Demétrio Sena - Magé-RJ.
Tudo que sei é que sei alguma coisa. Se não soubesse não estaria em sala de aula... Ou estaria, mas não ensinando, e sim praticando falsa ideologia.
Alguém na plateia reivindica: Tudo bem que platéia não tenha mais acento, mas eu quero meu assento pra ver o show!
Pra não se sabe até quando
tardar a própria extinção,
tem muito hífen pensado
em se forjar travessão.
A obra de arte autêntica é aquela que provoca o discurso por si mesma. Nos casos em que o discurso emoldura e autentica a arte, o mérito é do discurso... não da arte.
Embora sonhem com eles, as mulheres não gostam de homens muito cordatos, delicados e solícitos. Como amigos sim, mas não como homens. O problema é que essas características, segundo o machismo de nossa cultura, pertencem exclusivamente às mulheres, e elas, quando voltarem a ser essencialmente elas, cansadas de pagar o preço de sua revolução social, certamente reclamarão de volta essas qualidades. Sendo assim, será bem mais fácil consegui-las se não estiverem ocupadas.
Era uma vez uma vez, que seria a dos pobres. Dos ditos excluídos e desamparados. Porque era uma vez uma voz, a da "bola da vez", que nasceu no seio da falta de vez e voz e rompeu a muralha dos donos do silêncio popular. Era uma era, a de quem não via a hora de ver a pátria mudar. Não para outra pátria, mas de postura e realidade. Uma era de quem por ora sonhava aplacar a ira da fome de justiça, igualdade e pão. Cidadania.
Mas era mais uma dessas horas que a ilusão não faz. A voz da veia de quem renegou a vez e se rendeu a vós sabeis bem o quê. Voz com que os nossos avós e ainda os mais antigos sonhavam. E assim fizeram, de todos nós, herdeiros tontos da crença no ser humano que alcança o poder. E era uma vez o sonho desse "venha a nós" de vez em quando. Continuamos no "seja feita a vossa vontade" sem nenhum retorno em nossas esperanças.
A voz, que no fim das contas não foi da nossa vez, calou-se no turbilhão das vantagens pessoais. Das chantagens partidárias. Dos deslumbramentos e da preguiça... Preguiça essa, de sacrificar-se tantas vezes quanto necessário, em razão de tantas vozes que mais uma vez se calam...
O poema real não tem poesia,
sentimento esvazia em nossos tanques;
haverá sempre um novo amor eterno...
De um lado o falatório político desenhando as mais doces realidades inexistentes. Do outro, a bandidagem real ceifando vidas e futuros. Em um todo, somos vítimas de balas e de balelas perdidas.
Depois que surgiu a impressão digital, impressão digital passou a ser confundida com impressão digital. A que borra o dedo e carimba o documento ou fica em tudo que é tocado pelos dedos, mesmo invisível ao olho nu, agora tem homônimo: Aquela que a impressora de alta resolução deixa no papel, que também pode ser um documento a ganhar credibilidade com a outra impressão digital, a do borrão.
Tenho impressão que esta conversa nada impressionante chega em má hora. E será sempre má hora para isto. Mas quis assim mesmo trocar impressões a respeito de certas impressões que tenho, digitais ou não, somente para puxar assunto. Espero não causar má impressão. Tão má quanto a tal de quando o dedo treme, ou então a outra de quando a impressora está com algum problema.
Como falo sozinho e já imagino impresso em seus olhos o enfado inevitável, ficarei por aqui para não dar impressão de que sou chato, embora seja. Como tudo acabou em crônica, providenciarei uma impressão digital e guardarei de lembrança, com impressão digital e tudo. Assinatura a rogo. Rogo, inclusive, que me perdoe por tomar seu tempo com minhas impressões. Aliás: É impressão minha ou você nem leu esta porcaria?
A Maria de verdade, a Maria. Mas ninguém Amanda no coração. Por mais que tentemos gostar de outra, fica o sentimento específico por aquela, causando noites de Sônia. Falo Célio, quando afirmo que não se pode a Márcia todo momento, quando bem se quer. Benedita seria a hora de esquecer o amor que me despreza, mas a gente Carminha na contramão, quando pensa que avança na rota do esquecimento que o coração quer... Leda engano.
Tento esquecer no trabalho árduo. Minha mão Elisa, mas tenho Carlos na mente, de tanto elucubrar nos meus afazeres, para ver se ocupo cada espaço e não acabo Malu com tudo isso. Estou Alberto a novas relações, mas o coração se fecha para o amor. Faço de tudo para que meu olho Míriam novos horizontes afetivos, deixo a carne gritar mais alto e chegar a Níveas que nunca imaginei. Quando acordo dessas loucuras e me arrependo por ter usado alguém, vejo que já é tarde; "a Inês é Marta" e não tem jeito.
Houve um tempo em que a esperança de um novo amor Luzia em mim. Agora vivo exatamente o Antônio dessa realidade. Minh´alma está numa Cris de identidade e já vai distante o tempo em que tudo era Glória para mim. Por isso me deixe. Não tenho Júlia de amor para fazer. Júlio por tudo quanto existe, que não seria sincero, se lhe desse perspectiva. Esqueça tudo o que sente, e lute Perla soltura de seu ser.
Julgamentos não são precipitados, quando existe ética. Eles são automáticos no inconsciente humano. Precipitado é o veredito que atropela o julgamento e se manifesta precocemente, absolvendo ou condenando segundo preconceitos e simpatias pessoais mal administrados.
Só se reconhece e critica a acomodação dos que não lutam por bens, cargos e fama. No entanto, existem muitas outras acomodações, quase todas mais graves, e das quais geralmente são portadores os mais fartos, influentes e famosos. Há aqueles que se acomodam com a distância dos filhos, a mesquinhês, a falta de privacidade, a solidão, a pobreza de caráter... Muitos se acomodam com a obesidade, a falta de conhecimento, a insensibilidade, a arrogância, e uma profunda carência de humanidade. Mais grave ainda, tantos outros se acomodam com a violência que os cerca, julgando que ela não os atinge. Acomodam-se também com o incômodo sentimento de querer mais e mais aquilo que já possuem com fartura. No fim das contas, não existem pessoas não acomodadas, e sim, uma imensa variação de acomodações que se acomodam em criticar as acomodações mais previsíveis, talvez as menos nocivas.
Nada quero da calma dos pobres de sonhos, do sossego tristonho de quem silencia, tornando-se corpo animado sem alma.