriaguez que transcende a lógica e te coloca cara a cara com a magia.
Cansado das ausências e da saudade que me tortura o coração, meu corpo refugiou-se nos braços da solidão.
Por anos busquei a sabedoria perseguindo o conhecimento, até que um belo dia me dei conta: a sabedoria está no espírito e independente de conhecimento.