Dom Maciel
Os simples atos de sonhar são reservados aos iniciantes, enquanto os especialistas dedicam-se à elaboração e projeção de um porvir promissor.
A quantidade de hélio que o nosso sol queima durante um ciclo de vida humana é ridícula de tão efêmera.
O tempo, esse conceito intangível que permeia todas as dimensões de nossas vidas, é muitas vezes subestimado e mal compreendido. De maneira sutil, porém incessante, ele tece sua teia ao nosso redor, moldando nossas experiências e definindo nossas jornadas. No entanto, é frequente observarmos o mau uso do tempo por parte da humanidade, desperdiçando preciosos instantes em atividades fúteis e sem propósito.
As consequências desse descuido para com o tempo são inúmeras e profundas. As oportunidades perdidas, as relações negligenciadas, os sonhos adiados - tudo é fruto de uma gestão inadequada desse recurso precioso. O tempo, uma vez perdido, não pode ser recuperado, e suas marcas se inscrevem indelevelmente em nossas trajetórias.
Por outro lado, quando utilizamos o tempo com sabedoria e discernimento, somos capazes de colher frutos inestimáveis. O tempo bem empregado nos permite alcançar nossos objetivos, cultivar relacionamentos significativos e nutrir nossa alma com experiências enriquecedoras. Cada instante bem vivido se torna uma semente de crescimento e aprendizado, ampliando nossos horizontes e enriquecendo nossa existência.
Assim, é imperativo que aprendamos a valorizar o tempo e a investi-lo com cuidado e propósito. Cada momento é uma dádiva única, uma oportunidade preciosa que não deve ser desperdiçada. Que possamos, portanto, cultivar a consciência da fugacidade do tempo e aprender a usá-lo com diligência, apreciando a efemeridade da vida e valorizando cada instante como uma oportunidade de crescimento e realização.
No inevitável limiar em que a balança da existência começa a pender, mais significativamente para o passado vivido, do que para o futuro a ser vivenciado.
Sim, não espere o próximo equinócio
para celebrar sua essência
Ante os desígnios do destino, em cujas mãos repousa o timão que dirige o curso de nossas vidas, nenhuma força mundana detém o poder de alterar a essência que nos define. Não obstante, os ventos da adversidade e os redemoinhos da provação, ao nos fustigarem, podem revelar com clareza a têmpera de nossa alma, desvelando aos olhos do mundo a própria substância de nosso ser.
Pois assim como o fogo tempera o aço, purificando-o de toda impureza, também os percalços da existência têm o condão de expor a nobre fibra que jaz oculta em nosso íntimo, elevando-nos acima da condição comum e fazendo resplandecer a singularidade que nos distingue.
Dessa forma, recebamos, pois, com serenidade os desafios que se nos apresentam, cientes de que, se não possuem o poder de nos transformar, detêm o dom de nos revelar em toda a plenitude de nossa autêntica natureza.
Oh, que deleitável experiência é entabular uma conversação com um interlocutor cujas emanações positivas ressoam, que induz a máxima efusão de riso desprovido de qualquer temor em face da possível exposição ao escárnio, que ousa desnudar a própria alma sem expor o corpo físico.