DiCello
Ah, esse tal de tempo
ele costura as feridas sem anestesia
Não deixemos chegar a esse ponto
vamos encarar a vida
por outras e novas perspectivas
Para nos livrarmos das dores
das feridas desta existência
Sem orgulho, muito menos ódio
em paz por toda essa vida
Se te amar me fez enlouquecer...
Imagina só, quando me amares
me tornarei totalmente insano
Numa intensidade a flor da pele
Sensações vorazes e impares
Amar mais ou menos comigo
Não tem graça, não gosto de morno
Quanto mais intenso melhor
Amar deste jeito pode ser delírio
Pode provocar infames sensações
(04/07/2019)
Eu tinha juntado
Cada um dos pedaços,
costurei bem as bordas
para que não houvesse rasgos,
nem mesmo rompesse
Não quero que sirva
Como simples decorações,
Ninguém tem o direito
Nem podem apontar meus erros
Que atire a primeira pedra
Quem nunca errou
Eu me fiz algumas promessas
Disse a minh’alma
Aquilo que eu preciso
Necessito crescer, ser melhor
Bem melhor que hoje
Deixando o ontem pra lá
O que passou, passou
Quero, pretendo ser melhor
Me amar mais, me dar valor
Para me amar é assim
Desejo cumplicidade e calor
(04/07/2019)
Dentro do meu peito
mora um inconsciente desejo
um ser que se torna verdadeiro
quando chamado a lutar
A fugir dos sofrimentos
Esse eu quase não conheço
Dentro do meu peito arde a chama
A qual vem sem eu pedir
Fazendo um prelúdio que não vem
Sinto que ao escrever
Essas sensações vorazes
Escrevo para aliviar o peito
Livrar os detritos da alma
Uma loucura ímpar
A poesia que eu escrevo
Tem alma e emoção
Amor, paixão e tesão
Hoje, ao entardecer
Quando o sol começa
A simplesmente desaparecer
Sob a silhueta da montanha
Foi assim, ali mesmo
Que eu lembrei de você
Pensei nos momentos
Naqueles dias que vivemos
Quando pudemos sentir o vento
A brisa seduzir os nossos seres
Me entorpeci nos desejos
Nos delírios que juntos
Nossos corpos e almas
Quando o dia findou em si
(03/07/2019)
Uma mulher caminha nua
no escuro de uma noite sem lua
nada a ilumina, mas posso vê-la
me deleito com sua silhueta
cheia de sedutoras curvas e saliências
Ela caminha livre, leve e solta
Sem amarras desta sociedade
Que é hipócrita e apenas aponta
Os pecados, os deslizes
As vontades das outras pessoas
Uma mulher nua no escuro
gera um esplendor radiante
aos olhares de um observador
que se inspira e escrever poesia
ao deter seus olhares em sua beleza
Tão bela, radiante e feminina senhorita
Uma mulher , uma Musa, uma Deusa
És tu a vocação para minha escrita
Que em ti simplesmente se inspira
Uma mulher nua caminha
gerando sua própria luz
e ela loucamente me excita
A escrever, reescrever poesias
(02/07/2019)
Shakespirando
Sim, por vezes me sinto assim
Qual arte é essa que invade meu ser
Tomando posse simplesmente
Sem perguntar se se desejo ou não ceder
Fazendo meus pensamentos
Meus desejos se atreverem, escrevo assim
Todas as minhas sensações
Aqueles infinitos delírios e flexões
Trazendo a tona vorazes
E compulsivas loucuras e sensações
Tradução viva, pulsante
Sem politica, nem discriminatória
Fujo daquele hipocrisia
Minha escrita é pura, simples de entender
Não sou conhecido como aqueles
Sim, os mais famosos em seus momentos
Mas seus escritos ecoam além de qualquer espaço
Em qualquer indefinido tempo
Assim, ao ler, ao viver minhas própria histórias
Pus minha mente a funcionária
Me permitindo escrever tudo
Meus próprios desejos, aqueles delírios
Fazendo assim minha alma florescer
Incorporei Neruda, Bell, Espanca sem esquecer de Gel,
Drummond e até Pessoa
Senti assim, a flor da minh’alma
O desejo inexorável de expressar-me em palavras
Tudo aquilo que vivi, que senti...amei e sofri
Poesia... poema deve ser visto, sentido
E expressado com intensidade... com garra e emoção
Sem esquecer do pulsante, acelerado coração
E todas as suas sensações...
Eu proponho que seja erguido um brinde
Aos apaixonados, as paixões... aos poetas
E aos amantes os quais permitiram ecoar
Numa voraz exaltação
Cada um no seu estilo, eu mesmo dedico
Um a um os meus escritos
As mulheres, minha madura inspiração
No limiar de cada uma
Sinto a leveza... o amor e suas variações
Tão breve,
Assim é a vida
Tão leve
Assim pode ser
Ao senti-la
Simplesmente fluir
Ela pulsa
Embriaga os dias
Dá cor
As noites sem luar
São belos
Aqueles instantes
Quando podemos
Nos permitimos amar
Entregar-se é pleno
É incrivelmente ímpar
Nesta caminhada
Tudo passa
E sempre seguirá
Passaremos de fase
Novas experiências
Umas com mais
Outras com menos intensidade
Mas viveremos as boas
E também as ruins
Tudo vale
E valerá sempre a pena
Ah, este tal amor
Que é tão falado, tão divulgado
Está apregoado por aí
Ele me faz escrever
Fazendo assim meus ser traduzir
Cada uma das sensações
Os sentimentos mais ímpares
Aqueles que até hoje senti
Nunca esquecendo
Com ele vem também as dores
Os ardores e as frustrações
Assim é a poesia, a vivência
Que pulsa em nós
Nas entranhas de cada um
Em especial, no coração dos poetas
Afinal são amantes
Tão eternos quanto errantes
Destas atribuladas tentações
Nada mais perfeito
Que o seu imperfeito, a sinuosa
Aquele ângulo mais saliênte
Estéticamente não me chama a atenção
Seus contornos, mulher
Porque beleza a gente simplesmente sente,
Fica totalmente evidente
O aflorar inconsequente... vem das profundezas
Reside na alma dessa gente
Que sabe ler, traduz um olhar
O espelho acaba encanado, seduzindo muitos
Que necessitam serem perfeitos
Mas são humanos como cada um de nós
Meus versos são a tradução
Daquilo que vejo e sinto com o coração
Com essa alma vibrante
(DiCello, 16/12/2019)
Tenho aquela real convicção
que deixo fluir os meus desejos, meus delírios
minhas poesias acariciem tua mansidão
As linhas e curvas, cada detalhe teu
faz pulsar acelerado meu coração
Rimo em meus versos, nas poesias
cada detalhe teu, cada entalhe sedutor
minha sublime inspiração
és tu, Musa, Deusa a mais feminina
a mais eterna nos meus desejos
teu ser minha sublimação, escrevo sobre você
és, alimentas a libido, daqui até o infinito
Escreverei enquanto for permitido
com total e irrestrita emoção
(DiCello, 15/12/2019)
Van Gogh amou o amarelo
por não ter conhecido você
Nem mesmo pôde ver
Se inspirar nos seus olhos azuis
Num anil intenso
Nem mesmo pôde ver
Se deleitar com as curvas
As linhas sinuosas
Tua mansidão inteira
Teria feito obras menos amarelas
E com mais vida
Mulher, musa
Deusa feminina
A mais bela geografia
E todos os seus paralelos
(DiCello, 15/12/2019)
Limpeza d'alma
Caminho pela praia nua
numa manhã de chuva intensa
as águas escondem meus rastros,
minhas pegadas destes dias
em múltiplos tons de cinza
mas não apagam os meus anseios,
Caminho e liberto minh’alma
trazendo boas energias
Minha mente ficou ativa
e eu buscava todas as respostas
Muito mais leve eu fiquei
aguçando os sentidos.
Mesmo que meu pranto
ficasse misturado com as gotas de chuva
escorrem pelo rosto, deslizam
e limpam os sentimentos
São tantos erros que carrego
mas, dei um basta...
desejo simplesmente um novo começo
num reiniciar do meu HD
(DiCello, 14/08/2020)
Encruzilhada no amor
E o amor se fez
no exato instante em que os lábios
as bocas se tocaram, as almas
os corpos se uniram... e se libertaram
cada um do seu passado...
Começando ali, naquele instante
no exato momento... uma história nova
Mas só o tempo, o ego e o orgulho
somente eles determinarão
limitarão ou eternizarão
Esse momento como apenas um
ou se repetirá até o limiar dos dias
Assim, é a essência do amor
Se ambos desejarem caminhar juntos
sem tirar o outro do traçado original
seguirão realmente seus corações
numa mesma sintonia
A sinfonia transita em plenitude
virão as descobertas, a paixão
e a solidificação, sem prazo determinado
sem tempo exato para cada um
(DiCello, 16/08/2020)
A TERRA pede socorro!
No futuro, encontrarão nosso lixo
em escavações arqueológicas... achando
nosso descaso com a natureza...
traços marcantes do nosso pouco caso
simplesmente nenhum com nós mesmos
Assim, seremos responsáveis
pelo fim derradeiro da nossa existência
Como fazemos hoje com Incas, Astecas
povo da Ilha de Páscoa... julgadores
hipócritas sem causa... destruidores de florestas
Tudo em nome do tal progresso
E para que temos hoje a tal tecnologia
Destruímos sem sentir a nós mesmo
Afinal, nossa casa é a TERRA...
Esse, que lá de fora, ainda parece azul
mas que agoniza lentamente a vida
Não existe mais amor... só posse
(DiCello, 16/08/2020)