Dhieferson Lopes
Depois de tantos tombos que o amor nos dá, qualquer vestígio dele reaparecer é motivo de desespero. Gostamos, nos sentimos bem em sentir algo tão maravilhoso, mas possuímos o medo de não sermos correspondidos e acabar, novamente, sofrendo apenas pelo ato de amar.
Os tolos que me desculpem, mas eu não preciso beber, cheirar e injetar nenhuma substância para ser notado e bem visto aos olhos do meu próximo nem tampouco para fazer surgir em mim o desejo de ser feliz.
A vida daqueles que amam de verdade não costuma ser tão mágica. Não são libertos como os demais. Vivem na procura incessante de um verdadeiro amor. Sonham com romances iguais ou que ultrapassem os da ficção, e são torturados com a realidade, na qual, a insensibilidade e a incredibilidade no amor vinda de alguns homens, acabam por magoá-los e destruir em si o desejo daquilo que mais buscam.
O amor que todos necessitamos ter é o por si próprio. Ele é o único pelo qual possuímos a plena certeza do quão é verdadeiro e que jamais chegará a nos decepcionar.
As noites estão mais longas. Minha cabeça carregada de pensamentos intermináveis. Tenho a sensação, que as vezes, meu coração bate tão devagar. Tenho medo que ele possa parar a qualquer momento. Poderia importar-me com outras coisas, deixar tudo de lado, não sofrer com isso, mas sentir algo totalmente puro em um mundo sujo, onde as pessoas estão destruindo o amor, dói muito, ao ponto de tocar no fundo da alma e não há como disfarçar tamanho desespero. Encontrara pela minha caminhada, até agora, histórias maravilhosas tendo como principal elemento o amor, mas a realidade em que me encontro, o mau uso e a quase extinção desse sentimento tem me causado uma angústia enorme.
Será mesmo que o amor só existe na ficção?
Eu não entendo a ausência dele nas pessoas, é algo capaz de trazer tantas coisas boas, tantas melhorias.
Com tantas prioridades que o homem pusera, com tantas necessidades e desejos supérfluos, será que o amor sobreviverá por muito tempo?
Contudo, prefiro acreditar que neste mundo ainda existam pessoas como a mim, capazes de acreditar no amor e que vivem na busca de sentir esse sentimento tão sublime. É preferível pensar assim, mais confortável, foi um meio que encontrei para não acabar desistindo da vida.
Existem pessoas que vivem ao nosso lado e são incapazes de nos acrescentar algo, de fazer com que sua falta seja sentida. E existem aquelas que mesmo passando rapidamente por nossas vidas marcam presença, sendo lembradas até os últimos de nossos dias.
Quanto mais vivo e vejo o mundo repleto de dor, violência, preconceitos, intolerâncias, ganâncias, falta de amor, dentre outras barbaridades, ou seja, a realidade, mais me apaixono pela ficção.
De todas as coisas já passadas, a única moda antiga que não abandono e não deixo de seguir é a maneira de se amar. Não troco versos, flores, poesias, o desejo de fazer o próximo feliz, a cordialidade e a fidelidade por um eu te amo da boca para fora nem tampouco por uma noite de prazeres passageiros.
Nada como o frio para mostrar a um corpo sozinho o quanto ele precisa de um outro para sentir-se completo.
Amando até o fim
A primeira vez que sentimos o amor ele está na extrema fase da pureza. Se assemelha a uma criança que se apega e se apaixona rapidamente por aquilo que a faz bem, sem exigir nada em troca. O único desejo existente, neste momento, é a vontade de viver momentos felizes proporcionados por tal sentimento.
Crescemos e descobrimos que nem sempre aqueles a quem amamos são capazes de nos amar, nos deparamos também, com outros que não possuem um sentimento recíproco para com o nosso amor.
O amor se torna um adolescente, luta contra si mesmo, se revolta, sofre, chora, se deprime.
A escassez do amor, que alguns tanto buscam, por fazer bem a sua alma, acaba por despertar o desespero naqueles que tanto amam. Os sábios tendem a se precaver, proíbem-se de se apaixonar por qualquer um, adquirem certo bloqueio de amar, não suportam mais sofrer em virtude da falta de amor de alguns seres humanos. Outros angustiados e revoltados desistem do amor e alegam ao mundo que o mesmo não existe, apenas por não conseguirem ser amados do modo que amaram.
Após tanto sofrimento o amor amadurece. Ele ainda sofre, derrama lágrimas e possui consigo o medo de não encontrar alguém que o ame também. Porém, mesmo assim não desiste da busca.
Vivam todas as fases proporcionadas pelo amor, ao sofrermos consequentemente amadurecemos. Ultrapassem o amor primário, aquele que sentimos quando somos crianças. O mundo está repleto de pessoas que não sabem amar. Tornem seu amor em adolescente, não aquele que se desespera e toma medidas drásticas, como desacreditar na sua própria existência, por exemplo. Tornem seu amor adolescente como os sábios fazem, que suportam todas as lutas, aprendem com elas e buscam para si um amor melhor. E se isso não ocorrer, guardem para si, não destruam o pouco amor que ainda existe em algumas pessoas. Não acreditar no amor não nos dá o direito de dizer que ele não possa existir.
Assim estarão prontos para o amor maduro, e quando encontrarem alguém que o corresponda dignamente ultrapassarão a fase adulta amando, prevalecendo assim até o último estágio de suas vidas. E quando estiverem chegando ao fim, vivendo a velhice terão a certeza que fizeram seu papel, que foram capazes de acreditar no amor apesar de todos empecilhos que tentam e, muitas vezes, destroem esse sentimento tão puro. Certeza de que viveram todas as fases do amor, que nasceram, aprenderam a amar e permaneceram assim até o último dia de suas vidas.
Ao deixarmos fluir nossa verdadeira personalidade e a realizar nossos mais profundos desejos, nos encontramos a frente de muitos homens, que além de se camuflarem perante todos, se escondem de si mesmo. Abandonamos a fase em que muitos ainda se encontram. Passamos a viver de forma autêntica, diferente dos leigos, que fingem, eles apenas existem. Reluzimos por saber viver, enquanto os covardes não conseguem ser nem mesmo uma chama apagada em meio a toda essa imensidão.
Preconceituosos: Além da piedade que tenho para com vocês por terem consigo uma burrice estrondosa, só sou capaz de sentir vergonha por existir uma espécie tão leiga dentre os homens.
Se amar de maneira pura e verdadeira, na qual te amo, for o meu pecado, estou ciente que não terei minha salvação.
Abraço
Momento em que dois, ou até mais corpos se unem para expressarem saudações, carinho, afeto, conforto, dentre outras maravilhas proporcionadas por esta pequena ação, quando verdadeira.
Ele nos dar o poder de sentir bater o coração do próximo, de compartilhar momentos felizes e também de consolar os mais tristes acontecimentos de nossas vidas.
Instante em que nos sentimos mais próximos e seguros, principalmente quando for recebido por aqueles que não possuem terceiras intenções, nem tampouco a falsidade contida nele.
Ato capaz de traduzir milhões de sentimentos, sendo muito mais eficaz do que muitas palavras existentes.
Valorize o abraço, não o deixe, assim como muitas coisas boas, ser mais um extinto do nosso convívio.
Distribua-o para aqueles que mais precisam, àqueles que amam e possuem para contigo um sentimento recíproco. Acredite nesse pequeno gesto capaz de proporcionar gigantescos benefícios a nossa alma.
Se minha defesa fosse do tamanho da dependência de afeto, e de todo o amor que tenho aqui dentro de mim, poderia não ser o homem mais forte desse mundo, mas estaria bem próximo do mesmo.
Sentir vergonha? Eu? Jamais! Esse estado pertence àqueles que mostram, ou tentam mostrar ao mundo aquilo que não são.
Aqueles que chegaram a trair entendam: Não pensem que ao serem perdoados terão os mesmos direitos que antes, a partir desse momento vocês não possuem mais o direito de errar.
Os pequenos usam somente o seu corpo para conquistar alguém, por no máximo algumas noites. Os melhores conquistam com sua virtude, deixam uns enfeitiçados por um longo tempo e outros encantados por toda uma vida.
Solteiro, frio, cobertor, noite e a dor da ausência de alguém que se quer muito, que nunca tivera ou daquele que nem se sabe, mas que almeja intensamente algum dia ter.
A caneta e o papel, dois objetos infalíveis na percepção de sentimentos por algo, ou por alguém. Basta observar a única palavra escrita inúmeras vezes quando ambos se encontram, é uma prova mais do que suficiente para constatar que o encantamento existe.
Triste realidade onde uma prova de amor resume-se apenas em uma alteração de status de relacionamento em redes sociais.
Eu faço planos, me avalio como forte, vulnerável, satisfeito. Julgo-me ser independente do amor de outra pessoa, capaz de me contentar sozinho e, por fim, ainda prometo não mais sofrer por amor. E de repente aparece alguém que engrandece, altera e eleva meus suspiros, batimentos e desejos, apto a me fazer feliz apenas por existir e estar ao meu lado, e tudo o que antes havia dito a mim mesmo, se torna algo fora da realidade.
Não me venha com essa história de que demonstrações de sentimentos não fazem mais parte dos romances atuais. Eu detesto mesmo muita coisa da atualidade. Não troco abraços, carinhos, beijos e cafunés por conceitos toscos impostos por aqueles que dizem saber o que é o amor. Quando o assunto é amor não concordo com estatísticas, testes e suposições. Aceito um romance apenas se ele vier junto à pureza e estiver extremamente ligado ao afeto, essas coisas fazem bem a minha alma.
Amor, afeto, carinho, colo, cafuné, beijo e abraço. Não posso negar, sou um homem totalmente dependente dessas e de outras coisas capazes de conduzir perfeitamente o aconchego e o calor humano.