Dimos Iksilara
Ao envelhecermos as atividades físicas diminuem, na mesma proporção que as distâncias relativas parecem aumentar.
Ao caminharmos pela Vida, devemos olhar uma vez para baixo e duas para cima, pois, mais importante do que saber onde estamos, é saber onde este caminho está nos levando.
Embalados pela força expansionista do próprio Universo, os seres humanos buscam conquistar e prevalecer, confrontados pela humildade e desejo de confraternizar do seu eu interior, mais evoluído.
A grande maioria das coisas importantes ocorre independentemente da nossa vontade, ou mesmo consciência. Só em algumas poucas, mais próximas à nossa realidade, podemos escolher ou interferir, e sobre estas é que se sustenta o mito do livre arbítrio humano.
Tanto o vazio existencial, quanto o desejo, antes preenchidos pela fé dogmática, cederam espaço, nesta era de pragmatismo tecnológico neoliberal, ao prazer compulsivo, e ainda assim, continuamos perplexos, insatisfeitos e vazios.
Enquanto seres biológicos, o sucesso do viver é proporcional à eficiência e qualidade das nossas ações, e do morrer, no reconhecimento e aceitação da nossa finitude.
Desvendar o misterioso, perceber o extraordinário, realizar o impensável, é apenas parte da jornada de ser humano, na sua busca pela superação do impossível.
A evolução prestigia a multiplicidade sobre a singularidade, pois, o todo costuma ser maior que a soma das suas partes.
A sabedoria e o conhecimento tem um desejado efeito colateral, que é desvanecer o medo e a incerteza do nosso viver, permitindo assim manifestarmos nosso melhor potencial.
A compulsão é uma obsessão em ação, e ambas demonstram quão tênue é a linha do livre arbítrio humano.
A ação está para a inspiração, assim como o denso está para o etéreo, e a compulsão para a obsessão.
Na curva dos rios, no sopé das montanhas, nas asas dos pássaros, no perfil feminino, e até mesmo nos troncos das árvores, a natureza prestigia as curvas, pois ângulos retos são "design" da mente humana.
Nos contrastes é que reside o Todo, e no encontro dos opostos é que se pode perceber a não linearidade do existir.
A homogeneidade é atributo do princípio, a dualidade, do meio, e a multiplicidade, do fim de qualquer processo evolutivo.
Existem coisas na vida que sabidamente não podem dar certo, portanto, ao viver, não desdenhe da sorte, e principalmente não esqueça da lei de causa e efeito, pois o mundo já tem gente demais fazendo coisas erradas e esperando colher resultados certos.
Aquí é o melhor lugar. Agora é a melhor hora.
E entre o aquí e o agora a Vida acontece, sem pedir licença, sem pedir perdão. Por isso viva intensamente, apaixonadamente, sem medo de ousar, e principalmente, sem medo de ser feliz.
No seu viver, nunca deixe se apagar a chama da magia e do sonho, pois assim como a gravidade é densa, a realidade pode ser fria, egoísta, e muitas vezes, até mesmo cruel.
As virtudes são frutos da autodisciplina, e não caem do céu para o nosso colo apenas pela força da gravidade.
A modéstia é a mais fundamental das virtudes, pois permite que sejamos grandes sem ostentar ou se impor ao próximo, menos afortunado.
Entre um céu e mar azul, junto à areia branca, fica mais fácil acreditar que a Vida pode, de fato, ser cor de rosa."
A humildade é o último degrau da Sabedoria, a morte o último degrau da Vida, e mesmo assim ninguém quer chegar ao topo destes quesitos.
Os átomos partilham elétrons para formar novas moléculas, as células partilham funções para formar novos órgãos, as flores partilham o pólen e o néctar para formar novas plantas, só os seres humanos relutam em aceitar esta lei Universal.