Diego Ferrari
Às vezes a dor presente é tão grande que desejamos estar em outro tempo. Mas esse outro tempo só vai existir de maneira real em nossa vida com o aprendizado do agora.
A sublimidade da simplicidade tem vínculo direto com a sabedoria divina. Um entendimento que pode estar em todos os livros, mas só existirá no eu com nosso consentimento.
Sempre haverá uma maneira de (re)começar. A linha do tempo da vida também une todos os 'desencontros', sem deixar o aprendizado de sequer um de fora da teia da evolução.
Todas as manhãs são realizações com uma das maiores vertentes do amor: o recomeço. Reenergizando integralmente o ser que pulsa vida, com a essência espiritual de conquistar a si mesmo.
A dor é uma grande prova de que estamos vivos. A dor do mundo exige a nossa compaixão e oração. Um prece de luz contribui não só a Espiritualidade agindo naquela conjuntura, mas também é um enlaçamento de alma aos soldados, familiares e profissionais.
Não há boçalidade maior do que aquela direcionada para a dor da guerra. Vivemos tempos obscuros. Um déspota que tiraniza o mundo, a união, o povo, a paz.
Um outro tempo, mas a mesma essência, reconquistada, revisitada, resgatada. Percorremos o mundo inteiro até escolher olhar para dentro do nosso ser.
Há tempo para estar longe afim de sobreviver e reconstruir o sentimento real do amor, imaterial, que enlaça quem nos acrescenta em qualquer época e espaço.
A Espiritualidade nos sopra energias maravilhosas. Refazedoras, mas também do caminho sereno para aprender com o obstáculo. Conselhos silenciosos que aquecem a chama da fé.
Que aquela dose extra de paciência sempre venha abraçar o nosso dia. Pois não importa a nossa pureza espiritual, ainda nos cabe agradecer o sopro de serenidade dos céus.
Sem momentos como esse — por maior que seja a dificuldade, a evolução não acontece. Com um fardo maior ou menor, a jornada continua como deve ser, com a inconstância que molda a luminosidade do nosso ser.
A dificuldade encontra o tempo da nossa vida em que mais necessitamos aprender do que desfrutar. Sem esse período, simplesmente não há circunstâncias evolutivas para o nosso ser.
O amor interliga toda as vidas. É o fio condutor dos dias, costurando as feridas abertas do espírito. Trazendo no ventre, e no colo, a essência da Criação.
Viver um pouco a cada dia além da matéria dá a chance de restabelecer a serenidade e harmonia do ser, de forma a integrar corpo a alma na inigualável experiência aqui na Terra.
O vento da vida leva o necessário. O que ficou continua ferramenta útil para nos tornarmos, através das nossas escolhas, ainda mais leves, carregando a sutileza do essencial.
A permanência do estado de fé e serenidade que raramente alcançamos, é algo que leva mais do que tempo: exige renúncia, a prática integral do desapego, material e imaterial.
Que todas as dores sejam sementes férteis no solo prometido do eu. Partículas transformadoras do que partiu sem que ainda fossemos capazes de aceitar e entender.
Minha dor é parte do remédio necessário diante da atual evolução do meu ser. Poderei ser amado, amparado, receber toda compaixão, mas o tratamento é exclusivamente meu.
O bem que ansiamos em nossa via é irradiação das nossas próprias atitudes e não uma proteção divina que literalmente desce do céu. É conexão com a Espiritualidade, aberta e fechada sob nossa decisão.
Há coisas que não desejamos enxergar, mas nossa consciência cobra entendimento em busca de saúde integral do nosso ser.. E esse processo começa com a abertura da porta do aceitamento.
O que de mais precioso possuímos é a capacidade de escolher. Escolher amar o próximo, escolher o caminho da construção coletiva e escolher aprender com os desafios.
Alguém, em algum lugar, está tão conectado em nossa vibração que se ainda não faz parte, passará a fazer diretamente e talvez harmoniosamente - da nossa missão.
As lições mais importantes que aprendi vieram através de pessoas.
As pessoas que admiro, os colossais cujos ombros me amparam de domicílio para enxergar adiante... mas também as que me enganaram, hostilizaram, machucaram e, com isso, ensinaram-me tudo que devo lutar para não ser.
A sinceridade integral com nosso próprio ser é o que mais conta no processo de autoconhecimento, início da retomada divina por ora adormecida.
Temos reserva inexplorada de amor em nossa essência. Precisamos nos interiorizar, nos permitir e nos alimentar desse sentimento diretamente ligado à fonte divina.