Não cobice a migalha do próximo.
Há saudades tão chulas que não valem um versinho rimando amor com dor.
Você não pode passar o resto da vida lutando contra a solidão fazendo literatura. Uma hora você perde feio e vira pulseirinha de identificação de hospício.
Uma hora você cansa de transformar solidão em poesia ruim.
Na tua ausência eu escrevo poemas para ninguém. Na tua ausência eu sou um poeta de férias.
Literatura é a melhor maneira de se trazer alguém que não volta.
não tem dorflex que amenize a dor do tempo.
mágoas que viram objetos de decoração.
Não tem vassoura que varra a casa de um homem apaixonado.
Literatura é máquina de lavar a alma.
Pequenos poemas escritos em guardanapos de bar têm o poder de esculhambar eletrodomésticos no Irã.
80% dos leitores de Dostoievski estão com o nome no Serasa.
Bolso vazio é oficina do choro no bar.
Escrever é esculpir silêncios.
Releio teus silêncios dentro do meu silêncio.
Escrever poesia é aumentar o chiado da chuva.
Vida, essa eterna luta para que seus sonhos não amanheçam boiando no Rio Tietê.
Todo verso que contém a palavra amor morreu de infarto.
A saudade é uma ruivinha vesga.
Mate o domingo escrevendo domingos.
Seja Herói. Seja Coxinha.
Você escreve coisas lindas para melhorar o domingo, mas o domingo é uma azia incurável.
Poemas magoados viram revólveres enferrujados que não atiram mais em mãos de tiras convertidos na igreja assembleia de deus.
Ausência têm gosto de tijolo em língua de criança.
Todo homem é sua taberna com doses de pinga.