Delva Brito
Aquele que conhece a arte de viver consigo próprio ignora o aborrecimento porque aprendeu a entrar e a sair da "concha" num movimento só dele.
Muitas pessoas passam a vida reclamando que tem uma "vida dura" e não dedicam um pouco do seu tempo a questões essenciais como: “a vida é o aqui e o agora”; "estamos aqui de passagem"; "cada um tem a vida que construiu para si"; "a responsabilidade por nós, é nossa"; e assim por diante. Quem vive em “estado” de amor, em paz, curtindo a sua liberdade interior, considera essa "vida dura" como natural e/ou "leve", porque está consciente de que é a vida que construiu para si e, assim, a encara de frente, busca superar, a cada segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, as suas intempéries, e se superar positivamente. Isto é vida!
Vivemos correndo e, cada um, dizendo: "Não tenho tempo, não tenho tempo". Será? Tenho aprendido que fazemos o "tempo", ao organizarmos a nossa vida considerando o que é essencial, a partir das nossas prioridades, até porque nem todos(as) conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Daí, a calma ser um fator importante para que possamos dedicar um "tempo" ao nosso tempo.
A nossa alma gêmea é aquela pessoa que nos deixa tão livre que conseguimos ser nós mesmos o tempo todo sem precisarmos fingir.
PARA UMA NARRAÇÃO
- uma forma de expor as nossas vivências/experiências -
Delva Brito
Vivemos tantas situações, tantos momentos que são essenciais, não apenas ao nosso crescimento, mas, também, ao de outras pessoas.
Como ninguém tem o direito de reservar só para si aquilo que poderá ser “revelador” para outros é importante divulgarmos conhecimento, fatos, acontecimentos por nós vivenciados, torná-los de domínio público, para que todos possam fazer bom uso deles.
Uma das formas de fazermos isto é através da narração.
Mas, o que significa uma narrativa?
Quando se expõe uma sequência de fatos, está sendo feita uma narração de uma experiência ou de algo similar.
A narração pode ser feita pelo autor ou por um personagem. No primeiro caso, usa-se a terceira pessoa do singular e, no segundo, a primeira pessoa.
A maneira como se narra a história/estória (algo real ou imaginário) denomina-se “foco narrativo”.
É preciso apresentar os acontecimentos e os movimentos; o espaço físico/geográfico (real ou imaginário); o ambiente social, a atmosfera social e mental, tradições, costumes e convenções; o tempo (psicológico: aquele que só existe na mente das pessoas ou o tempo cronológico: o tempo real).
Os personagens são mais do que essenciais: protagonista principal, antagonistas (que se opõem ao principal) e secundários.
Enfim, um convite: narre fatos e/ou acontecimentos que ajudem as pessoas a melhorarem as suas vidas. Socialize-os.
A dor da perda de quem amamos
Alguém que amo (uma amiga) perdeu uma pessoa muito querida. Ficou triste, deprimida e mais solitária, guardando, inicialmente, esses sentimentos só para ela, o que a deixou pior.
Foi aí que conversamos e eu sugeri para ela compartilhá-los com mais alguém de sua confiança e/ou solicitar ajuda profissional.
Sabemos que, às vezes, quando as pessoas estão muito tristes, elas ficam com dor de estômago ou de cabeça etc. Essa minha amiga ficou muito deprimida.
Quando sentimos esse tipo de dor, além de procurarmos fazer o que está posto antes, podemos refletir sobre o que mais nos perturba e tomar algumas pequenas decisões que farão diferença no nosso “estado de dor”. Por exemplo: ler um livro preferido, conversar com alguém da nossa confiança, dar e receber um abraço que nos diga: “você não está sozinha, nós a amamos”, ou, quem sabe, encontrar alguém que dê colo ao nosso coração.
Isto pode não ser a solução mas é um dos caminhos para a superação da perda, enfim, é terapêutico.
Algumas vezes nos aborrecemos com situações que ainda não aconteceram e não paramos pra pensar que a preocupação com o amanhã tira a alegria do hoje.
Ser amigo não é fácil pois amizade envolve compreensão, solidariedade, doação, confiança, fidelidade, aceitação, perdão e tantos outros sentimentos e atitudes que nem sempre conseguimos materializá-los porque somos humanos, demasiadamente humanos.
Para quem não tem “certezas” como eu, e que sente uma necessidade imensa de encontrar a fé que tudo suplanta, só resta continuar caminhando, vivendo a existência, experimentando a sua essência, a minha essência, a essência humana.