Demétrio Sena - Magé-RJ.
Por mais infeliz que esteja, não se suicide, afinal, isso é redundância. Mas se quiser suicidar, esteja à vontade, pois assim você morre sem feir a gramática.
Nem sempre o perdão é sinônimo de mágoas passadas. Mesmo assim é gratificante perdoar, pois o íntimo se torna um rio de mágoas calmas e cristalinas. Em suma, o perdão liberta o perdoado e despolui o perdoador.
Bom pagador não é aquele que paga quando pode, e sim, aquele que não deve o que não sabe se poderá pagar.
Deixarmos claro o que temos de mau, tem seu lado bom... É que o nosso lado bom, por menor que seja, sobressai muito mais e a sua imprevisibilidade gera encantamento.
Cavo a minha esperança inconsumada nesses flancos de um povo esperançoso. Um povo que acredita a partir do nada, ou por bem pouco, mas considera justo esse cair e se reerguer cada vez mais ferido e longe de seus ideais. Encanto-me sempre com o encanto popular, que se renova no engenho das fontes fraudadas, das promessas falidas desde os lábios e da malícia de quem encanta a população.
Creio mesmo é na crença dos que seguem, apesar dos motivos forjados e parcos. Motivos pintados de quimeras e espetáculos que nublam suas visões e os faz sorrir pelo que logo depois os fará chorar. Vivo à sombra dessa vida que move os simples e remove suas angústias ao menor sinal de um dia melhor. Contagio-me desse otimismo ingênuo, porém vital, de uma gente cujos bens estão todos no imaginário; na surrealização de seus desejos ou abstração de seus sonhos.
Tenho fé nessa fé que se nutre de restos e parece mais forte a cada frustração. É no sonho dessa massa que monto a minha cama e durmo o sono de quem deixa estar. Não sei do que seria de mim, sem esses que de fato não sabem o que será deles, mas entregam tudo nas mãos da sina... ou de quem chamam Deus. No fundo, endeuso essa gente. Louvo-a pelo seu poder diário de superação.
O executivo tem a clara função fazer. Ao legislativo, cumpre fazer fazer. Já o povo, que detém o poder maior, deveria tanto fazer fazer quanto fazer fazer fazer.
Levando em conta essa hierarquia, pode-se afirmar o seguinte: O político não faz nada porque o povo nada faz... Somos todos balelas do mesmo discurso.
Falar do efeito estufa para gente egoísta, imediatista e burra muitas vezes nos causa efeito estafa.
Um aviso aos políticos: Se existe inferno, há chance de ele ser um só; sem compartimentos. A punição pode ser única, eterna, para todos, e não haver cela especial.
Estou chegando à velhice... Com isto me preparo para ter corpo, espírito, coração e mentalidade velhos. Isso me ajudará a viver em harmonia, sem os atritos pessoais bastante comuns observados nos que não acompanham a idade. Não quero ser diversão garantida para os mais novos, crendo compor ainda sua geração. O que preciso, de fato, e todos quantos veem o tempo avançar sobre sua estrutura, é ter um conceito enxuto de velhice.
Paráfrase é tábua de salvação. Autenticação compulsória dos célebres, arrebatada pela insegurança de autores que reconhecem vagos ou incompletos os seus textos. Quem parafraseia não faz além de buscar arrimo, adereço e ou aquiescência quase sempre daqueles que já não são refutados, porque morreram... e tendo morrido, ganharam reconhecimento eterno como imortais.
Os parafraseados quase ou nunca faziam o mesmo, porque eram autossuficientes; eram seguros do que escreviam. Tinham certeza que seus escritos valiam por si só; não precisavam do empréstimo nem da fiança de outros nomes. Se algumas vezes foram preteridos ou criticados, eles próprios se bastavam, deixando o reconhecimento público para a posteridade. Posteridade que chegou e se confirma, na republicação em massa e série, de suas obras, e no poder desfibrilador que atua sobre textos e discursos nascidos quase mortos, mas que muitas vezes ganham notoriedade.
Quem se utiliza do recurso, busca uma co-assinatura; um bote que não permita o naufrágio de seus argumentos não raramente rocambolescos; repletos de palavras e efeitos pseudo-eruditos, como vem sendo este parágrafo. A paráfrase nada mais é do que a obturação do texto precário... ou precariado. Isto não foi uma paráfrase.
Não estou quem sou. Sou de fato. A minha acomodação não pode ser confundida. Não sou resignado nem me olho com resquício de alguma insatisfação.
A Maria de verdade, a Maria. Mas ninguém Amanda no coração. Por mais que tentemos gostar de outra, fica o sentimento específico por aquela, causando noites de Sônia. Falo Célio, quando afirmo que não se pode a Márcia todo momento, quando bem se quer. Benedita seria a hora de esquecer o amor que me despreza, mas a gente Carminha na contramão, quando pensa que avança na rota do esquecimento que o coração quer... Leda engano.
Tento esquecer no trabalho árduo. Minha mão Elisa, mas tenho Carlos na mente, de tanto elucubrar nos meus afazeres, para ver se ocupo cada espaço e não acabo Malu com tudo isso. Estou Alberto a novas relações, mas o coração se fecha para o amor. Faço de tudo para que meu olho Míriam novos horizontes afetivos, deixo a carne gritar mais alto e chegar a Níveas que nunca imaginei. Quando acordo dessas loucuras e me arrependo por ter usado alguém, vejo que já é tarde; "a Inês é Marta" e não tem jeito.
Houve um tempo em que a esperança de um novo amor Luzia em mim. Agora vivo exatamente o Antônio dessa realidade. Minh´alma está numa Cris de identidade e já vai distante o tempo em que tudo era Glória para mim. Por isso me deixe. Não tenho Júlia de amor para fazer. Júlio por tudo quanto existe, que não seria sincero, se lhe desse perspectiva. Esqueça tudo o que sente, e lute Perla soltura de seu ser.