David Lutango
A maturidade revela-se no momento em que começamos a fugir das coisas inúteis e passamos a dar mais valor às coisas que realmente importam e às pessoas que realmente amamos.
Um escritor é um criador de mundos e de realidades que o próprio mundo e a própria realidade desconhecem.
Pessoas muito chatas são confusas. Nunca sabemos se nos chateiam porque nos amam ou porque nos odeiam.
O silêncio esconde segredos que os ouvidos jamais ouviram e oculta palavras que os lábios jamais expressaram.
Tenho vinte e poucos anos, uma vida inteira pela frente. Vivo no meu próprio tempo e no meu próprio ritmo. Por isso não me venham com essa pressão, não me cobrem responsabilidades, não me imponham esse padrão social que todos põem-se a seguir como prisioneiros privados de saborear a existência. Deixem-me viver no meu próprio tempo e no meu próprio ritmo.
As folhas coloridas que se mostram mesmo à distância são como homens e mulheres que em meio às distrações do mundo ainda focam-se no que realmente importa e fazem-se notar pelas suas acções.
Nossas vidas são reflexos das atitudes que tomamos diante dos problemas e das oportunidades que o mundo nos impõe.
Falar. Não apenas para ser ouvido, mas também para perguntar ao outro aquilo que dele se quer aprender.
As pessoas perguntam-nos "tudo bem?", como se de facto estivessem preocupadas com a nossa saúde, quando na verdade se põem apenas a cumprir uma convenção social.
Só conhecemos verdadeiramente a nossa família quando conseguimos identificar o cheiro de cada um e o ruído que cada um faz ao andar.
Quando as pessoas percebem que somos únicos e diferentes delas, elas logo nos rotulam nomes como esquisito, complicado e estranho.
Quando dedicamo-nos a ajudar quem precisa, isso é amor. Diminuirmo-nos a nós mesmos para que o outro cresça.
A morte não é a única certeza, a vida também é, pois não teríamos sequer certeza da morte se antes não tivéssemos certeza da vida.
Cantam as vozes aos poetas!
no ritmo kissange, da volta e da ida,
aos atlétas, às poetisas do dia,
que antes da partida,
dão riso ao riso e alegria à alegria.
Cantam as vozes aos poetas!
no transpirar da poeira,
rito aos deuses africanos!
que gingam na inspiração derradeira,
na voz d'Angola Avante,
que canta às missionárias verdadeiras.
Cantam. Ao amor.
As vozes aos poetas.