Edilson Alves
PAVIO
Rio-me desse rio
E dessa flora rio
Sei que no final
De cada um
Tem um pavio
Rio-me deles
De mim
Sem rio
E o pavio
Queima
O rio esquenta
A flora aguenta
Eu rio
Quem viu
O pavio
Por que quando acerto ninguém escreve?
Por que quando erro ninguém esquece?
Talvez seja porquê o amor pareça leve!
Se na caminhada, você perceber que a felicidade ficou pra traz, volte e busque-a, só assim você se tornará mais forte.
ALÉM DA JANELA
Eu...
Continuo olhando pela janela
Vejo alem das persianas
Outras janelas
Elas não são parecidas com a minha janela...
As vezes eu as acho tristes
As pessoas que estão nelas não tem a mesma visão
que eu tenho
Olhando da minha janela
o mundo é mais colorido...abaixo da minha janela
existe um jardim de poemas
Prontos para serem colhidos.
VEJA
veja
como tudo estar tão lindo
como a vida vai sorrindo
sem ligar o que passou
veja
como tudo estar mudado
caminhamos lado a lado
como Deus nos ordenou
Veja
como tudo vai em frente
sem dá bola a essa gente
que de nós desconfiou
Veja
quem viveu só a sorrir
quem sonhou, quem foi dormir
quando o dia amanheceu
Veja
Quem passou ansiedade
quem brincou com a saudade
quem de me já esqueceu.
COMO A VIDA MUDOU
Como a vida mudou
Como tudo estar lindo
Vejo todo mundo em festa
A natureza sorrindo
Nem parece o tempo
Que corria sangue pelo chão
Que reinava na terra
A Triste escravidão
Hoje podemos cantar
Podemos andar
Podemos falar de amor
Podemos curtir
A primavera em flor
Vejo sobre a natureza
Um mundo de esperança
O despertar do amanhã
Como um riso de criança.
MEU CORAÇÃO!
Meu coração sem maldade
Sem direção, sem juízo
Vive plantando saudade
E colhendo prejuízo
SONETINHO
Sonhar
Viver
Querer
Amar
Mudar
Crescer
Colher
Podar
Enfim
Sentir
Amor
E assim
Sorrir
Na dor.
O NOME NÃO DIZ TUDO
Em um final de tarde, estando eu, a passear pelas rua do Recife, fui atraído por um vendedor de livros. O sujeito começou a me mostrar os livros mais antigo, percebendo o meu interesse, abriu um grande baú, de onde tirou vários títulos.
O titulo que me chamou a atenção foi “ESPALHA BRASAS”de um escritor Paraibano de nome José Cavalcante. Folhei-o lentamente, e dei de cara com os seguintes versos:
Eu sou José Cavalcante
Conhecido por Zé bala
Moço, fui bicho elegante
Velho, foi-se minha gala
Mulher a de pouco siso
Que me chamam de pidão
Eu peço por que preciso
E elas porque me dão.
Comprei, paguei cinco reais por uma obra tão rara, esse é o valor do escritor brasileiro.
Continuei meu caminho, vinte minutos depois, esteva na praça dois irmão, eis aqui um lugar que deveria ser cuidado pensei! Cuidam nada! esses caras querem, é só gastar o dinheiro do povo. Isso eu só pensei, quem repetiu meu pensamento, foi um jovem casal que passava ao meu lado. (até parecia que lia meus pensamentos).
poucos minutos depois, estava assentado em um antigo banco de metal, debaixo de uma grande arvore.
Em vão procurei algum fruto, afim de identificar a arvore, isso mesmo, frutos, só identifico a arvore pelo fruto, e isso não é um principio bíblico, é falta de conhecimento mesmo. Se tem manga, repito: essa é uma mangueira, se eu vejo goiaba, já a identifico imediatamente como sendo uma goiabeira, e da ir por diante.
Não vi fruto, valia a sombra.
Fui a leitura, agora com mais calma, sendo interropindo as vezes, por uma mãe raivosa.
-sai daí menino, deixa o animal quieto!
-mãe, ele quer me morder!
Lia, e absorvia cada pagina!
Eu sou um tipo de animal que não morde crianças. Ou mordo?
Cinco minutos de pleno silêncio. É nesses momentos que me transporto de um lugar a outro com facilidade.
O pensamento cria asas.
Passaria o resto da minha vida ali. Aquele banco de ferro, ou era de bronze? Não sei. Só sei que faria dele o meu mausoléu, tal qual Manoel Bandeira. Percorreria as mesmas ruas. Visitaria aquela criança doente. "Em uma casa, a mãe embala uma criança doente".
Faria uma reforma na "Ponte Buarque de macedo, indo em direção a casa agra" E como Augusto dos Anjos, "Assombrado com minha sombra magra"
Construiria a minha tese em cima dos versos de Mario Quitana.
Todos aqueles que atravessa meu caminho
Eles passarão
Eu, passarinho.
Ou simplesmente releria as ultimas estrofes de Zé Cavalcante:
Eu peço por que preciso
E elas por que me dão.
Tudo seria possível, se não fosse aquele grito, que parecia vir do além.
Cruel, ou Cruel! Vem aqui por favor!
Fui tentado a sair do meu transe momentâneo, e me transporta a vida real.
O grito de alguém, chamando outro alguém, eram insistente, Cruel, ou Cruel.
Fui forçado a me virar. Mais não fiz isso de forma brusca, agi como que estar em câmara lenta, estava mas curioso em saber quem era Cruel, do que, em quem chamava.
Seria algum animal? se fosse, o animal, seria da raça Pit-Bul, sendo assim, seria melhor eu ser cauteloso em meus movimentos.
De repente, passa por me um jovem, não era do tipo negrão, Galegão, ricardão. Era apenas um jovem.
Era magro, muito magro.
fixei meu olhar naquela figura. Seus traços finos, voz suave. No seu andar, tinha a leveza da brisa. Mãos na cintura. Caminhava devagar. Quase parando.
Chega até sei interlocutor, poe-lhe a palma da mão no ombro, sacode a cabeça e pergunta:
-Que queres?
Passavam das seis horas.
Levantei. Sair caminhando lentamente, enquarto pensava:
O nome não diz tudo.
Cinco minutos de pleno silêncio. É nesses momentos que me transporto de um lugar a outro com facilidade.
O pensamento cria asas.
DEVOÇÃO
Não vivo eu, a devoção dos santos
Nem tenho em mente a liturgia, feita
Nas catedrais, que minha fé rejeita
Ao pé do altar, na ilusão dos mantos.
Não quero ouvir, os rituais em cantos
Cobrando juras, de quem não aceita
Falsas promessas de uma santa eleita
Intercedendo pelos fies em prantos.
Se vou a missa aos domingos, e choro
Fico em silêncio, e sem ter fé imploro
À cada santo, a soluçar eu clamo
Não quero o céu, este temido fórum
Nem purgatório, que me lava em cloro
Vi vê somente a mulher que amo.