Edgard Abbehusen
É o amor que salva a gente. Por diversas vezes, nas mais conflitantes situações. Quanto tudo parece perdido, ele chega. Se apossa. Coloca um sorriso no nosso rosto. Aumenta a nossa imunidade. Amar melhora a pele. Aumenta nosso apetite. Detém qualquer partícula de ódio. Causa o esfacelamento da angústia. Amar torna a nossa alma saudável. Até o brilho do sol fica mais intenso quando o amor chega. E a lua fica diferente quando estamos verdadeiramente apaixonados. Por alguém, por nós mesmos. Amar é a energia que move o mundo, mesmo com toda a maldade que existe e insiste. Mesmo com tanta gente em fuga. Deixa o amor chegar. Entrar. Fazer bagunça. Uma bagunça que cura. Deixa o amor ficar. E que ele vá e volte sob diferentes rostos, formas e cheiros. Às vezes, amar é a cura que precisamos.
[MORADA]
Diga que me ama.
E só não diga,
Mostre.
Se não souber
Como mostrar,
Solte-me.
Deixe-me ir
Quantas vezes
Eu quiser.
Eu sou morada
De amores fortes.
Solte-me.
Eu vou ficar.
E, se eu for,
Se for forte,
Irei voltar.
Sempre serei -morada-
de amores fortes.
Há uma genialidade em Rebeca que une amor e sabedoria. Rebeca sabe o que quer. E, das vezes que não soube dizer o que queria, deixou respostas em branco e pulou pra próxima questão. É que vida deu muitas voltas em volta de Rebeca. Pessoas a magoaram, pessoas ao seu redor foram magoadas mas, com a genialidade comum das Rebecas, ela não se deu por vencida. Pelo contrário, tirou lições incríveis. Receba transita tentando se equilibra nas suas experiências. E o seu encanto mora nesse malabarismo de sabedoria.
Talvez Ludmila não mande te avisar nada.
Porque Ludmila não é de mandar recados. Ela vai e diz. Hoje, amanhã ou depois. Uma hora Ludmila vai dizer o que lhe aflige a alma. Ludmila é
paciente, afinal de contas, foi a sua
perseverança que a fez chegar a lugares
inimagináveis e inacreditáveis.
Mas, Ludmila tem uma inconstância premeditada.
Ela chora, grita, dança, canta e conta uma piada bem engraçada – ou não.
E é isso que torna Ludmila única, de presença imprescindível.
Geralmente são compostas. E há uma infinidade de
composições delicadas para aprimorar a força de uma Ana. São tantos amigos, que às vezes ela perde a conta. É que quem tem uma Ana, sabe sempre pra quem ligar quando o
coração aperta. Ana é travesseiro. É remédio. É o silêncio despindo palavras inconfessáveis. Ana rompe as barreiras
do que é bom. É algo mais. Quando pensa-se tratar de uma borboleta que embeleza o jardim florido, Ana é o próprio jardim com todas as suas lindas flores perfumadas e
coloridas disponíveis. Composta ou, simplesmente, Ana.
Adorável Ana.
Seus sonhos não lhe tiram a paz de viver um dia de cada vez. Alice é esperta o suficiente para diferenciar o mundo real do encantado.
Ela é fera em colocar as cartas na mesa e tirar coelhos da cartola quando lhe apertam o coração.
Mágica, intensa e verdadeira, Alice mantem os seus dois olhos bem abertos, mesmo quando todos a sua voltam imaginam que ela esteja dormindo no ponto.
Atenta e observadora, ela permanece com a calma de quem é convidada a um chá de loucos.
Alice é um enigma. E só chega ao seu coração quem
verdadeiramente souber desvendar a sua alma.
Consciente das suas virtudes, Vanessa não é presa fácil para a baixa autoestima. Valoriza a sua história e ao espelho deixa claro sempre quem é que manda. A força de Vanessa para vencer desafios vem da fé que norteia o seu coração repleto de amor. Por ela e pelo próximo. Ajudar. Colaborar. Enfrentar o mundo e os seus padrões de desafeto. Vanessa carrega uma tolerância desmedida e, principalmente, coleciona lindas e valorosas amizades ao longo da estrada. Vanessa não se rende.
Pacificamente, ela não se rende. Porque a maior arma de Vanessa é o amor. E até aqui é assim que Vanessa tem vencido.
Das grandes batalhas que tem enfrentado na vida, Laís tem procurando manter-se integra aos seus princípios. Mas a fortaleza de Laís, na verdade, está na tentativa. Com a alma partida, coração machucado ou lágrimas nos olhos, Laís não fica imobilizada nas adversidades. Ela segue transformando dores em força bruta e singular. Tudo isso por acreditar que o bem, no final, sempre irá prevalecer. E com a tranquilidade da certeza de estar do lado certo, Laís arruma os cabelos, enxuga as lágrimas, levanta a cabeça e segue. Linda, forte e invencível.
Poesia em versos delicados, Fernanda é o avesso nos dias tristes e consegue ser ousada e surpreendente quando todos esperam que ela desmorone. Original em sua solidão, não teme entregar o seu coração para se perder por amor, mas sim em perder o amor que existe em seu coração. Autentica com sorrisos poéticos, Fernanda espalha versos com seu perfume. Poucos irão compreender a força das suas decisões, afinal Fernanda protagoniza com elegância a sua própria história. Sempre.
Eu só preciso que você continue forte. Firme. E que você não desista, assim como você nunca desistiu de mim. Até mesmo quando eu mereci. Eu só preciso que você mantenha seus princípios. Que nunca quebre as regras do jogo. Que, ao lembrar das nossas brigas e disputa por atenção, não esqueça do final onde
dormíamos abraçados e planejando as travessuras do dia seguinte. Eu preciso que você siga sabendo que pode contar comigo. Amanhã ou depois. Agora, se quiser. Porque é assim que Deus quer. Que sejamos um do outro. Um pelo outro. Independentemente de qualquer coisa, que sejamos irmãos. E seremos, sempre!
Tenho aprendido que, não importa o caminho que eu siga ou as escolhas que eu fizer, algumas pessoas simplesmente nunca irão gostar de mim. E para essas pessoas, por mais engraçada que seja uma piada que eu conte, elas nunca irão sorrir. É questão de empatia. Não significa que eu seja bom e elas sejam ruins. É uma matemática simples e natural. Por isso, manter-se firme na sua opinião é fundamental para preservar a sua essência. Até porque, você nunca vai agradar a todo mundo, muito menos quem só espera você se manifestar para bater de frente. Apenas leve o amor no coração e seja leve. Lembre-se que o sentimento de ódio une as pessoas. Mas, o amor une somente pessoas especiais.
O ator de 54 anos, Domingos Montagner, deixa mulher e três filhos. Morreu numa tarde de quinta-feira, após passar a manhã gravando cenas finais de uma das mais belas e densas novelas da Rede Globo, Velho Chico. Um mergulho em uma tarde de quinta-feira. Em uma folga, ao lado da companheira de trabalho, Camila Pitanga. Rápido como o estampido de um estouro. Segundos de distração nas correntezas de um rio carregado de misticismo e significado. Um rio onde, dias atrás, cenas da novela se desenrolavam no afogamento e resgaste do seu personagem.
Em um estampido. Daqueles que causam choque e que não sabemos se é tiro ou se é bomba. Talvez, em um tempo menor do que o barulho que nos causa a mente. A vida se esvai. Escapa das nossas mãos em uma dança melancólica de perplexidade, como declarava os repórteres globais ao anunciar a morte do colega de emissora. Perplexidade. A morte e seus significados. E essa mania de mexer com o coração da gente. Com o estomago da gente. Eu, que tanto tenho me irritado ultimamente. Que tenho estourado por tão pouco. Que tenho dito tantas coisas desnecessárias a gente que não vale a pena, e deixando de dizer tantas coisas que vale a pena as pessoas necessárias. Eu, que tenho pedido pro dia ter um pouco mais de tempo pra que eu possa dar conta de tanta coisa. Que tenho mantido com o café uma relação séria e essencial para manter os meus olhos abertos..
A morte e seus efeitos. O sentimento de tristeza é obvio. Um ator, protagonista de uma novela em reta final. Mas, o choque é por saber o quanto somos e estamos à mercê de morrer. Amanhã, daqui a uma semana. Ou agora. Brincamos de viver, achando que nunca vamos morrer. E quando acontece um fato desses, engolimos seco. A morte mostrando quem manda. E quem se habilita a desafia-la agora?
Algumas pessoas, ainda que ganhem algo, perdem sempre. Eu, uso as minhas derrotas para sair ganhando. E sigo, sentindo muito por esses que, ainda vitoriosos, são verdadeiros pobres de espirito. Derrotados, até mesmo quando vencem. Vencer não é pra qualquer um. A vida é repleta de enigmas. E as vitórias e derrotas são recheadas de significados. Cuidado pra sua vitória não ser ilusória. Irrisória diante das batalhas que jogam a gente pra frente.
Afinal, toda vitória tem um preço.
Toda derrota, um aprendizado.
Haverá dias em que será preciso desprender-se dos limites impostos pelos anos que passam sem pena, atropelando a leveza da nossa história. Haverá dias em que será preciso voltar-se para si e ver-se criança. De novo. Sob uma nova perspectiva. E pular. Gargalhar. Falar bobagens além daquelas que já dizemos quase sempre, sobre assuntos que defendemos apenas por interesses pessoais. Haverá dias em que será necessário perder o interesse do resultado. No jogo, na vitória. E apenas vivenciar a partida com entusiasmo, vontade e perseverança. Dias em que desejaremos, de todo o nosso coração, um colo para nos dobrarmos e chorarmos. Nos despindo de toda a força e felicidade obrigatória dessa gigante roda torturante de parecer sempre bem. O pula-pula. O pega-pega. O pique-esconde. A amarelinha solta pintada no chão da rua. A bola passando entre os dois chinelos de dedo. O grito de gol. O abraço apertado. O amor que não tem beijo - e nem precisa. Apenas uma contemplação e admiração de uma beleza percebível aos olhos da alma. Sem escudos. Haverá dias em que precisaremos ter medo. Do escuro, do trovão. Do monstro debaixo da cama, de dentro do armário. Ou de nós mesmos. Para lembrar que nem sempre seremos fortes o suficiente como quando éramos crianças.
Quanta leveza você carrega nesse teu sorriso. Ao ponto de tornar os grandes problemas da minha vida inúteis e incapazes de abalar essa estrutura sólida da história que estamos construindo. Quanta beleza nesse teu olhar. Que me encoraja a olhar pra frente. Na certeza que você estará ao meu lado. Sempre. Quanta verdade na tua palavra. Que, na verdade, nem precisa ser exatamente dita. Quanta força em teu abraço. Um carregador humano de energia positiva. Quanta sorte é você. Ter você. Em minha vida.
Amar é se recostar.
Se recontar em inúmeras equações matemáticas e entender que o destino nos quer ali. Juntos. Amar é essa força que aproxima a gente. Que enche nosso coração de paz ao estar perto um do outro. E ainda que a conta seja de subtrair, a gente subtrai. A tristeza. O tédio. O sossego. E bagunça de novo pra arrumar a conta. Ao se dar conta, inclusive, que no jogo do desapego, a gente perde. Porque o que a gente quer mesmo é se pegar.
Na sala, no quarto. Na cozinha, enquanto eu tento me concentrar na tua imagem ao mastigar qualquer alimento. Percebendo que até ali a tua boca me chama.
Amar é essa vida louca feliz que encontramos pra viver. Fazendo malabarismo pra matar nossa vontade de estar juntos. De perder horas ao telefone. Esticando a noite até o dia seguinte. Enquanto você estica as tuas pernas por cima das minhas. E eu coloco a minha cabeça no teu peito sem a interferência de nenhuma roupa.
As batidas do teu coração dizem “eu amo você”.
É, eu escuto.
Amar é isso.
É saber, ter certeza.
Sem que o outro diga nada.
A gente sente.
Ela conta o tempo com as marcas que carrega no sorriso. Uma forma que encontrou de, apesar de tudo, expressar alegria cativante sem esquecer do gosto salobro das lágrimas que lavou a sua alma. Seu coração, massacrado, ainda bate. E isso, pra ela, é uma virtude e um sinal. Sinal de que se ele, que tanto doeu, continuou batendo, porque ela haveria de parar? E aquele sorriso atraente seguiu à risca as ordens. Brilhando. Por onde ela anda, explodem rastros de superação que inspiram outras dezenas dela. Meninas, mulheres. Que se espelham tentando sobreviver a essa onda de desilusões sistemáticas. As marcas do seu sorriso é o recado para quem hoje chora o desespero do livramento daquilo que tortura o peito, nos trilhos pavorosos que carregam vagões cheios solidão. Sua resiliência ensina que ser feliz é a única e mais inteligente forma de seguir em frente. Por mais que as dores sejam intensas a ponto de fazer curva o corpo. No jogo da vida, ela diz, não perdemos nada além daquilo que não era pra ser nosso. Entendê-la é compreender que seguir em frente não basta. Que dançar na balada ao som de modões e copos cheios de álcool não é suficiente. Que beijar bocas anônimas e declamar poemas de desapego em legendas de selfis só causam ruídos na comunicação entre o que você é e aquilo que você quer acreditar que seja. Entendê-la, é perceber que o sorriso de felicidade vem após a exata compreensão da vida. E que, assim como ela, as que admiram ela também irão carregar em seus sorrisos abertos um livro de experiências, saudade e amores que não deram certo. Entendê-la é saber que um dia ela, e as que admiram ela passar, irão se olhar no espelho, respirar fundo e pensar: Ainda bem que não deu certo. Mas, um dia, dará.
Às vezes, é bom sair de cena. Sentar na plateia. Ser o espectador de todos os que nos rodeiam. Foi o que eu fiz. Observei, com cuidado, os que mereciam minha empatia. Os que mereciam minha amizade. Meu respeito. Meu escândalo, quando necessário. E, com ainda mais cautela, observei os que só mereciam o meu silêncio.
E foram muitos.
Não é o desprezo,
nem o mau desejo.
Muito menos vingança.
Mas o silêncio.
Apenas.
Ela não acredita mais nos mitos e tradições da passagem do ano. No fundo, ela só vai acordar em uma data do calendário e dormir em outra, depois da meia noite. O branco, o espumante e as ondas são só para cumprir o protocolo. Ela vai juntar os cacos do que restou dela depois de um ano cheio de surpresas agradáveis e desagradáveis. E, conversando com ela mesma, fica admirando a falta de empatia de muitos que, durante algumas horas até o dia seguinte, se transforma em simpatia de todos. Por isso, quando os fogos anunciarem a chegada do novo ano, ela só quer continuar sendo forte para continuar sobrevivendo a toda essa loucura do mundo. Só isso.
Depois do desespero ou da dor, vamos nos reerguendo aos poucos. Sorrindo, sem nos dar conta. E, quando a gente menos espera, estamos gargalhando pra vida. O tempo faz isso. Vai consertando a gente. Remendando as faltas que as nossas lembranças carregam. E vamos dando voltas e voltas por cima ao longo da estrada repleta de surpresas. Boas e ruins. Se você estiver triste e passando por um momento de dor profunda, seja por qualquer motivo, repare em volta quantas e tantas pessoas passaram pelo que você está passando. E elas estão vivas. Vivas para te contar que você também vai sobreviver a isso. E, sem dúvida alguma, sairá desse redemoinho muito mais forte.
Cansei de gente que aponta. Que fica dedilhando os erros dos outros. Que julga, sem entender a história, sabe? Essa gente que procura o momento certo pra ganhar a intimidade intimidando. Que fala, pejorativamente, dos defeitos alheios. Cansei dessa galera que fica apontando quem passa na rua. Que tira prints de quem engordou ou emagreceu, quem casou ou separou. Cansei dessa reportagem toda da vida alheia. Sei lá, viver pra mim tem sido mais interessante. Quero descansar com gente que aponta pra fé, apenas. E, quando eu precise, me ajude a remar. Do resto, quero distância segura.
Ela vai pro baile das santinhas. Ela dança e desce até o chão. Explode o sorriso e grita ao mundo a sua alegria. Ela é Bahia, é fé e é afoxé. Ela é o dendê
queimando tudo aquilo que lhe faz mal pra transformar em um delicioso abará
completo e axé. Sim, ela vai de joelhos subir a as escadarias do Bonfim. Vai, sim, amarrar a fitinha e fazer quantos pedidos ela achar que tem o direito de fazer.
Santinha. No baile, na vida e no amor. Beijando e dançando. Rebolando e rodando a baiana que existe dentro dela.
Maravilhosamente linda e fascinante.
E entenda uma coisa:
Ela é santa, porque ela é livre.