Dr. Martyn Lloyd-Jones
Só existem duas posições: ou estamos em Adão, ou estamos em Cristo. Não há posição intermediária. Você não poderá ser um salvo sem estar ligado a Cristo, sem estar em Cristo. E, assim como não há posição intermediária, assim também não pode haver processo progressivo nesse ponto.
A nossa morte com o nosso Senhor é algo que diz respeito a nós exatamente do mesmo modo como é verdade que todos nós pecamos quando Adão pecou.
Devemos mostrar que o objetivo supremo das nossas vidas não é deleite e prazer, não é ter vida cômoda, e depois constituir comissões para verem como podemos empregar o nosso tempo de lazer, ver o problema de como manipular as nossas horas de lazer! Longe disso! Devemos estar fazendo alguma coisa, devemos estar trabalhando, devemos estar labutando, e fazendo isso com toda a nossa energia, cedendo a um pouco de suor honesto e sabendo o que é ir para a cama cansado, com a sensação de que vivemos como homens, e não como mandriões, como parasitas, edificando-nos sobre capital alheio e tirando do sustento e das forças de outrem. "Trabalhe", diz o apóstolo, "fazendo com as mão o que é bom".
Não importa qual seja o seu orgulho; qualquer que seja o orgulho ou a confiança ou a segurança ou o que for que você veja em você, ou qualquer coisa que você possa fazer ou faça pessoalmente, foi reprovado e condenado uma vez por todas pela morte de Cristo na cruz.
Estar vivo para Deus significa que você está dentro do propósito de Deus, do Seu plano grandioso e eterno, que data desde antes da fundação do mundo.
Você não pode entrar e sair da graça; não pode ser salvo um dia e não estar salvo no dia seguinte, não pode ir para lá e para cá. Ou você está sob o domínio do pecado e de satanás, ou está sob o domínio da graça e de Deus. Se você é filho de Deus, você continua sendo filho de Deus, e, quando pecar, não deixará de ser filho de Deus. Quando o seu filho faz deliberadamente o contrário do que você lhe disse que fizesse, não deixa de ser seu filho. Ele está pecando como filho, e não se torna um estranho porque pecou. A mesma coisa se dá conosco, como cristãos que somos, quando pecamos contra Deus. Portanto, se compreendemos isso, nunca mais permitiremos que o pecado nos leve de volta, por assim dizer, ao princípio, e que nos faça duvidar se somos salvos ou não. Ao contrário, devemos dar-nos conta de que toda vez que pecamos, pecamos deliberadamente como filhos de Deus. Não mais estamos meramente infringindo ou ofendendo a Lei; agora estamos ferindo o amor. Isso é muito mais grave, mas não é uma ofensa legal.
Na interpretação das Escrituras é sempre bom ter o todo na mente antes de passar às partes; e nunca devemos interpretar as partes de modo que não correspondam à nossa concepção do todo.
O caminho da santidade é compreender quem você é, e sempre lembrar isso e a honra da família, a honra do Seu Pai, a honra de Deus. "E qualquer que nEle tem essa esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro. (1 João 3:3). Esse é o argumento,e, se eu e vocês compreendêssemos a nossa relação com Deus agora, e a Presença de Deus conosco sempre, em pouquíssimo tempo resolveríamos o problema da santidade e da santificação quanto a nós. Não ficaríamos esperando experiências particulares, compreenderíamos que somos um com Deus e que estamos nessa relação, e, por causa disso, veríamos que tudo o mais é impensável.
O que é doloroso com relação às pessoas que se acham em dificuldade quanto à salvação é que elas nunca entenderam a doutrina bíblica sobre o pecado. Sempre o maior problema é uma concituação errônea do pecado. Muitos dizem que se você simplesmente juntar forças e empenhar-se, se tão-somente viver virtuosamente, e assim por diante, você agradará a Deus e Ele ficará satisfeito. O verdadeiro problema com tais pessoas é que elas não entendem o significado da palavra pecado. Elas pensam que podem salvar-se a si mesmas. Nunca enxergaram a necessidade que têm deste grande poder de Deus. Isto se deve inteiramente ao fato de que elas nunca se viram como de fato são.
O melhor corretivo contra o orgulho e contra tudo o que o acompanha é conhecer a Deus, Seu caráter e a verdade sobre Ele.
Não tenham nada a ver com as obras das trevas. Sejam drásticos. Não façam nenhum trato com elas. O princípio importante, parece-me, é este: vigie o começo. Não debata, não discuta, não tenha nada a ver com o pecado, se é que você é sábio: despoje-se totalmente do velho homem. Não temos todos nós experiência disso? No momento em que você mal dá ouvidos ao diabo, praticamente já ficou por baixo. Se você discutir com ele, certamente você será derrotado. Não converse com ele, não troque expressões com ele. Se você começar a falar com o diabo e a ouvi-lo e disser: ora, por que não? Eu quero entender... você já estará batido, ele sempre o derrotará; ele é astuto, ele é esperto, ele é brilhantena arte da resposta pronta; ele conhece todos os argumentos. Assim que você começa a dar lado ao pecado, você está liquidado. Não tenh nenhuma ligação, nenhuma comunhão, com as obras infrutuosas das trevas.
Dizer às pessoas que não importa o que alguém crê, contanto que viva uma vida louvável e faça o bem, não somente é uma negação do Evangelho, é também fadado a desencorajar as pessoas, levando-as a rejeitar a única verdade que pode salvá-las.
Ou você se submete completamente a essa autoridade (a Bíblia), ou então a opinião de um homem é tão boa como a de qualquer outro - e isso significa que você fica sem nenhuma autoridade.
Se vocês estiverem pondo a sua confiança em seus sentimentos ou em seus caprichos e em suas disposições, acabarão vendo que não têm nada.
O subjetivo sempre deve seguir-se ao objetivo. A tragédia é que muitas vezes há pessoas que colocam o subjetivo antes do objetivo.