Edgard Abbehusen
As palavras são mágicas, fortes e imprevisíveis. Elas saltam da nossa mente, do nosso orgulho, da nossa boca. Da nossa raiva. As palavras são venenosas. As palavras são traiçoeiras. Há quem diga que jamais disse aquilo que foi dito, pois não era a intenção de dizer. O amor muitas vezes é apalavrado antes de sentido. Comprometido sem ser consolidado. No ódio, as palavras desenterram pesos engolidos. E saem rasgando a pele da alma do seu alvo. No silêncio do outro, a angústia. Mas nunca a mágoa por ter ouvido o estrondo poderoso de palavras ditas sem certeza. Só com vontade. Saudável por completo mesmo é o silêncio que deixa a entender, mas não peca por excesso. Porque o que não foi dito, poderá ser revisto e compreendido. Porém, o que já foi jogado aos quatro ventos poderá voar e ganhar destinos incontestáveis pelo mundo.Sabedoria é usar o silêncio como escudo mudo no meio do caos. Onde todo mundo diz tudo o que quer. Atirando palavras para todos os lados. Onde todos os dias alguém é ferido ao ser atingindo por palavras perdidas.
Ficamos esperando o momento certo das coisas. A hora certa de dizer que ama. De chamar alguém pra sair. De sair do lugar que estamos, jogar tudo pra cima e recomeçar do zero. Ficamos esperando ‘as coisas se ajeitarem’ pra que a gente tome a iniciativa. Ficamos colocando os nossos sonhos de lado e tentamos planejar o que é imprevisível para o tempo.
Muitas vezes, somos reféns do medo que carregamos.
Porque achamos que as chances das coisas darem errado são menores se for a hora certa delas acontecerem.
Esquecemos, porém, que em cada passo que damos, temos metade da chance de pisar em falso. Seja na hora certa, ou agora.
A vida é um risco. Um sopro imprevisível que, de tanto esperar, pode nunca acontecer. Uma oportunidade que passa e não volta mais. Um momento qualquer do dia em que deveríamos avançar, mas hesitamos.
Dúvidas, medos e ponderações devem sempre nos acompanhar. Mas nunca dominar as nossas decisões.
Precisamos ir com certeza.
Ir com vontade.
Ir com determinação.
Tem gente que espera tanto a hora certa para viver a coisa certa, que só fica a espera da morte. Única certeza absoluta que teremos ao fim da caminhada. Única hora que nunca se atrasa.
Por isso, devemos abraçar a vida com muita reflexão dos passos errados que demos. Sem nunca evitar próximos passos. Novas experiências. Novos sonhos. Novos aprendizados, principalmente se a gente se permite caminhar com a coragem de mudar. Sempre que for preciso.
Mais um ano acabando e ela só quer continuar com esse sorriso no rosto. Com essa capacidade de acreditar na vida e em algumas pessoas. Porque um dia ela já acreditou em todo mundo e a grande maioria lhe decepcionou, sabe? Então, ela se tornou mais seletiva. E os anos se tornaram mais leves.
Aos poucos, ela foi amadurecendo. Não anda mais por aí dizendo que o seu ano foi ruim e que espera o próximo pra melhorar. Ela sabe que existiram e existirão problemas, dificuldades e que chorou e vai continuar chorando algumas vezes. Só que ela compreendeu que tudo isso faz parte da vida. E que também chegarão os momentos de alegrias, paz e muito amor.
Ao olhar para o ano que passa, ela fica contente de ter chegado até aqui com a bagagem repleta de novas e boas amizades. Com o coração batendo mais forte e o olhar mais decidido.
Quando se lembra do que teve que deixar para trás, ela sente muito. Sente pelas perdas e transforma a dor do luto em saudade. Sente por quem preferiu abandonar a sua amizade para seguir com outras amizades. Do amor que acabou quando ela queria que tivesse durado só mais um pouco. Mas lembra que nas suas orações ela sempre pediu para fosse livrada de todo mal.
Então ela diz amém e vai em frente.
Aguardando o próximo ano com os braços abertos e a alma iluminada. Desejando prosperidade, saúde, dinheiro no bolso e tudo que o novo ano lhe trouxer. Sem esquecer do que aprendeu. Sem se surpreender caso o ano novo lhe tire do chão ou bagunce a mesa pra ela ter que arrumar tudo de novo.
Porque ela só quer continuar crescendo com as vitórias e aprendendo com as suas derrotas. Colhendo os frutos das sementes que ela deixa pelo caminho. Sementes que, pra ela, tem que ser do bem e para o bem.
Quando a gente ama, cuidar é o mínimo. E o cuidado se manifesta nos pequenos detalhes. Nas pequenas doses escondidas nos minutos de um dia corrido.
O cuidado com quem a gente ama não deve ser razoável nunca. Tem que ser mantido sem ser cobrado, entende? É que quando alguém nos cobra cuidado, algo anda errado. Porque o cuidado é a base, é o essencial para fazer algo dar certo.
Nada com descuido vinga. Nem na vida, nem no trabalho, nem nos estudos, nos planos, nos projetos e muito menos no amor.
O descuido pega a semente que você plantou lá no início, durante a conquista, e mata de sede. O descuido é uma praga que se alastra e faz com que você se torne um estranho para quem você ama.
Se você pensa no amor, respira fundo e se imagina vivendo com a pessoa que está ao seu lado agora, não descuide dela jamais. Não a trate com rispidez, desprezo. Exclua a grosseria do seu vocabulário. Não dispare contra ela palavras duras que poderiam ser evitadas.
Se acalma. Pense que, por um descuido, você pode perder. E não há perdão que alimente uma relação ferida por falta de cuidado.
Então, ligue e diga que ama quantas vezes for preciso. Encha a sua relação de clichês, mesmo que os que convivem com vocês façam caras e bocas dizendo que aquilo tudo é muito chato e meloso. Abrace o seu amor. Beije muito e com vontade, como se fosse o primeiro beijo.
Surpreenda. Compre flores. Comam juntos. Dancem juntos. Façam coisas juntos, mesmo que você não esteja muito afim naquele dia. Abra mão de certos preconceitos e ouça a música que ela gosta de ouvir pelo menos uma vez.
Regue o jardim. Colha as flores. Usufrua dos frutos. Elimine os excessos, quando necessário.
Mostre ao amor e ao mundo que você está naquela relação por merecimento.
Disseram pra ela que o ano novo virá carregado de justiça. Que tudo o que foi plantando, será colhido. Então ela olhou para o ano que passou e sorriu. Levará com ela a sua fé que ficou ainda mais fortalecida. Levará com ela saudades que jamais serão esquecidas. Levará com ela a esperança de dias melhores. Sorriu ainda mais. Sentiu a brisa do vento trazendo as boas novas do novo ano. Agradeceu. Ela não sabe bem para onde está indo, mas tem certeza que a sua caminhada será altamente produtiva. Sua travessia, cheia de oração. Sua colheita, farta.
Não tenho medo de transbordar. Sigo caindo, me arranhando. Minha alma fica ferida. Carrego cicatrizes que para sempre serão lembradas. E mesmo assim, transbordo. Vou jogando intensidade em tudo o que faço. Em tudo o que sinto. Minhas amizades são cultivadas com verdade. Os meus amores são eternos. Sinto a certeza batendo forte no meu peito. Minha esperança nas pessoas é infinita. Me arrebento, mas não caio
na armadilha de viver nada sem graça.
Sem ritmo. Sem cor. Pela metade.
Por isso a minha gargalhada é alta
e os meus olhos brilham.
O ano passou e eu deixei que as coisas ruins passassem com ele. Retirei as experiências e guardei num cantinho que irei visitar sempre que necessário para reaprender. Agradeço, todos os dias, por cada pessoa que apareceu na minha vida. Pelos abraços, apertos de mão. Pelas vivências e viagens. O ano que foi me dizendo que devo olhar mais para mim, sem esquecer o outro. O ano que me preparou tão bem para o novo ano.
Existem coisas que, talvez, eu deveria ter feito diferente. Palavras que deveriam ser ditas de outra forma.
Mas não me arrependo. Foi bom.
Foi essencial. Ano que vem eu também vou. De coração e braços abertos para toda a sorte que existe no mundo.
Vai Menina... Tem o ouro do sol no brilho do teu olhar. Tua energia de leveza constante é o artifício necessário para encher de fogos o céu da tua estrada. É pra frente que se anda, menina. Se tiver que olhar pra trás, olhe. Repare nos livramentos que Deus te deu e agradeça! Agradeça ao perceber que você tem chegado aos lugares que pretendia chegar somente com quem - e com o quê - lhe é necessário.
Eu acho lindo o amor entre casais que se amam. Acho lindo demais aquele senhor na praia com a sua mulher mais nova. Ou aquela mulher madura beijando o seu jovem amado. Acho foda quem admira, sem julgar. Sem especular.
Afinal, jogo de interesse também existe nas relações convencionais.
É preciso muito amor e muita coragem para embarcar naquilo que foge dos padrões aceitos por uma sociedade nascida na hipocrisia e mergulhada em preconceito.
O amor não tem nem tempo pra essa confusão que as pessoas fazem no amor dos outros, gente. Nem tempo para regras que a gente quer impor a quem se ama.
O amor pode acontecer em frações de segundos e durar uma vida inteira. Ou pode ser construído durante anos e, simplesmente, acabar. Por descuido. Por acaso. Por um detalhe.
Vida longa aos casais que se amam. Que eles sejam eternos enquanto duram. Viva a quem se expõe, mesmo. A quem grita ao mundo que amar vale a pena.
O amor é atemporal. Está fora do domínio dos ponteiros de um relógio. Por sinal, o amor não usa relógio. Nem anda com pressa por medo dos atrasos. No fundo, ele sabe que só chega na hora certa, independente dos contratempos do caminho. Independente da diferença no ano fixado no RG.
O amor não pergunta nada a ninguém. Ele simplesmente acontece.
Que a gente aprenda a ligar o foda-se e a amar sem medo. A viajar sem destino ao lado de alguém que nos faz bem. A escutar os críticos e continuar caminhando. A escutar as piadas e gargalhar na cara de quem conta. A escutar o ‘eu te amo’ de quem a gente ama e suspirar fundo.
Cada dia mais amando mais.
Absolutamente nada está sob o nosso controle. Nem mesmo aquilo que a gente acha que define. Quando amamos, por exemplo. Dizemos, antes, que iremos escolher a pessoa certa. Listamos qualidades. Apontamos preferências. E o amor vai lá e nos colocar diante do que tem que ser, mesmo que seja tudo diferente do que dizíamos.
Quando estamos em um relacionamento, achamos que tem hora pra ter filho. Pra namorar. Pra morar juntos. Pra casar. E a vida faz um monte de confusão que, quando olhamos pra trás, já fizemos tudo isso ao contrário e respiramos fundo ao constatar que, por incrível que pareça, apesar de não ser nada como foi planejado, deu tudo certo.
A mesma falta de controle temos diante do ponto final.
Não somos nós que decidimos isso. Mas o coração. A gente até tenta, eu sei. Gostamos de pensar que pilotamos o mundo. Nos afastamos. Terminamos a relação. Entregamos ao destino. Ao tempo.
Esquecemos do mais importante: Nosso coração tem uma força surpreendente e ele só vai. ELE SÓ VAI. Ele só vai bater certo do lado de quem ele se sente tranquilo e confortável.
É só a gente lembrar que quando o amor acaba, quando o coração não suspira por quem está do nosso lado, nada adianta. Não nos resta tentar, mesmo que a tentativa seja apenas pelo costume. Mas quando ainda existe amor, existe esperança.
Por mais que a gente pareça forte. Por mais que a nossa força pareça invencível. Por mais que a gente encha os nossos pensamentos de frio para gelar o danado do coração, é aquela boca que desejamos beijar. É aquele corpo que queremos tocar.
Tentar, enquanto ainda existe amor dos dois lados, não machuca ninguém. Faz a história seguir o seu curso normal. A tentativa só machuca quando existe falta de carinho. De cuidado. De atenção. A agenda do amor é ele mesmo quem faz, entende? E quando existe amor, até um telefonema de dois minutos mata a danada da saudade.
Enquanto houver sorrisos compartilhados e coração batendo forte no peito, tenta. Tente até que a última centelha de amor se apague. Pode ser que, no final, valha a pena. #OxenteEd
ll Edgard Abbehusen ll
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Uma hora temos que seguir em frente. Aparar a aresta do coração que ficou machucado. Polir o sorriso para que ele brilhe mais. E viajar para novos destinos. Aproveitar novos amores. Sentir o gosto doce de outras bocas. Dançar ao som de outros ritmos. Sentir-se bem. Ficar a vontade na solidão da leitura de um livro. E até fazendo ou recebendo um cafuné enquanto a novela passa.
Uma hora, seguir em frente é necessário. É quase que uma necessidade de sobrevivência. O nosso organismo pede isso. Fica protestando contra a dor que nem sentimos mais, sabe? Seguir faz parte do nosso instinto. É quando a gente não consegue mais chorar e a gente se esforça até pra sentir saudade do que passou. Quando conseguimos voltar a lugares. Quando começamos a enxergar o futuro, sem o passado.
Não é pecado seguir em frente. E nem existe tempo exato pra isso. Você pode encontrar o amor da sua vida um mês após ter terminado com quem você acreditava ser o amor da sua vida. É complicado julgar, porque os que julgam, geralmente, estão paralisados com medo de viver. Não conseguem tentar nada. E quem não vive não é capaz de opinar a experiência de quem se joga. De quem aproveita e vai.
Por isso, não deixe de ir. Vá quando o seu coração tiver preparado e a sua alma tiver segurança pra voar. Vá com a intenção de ficar, não de arriscar. Vai, porque o mundo abre os braços pra quem sabe abraçar as oportunidades com força e coragem.
Siga em frente, mesmo. Não vire só a página. Escreva outra história, começando do zero. Troca a cor da caneta, a ordem dos capítulos, muda a letra. Organiza tudo de novo. Não faça jogos pra recomeçar. Apenas recomece.
Não tem mistério pra ser feliz nessa vida. Basta acreditar que você pode ser feliz. E que a felicidade é direta, é objetiva e muito simples. #OxenteEd
ll Edgard Abbehusen ll
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Nossa intuição é sagrada. Não significa que devemos levar tudo o que ela nos diz ao pé da letra, porque ela pode ser influenciada apenas por uma falta de simpatia, pelo momento que estamos passando ou pelo excesso que nos rodeia quando desconfiamos de algo.
Só que precisamos respeitar quando a nossa intuição se manifesta. Escutá-la, sabe? Não desconsiderá-la por completo. Porque se acendeu o sinal. Se o alarme tocou. Se algo sussurrou baixinho no nosso ouvido é porque no mínimo devemos ir mais devagar. Ter calma e respirar fundo.
A gente se empolga. Se apaixona. Se entrega. Conta todos os segredos as novas amizades. Deixando nas mãos da intensidade nossas ações e, contrariando a nossa intuição, vamos pulando etapas. Vivendo de exageros.
Como se o mundo fosse acabar amanhã, colocamos nosso sentimento em risco. E por mais que o outro esteja na mesma vibe que você, por mais que a outra pessoa seja intensa como você é, nem todo mundo tem a responsabilidade afetiva quando a euforia passa.
Por isso, nem tão devagar. Nem tão rápido. O ideal é ficar atento. Não se deixar enganar por equívocos. Mas apurar os ouvidos e tentar compreender a direção.
Paciência. Nossa intuição não joga palavras ao vento. Não desperdiça as suas forças em vão. Ela só abre o seu alerta quanto tem certeza que alguém vai sair prejudicado de uma história. É que quando temos caráter, a nossa intuição também se preocupa com o próximo. E se ela percebe que você não está na mesma sintonia quando pensa está, ela avisa. Acredite. Ela avisa, sim.
Então, não tenha medo, mas respeite o seu faro. A voz que vem de dentro e que você tropeçou, caiu e se ralou tanto para deixá-la mais apurada merece atenção. Afinal de contas, cicatrizes sentimentais não devem ficar no coração por ficar. Faça valer a pena cada experiência que viveu e saiba aproveitar para se rodear de pessoas que você mereça. E que mereçam você.
O tempo parece curto demais quando o assunto é viver. Porque é mais fácil culpar o tempo que só passa sem se defender. Então quando a morte chega, a gente se assusta. E o tempo continua passando. Falamos que a vida é um sopro. Que a vida é curta e temos que aproveitar. O tempo passa sorrindo e a gente se envergonha de culpar o tempo por todas as chances perdidas. Sinceramente, não sei nada sobre a vida, mas sobre viver todo dia aprendo um pouco. E já aprendi que tempo existe pra quem tem vontade.
Não quero perder tempo focado no que acham sobre mim. A opinião de pessoas que não conhecem a minha história e que só aparecem de visita na minha vida não importa mais. É muito fácil falar olhando de fora. Hoje todo mundo acha que conhece o outro pelas fotos nas redes sociais. Pelo sorriso estampado nas selfies. Pela demonstração de tranquilidade sem escutar o barulho que sinto por dentro toda vez que tenho que fazer uma escolha. Toda vez que perco alguma coisa. Toda vez que me perco. Só não vou perder mais tempo. Nem focar no que vem de fora sem atenção, só com o intuito de me tirar a paz. De fazer ainda mais confusão. Só pra atrapalhar. Que pergunta como eu tenho passado sem se preocupar realmente com o que venho passando. Deixe que falem, que digam. Que gritem. A voz da minha consciência é alta o suficiente pra me fazer seguir em frente. E de cabeça erguida.
Não quero ser injusto. Perdi o que não queria perder e ganhei o que não esperava. No final de tudo, as surpresas da vida valeram a pena. Não precisa ser rápido como queria que fosse. Não precisa ser hoje ou agora. Aprendi que tudo tem o seu tempo e o melhor sempre nos aguarda para o abraço da vitória. Por isso, o ano foi maravilhoso exatamente na dose certa. Nada de reclamar das lágrimas e feridas abertas que já estão cicatrizando, sabe? Que ano intenso. Ciclos que se fecharam. Recomeço. Amizades novas e tão verdadeiras quanto os bons e velhos amigos. Que ano, gente! Que ano!
Em 2018, vou curtir mais os lugares do que o celular. Esquecer um pouco essa obrigação de ter que abrir a câmera e registrar momentos que deveriam ser sentidos, entende? Também pretendo olhar pra frente. Como cantava o Belchior, ‘o passado é uma roupa que não nos serve mais’. Quero viver mais o presente e respeitar as lições do passado. Afinal de contas, cada experiência (boa e ruim) é uma aula pra vida. Em 2018, vou me cercar de boas energias, bons desejos e bons pensamentos. Quero atrair boas pessoas e já aprendi em 2017 que é assim que funciona. Você é o que pensa. Você tem o que atrai. E o mais importante. No novo ano, eu vou me lembrar, todos os dias e antes de gritar qualquer opinião, que sempre ganhei mais ficando em silêncio. Observar é uma virtude.
Tenho uma irmã chamada Aline e no último dia 9 de dezembro ela fez 29 anos. Aline não fala, não anda. Usa fraldas e minha mãe cuida dela como se ela ainda fosse o seu “bebê para toda a vida”, como ela mesma diz. Aline sofreu um erro médico quando era criança e o resultado foi uma lesão cerebral que a condenou ao estado vegetativo.
Cresci assistindo a luta dos meus pais em torno de Aline. Cirurgias, problemas respiratórios, convulsões. Cresci vendo a minha mãe abdicando várias coisas em prol do bem estar de Aline. Os médicos diziam que Aline não chegaria aos 12 anos. Ela fez 15. Depois disseram que ela não iria sobreviver até os 18. Aline, ano que vem, vai completar 30 anos.
Minha mãe tem 59 anos. Ela troca fraudas, faz mingau, passa noites acordada. Minha mãe carrega Aline para dar banho com a facilidade de quem carrega um bebê recém nascido.
O amor salvou Aline e a mantém viva até hoje. Ontem, viajando, refletia sobre tudo isso. Das vezes que ela foi internada. As convulsões. A pneumonia. A dor sentida que temos que adivinhar, muitas vezes. Os planos que foram adiados e mudados por conta dela. E, nesse tempo todo, Aline permaneceu com o sorriso e o brilho no olhar. Talvez a única expressão perceptível dela é o sorriso. Muitas vezes, ela gargalha, gente. Acreditem.
A gente busca o nosso bilhete da sorte todos os dias. Reclama do ano e, por problemas comuns e muitas vezes simples, carregamos o nosso tempo precioso com lamentações. Podemos falar, andar, ouvir, enxergar, trabalhar, usar as mãos e as pernas para buscar novos e grandes sonhos. Ainda assim, reclamamos.
A nossa sorte é a vida. O nosso bilhete premiado está na chance que temos de alcançar nossos objetivos. Acertar cinco ou seis dezenas é muito pouco diante da preciosidade de levantar, admirar o brilho do sol e abraçar quem a gente ama com saúde e amor.
Que seja essa a grande mega da virada em 2018. Gratidão por poder ser e fazer o quê a gente quiser. Feliz ano novo, gente, é pra quem sabe viver o ano da sua melhor maneira. Boa sorte pra quem aposta na vida.
Tem gente que subestima o amor. Acha que pode ir e seguir deixando-o para trás. Que o tempo fará o seu papel e cumprirá a sentença do fim. Que termina e não volta, mesmo com o coração pedindo pra voltar. Que prefere morrer de saudade, a morrer de amor.
Só que o orgulho e a vontade não ocupam o mesmo lugar. Um só vence a batalha interna no coração da gente. Beijam-se outras bocas. Viajam pelo mundo ou através dos sonhos. Aumenta a intensidade do som e quantidade da bebida na balada. Mas a gente sempre se esbarra com a lembrança do que tem que ser da gente, né?
E a cada tombo de realidade que a gente toma, um gole de esperança desce pela nossa garganta quando concluímos que esquecer não será tão fácil como imaginávamos que fosse.
É que não há dinheiro no mundo que suborne um coração para ele esquecer uma história. O amor não se vende. Não se entrega a felicidade momentânea que sentimos ao acreditar que estamos prontos para seguir. O amor luta pela nossa felicidade, apenas isso.
Não existe casa na praia. Lanchas ou bebidas caras.
Melhor balada? Esqueça. O amor não se deixa iludir pelo excesso de coisas que fazemos para despistar os nossos maiores sentimentos.
Por isso a gente larga tudo por ele e vai até os braços onde os nossos abraços conseguem ter paz. Por isso os antigos diziam que o amor não tem preço. Por isso ele não vem com etiqueta. Muito menos encontramos nas vitrines em promoção.
Atravessamos o oceano se for preciso. Movemos céus e terras pelo amor com ainda mais intensidade do que tínhamos quando queríamos esquecer que o amor existe. E quando mais uma batalha é vencida, a torcida vibra.
Porque não é o casal que vence, sabe? É o amor que fez mais um gol no jogo da vida! E a gente consegue acreditar na sua força com mais coragem pra viver a nossa própria - até então inevitável - história de amor. #OxenteEd
Sonhamos alto e os outros alertam para que os nossos pés sejam mantidos no chão. Nos exigem notas, diplomas e um bom emprego. Já nascemos e, ao nosso redor, os olhares que nos acham fofos serão os mesmos que vão mandar a gente desistir de lutar para ser feliz. Vão pegar os nossos sonhos, amassar e jogar na primeira lata de lixo que encontrarem pela frente. Colocam a gente na fila pra andar em linha reta aguardando o abate. Como se a felicidade fosse um ‘tabu’, a gente segue a boiada. Diplomados e empregados, ganhando um certo tostão por mês. Pagando as contas. Comprando remédios. Casando sem saber se é amor, colocando filho no mundo porque disseram que isso faz parte. Na igreja, no templo. Ouvindo e respondendo ‘amém’ as promessas do paraíso. De longe, Deus nos observa com os olhos do sol que dorme e acorda todo dia na esperança de que a gente vire a mesa. Mas a fila é grande e a vontade não pensa. Temos que seguir a boiada que vai. em busca do ouro do arco-íris que ninguém avisou que é preto e branco. Estamos sozinhos. E que a gente tenha força de vontade e fé suficiente pra ser feliz sem seguir a boiada. Que não sejamos só mais um. Que a gente pense no todo. No universo, em geral. Em cada detalhe que Deus nos deu para ser feliz e a gente desperdiça toda hora e todo dia. É que não existe bíblia debaixo do braço que nos salve das bobagens que fazemos ao outro para chegar ao pote de ouro. O arco-íris prometido é preto e branco. Por isso temos que colorir a caminhada.
Não se arrependa por ter tentado. De ter enviado mensagens que ficaram sem respostas. De ter ligado e pedido pra voltar quando bebeu demais na balada. Não se arrependa por ter batido na porta. Por ter ajoelhado, em pensamento ou presencialmente, pedindo mais uma chance. Não se arrependa de ter interpelado aos pais, aos amigos próximos, pelo menos uma vez.
Por ter chorado na frente de quem nem lhe conhecia direito. No trânsito, no ônibus ou no metrô enquanto toca aquela música que lembrava a viagem que fizeram juntos. Não se arrependa por ter pensando que a melhor história de amor da sua vida tinha acabado. Sério, não se arrependa. Eu também já quis me arrepender de tudo um dia.
Na verdade, a gente faz, pensa e diz muitas bobagens quando fica com o coração ferido. Quando a gente quer ficar mais um pouco na vida de alguém que já não nos dar mais espaço. A gente só não pode se arrepender de ter tentado, sabe? De ter feito a nossa parte para que algo desse certo.
Alguns chamam de humilhação. Outros vão achar uma idiotice danada e até falta de amor próprio. Mas isso que a gente faz de forma até meio boba e infantil é o amor se manifestando em ensinamento, gente. É ele nos dizendo que o sentimento do outro vai além das nossas vontades. Nos salvado até quando quem a gente ama nos diz ‘não’. Para que lá na frente a gente ame melhor e seja amado melhor, também.
Porque depois de todo esse desespero vem a resignação. A gente entrega ao tempo. Deixa nas mãos de Deus. Vai sobrevivendo até perceber que, para viver, a gente só precisa está bem com a gente mesmo. Encontramos outros amores da vida. Vivemos outras histórias, até mais intensas. Por isso, ao olhar para trás, muitos se arrependem de terem tentado de todas as formas.
Digo de novo, não se arrependa. Porque não há melhor sensação do que olhar para trás e pensar: Eu tentei e fiz o possível. Tentei demais. Insuportavelmente eu tentei. Então fica em paz, certo? Como diz a música, gente: “É sempre mais feliz quem mais amou”. #OxenteEd
A gente não pode passa o tempo procurando defeitos nos outros pra não perder tempo de melhorar os nossos.