Donna Tartt
É difícil consertar as coisas. Você nem sempre tem essa chance. Às vezes tudo o que pode fazer é não ser pego.
E, cada vez mais, vejo-me escolhendo essa recusa em recuar. Pois não ligo pro que dizem ou com que frequência ou sedução – ninguém nunca, jamais, vai conseguir me convencer de que a vida é essa coisa incrível e gratificante. Porque, esta é a verdade: a vida é catástrofe.
Para entender o mundo de fato, às vezes só o que você podia fazer era focar numa pequena parte dele, olhar bem atentamente para o que estava mais à mão e fazê-lo valer pelo todo.
Amar demais os objetos pode te destruir. Mas, se você ama uma coisa o suficiente, ela ganha vida própria, não ganha? E o objetivo todo das coisas – das coisas belas – não é te conectarem a uma beleza maior?
Um grande desgosto, e um que estou apenas começando a entender – não escolhemos nosso próprio coração. Não temos como nos forçar a querer o que é bom para nós ou o que é bom para outras pessoas. Não escolhemos ser as pessoas que somos.
Quando você ficar com saudade de casa, é só olhar pra cima. Porque a lua é a mesma aonde quer que você vá.
O primeiro dever do romancista é entreter. É um dever moral. As pessoas que leem seus livros estão doentes, tristes, viajando, na sala de espera do hospital enquanto alguém está morrendo. Livros são escritos por solitários para solitários.