David Hume
Se nos cai nas mãos um volume, por exemplo, de teologia ou de metafísica escolástica, perguntamo-nos: contém alguma argumentação abstracta sobre a quantidade ou os números? Não. Contém alguma argumentação experimental sobre questões de fato e existência? Não. Então, que seja jogado ao fogo, pois contém apenas sofismas e ilusões.
Quem nunca teve a oportunidade de comparar os diversos tipos de beleza, indubitavelmente se encontra completamente incapacitado de dar opinião a respeito de qualquer objeto que lhe seja apresentado. Só através da comparação podemos determinar os epítetos da aprovação ou da censura, aprendendo a discernir sobre o devido grau de cada um.
Todas as nossas ideias ou percepções mais fracas são imitações de nossas mais vivas impressões ou percepções.
A razão é - e só deve ser - escrava das paixões e, em nenhum caso, pode reivindicar uma função diferente da de servir e obedecer a elas.
A memória não tanto produz, mas revela a identidade pessoal, ao nos mostrar a relação de causa e efeito existente entre nossas diferentes percepções.
Cada um admitirá prontamente que há uma diferença considerável entre as percepções do espírito quando uma pessoa sente a dor do calor excessivo ou o prazer do calor moderado, e quando depois recorda em sua memória esta sensação ou a antecipa por meio de sua imaginação. Estas faculdades podem imitar ou copiar as percepções dos sentidos, porém nunca podem alcançar integralmente a força e a vivacidade da sensação original.
Nenhuma verdade me parece mais evidente que os animais serem dotados de pensamento e razão tal como os homens. Os argumentos neste caso são tão óbvios, que nunca escapam aos mais estúpidos e ignorantes.
Quando uma opinião leva a absurdos, é certamente falsa, mas não é certo que uma opinião é falsa porque sua consequência é perigosa.
A natureza, por uma necessidade absoluta e incontrolável determinou-nos para julgar, assim como para respirar e sentir.
Em nossos raciocínios a respeito dos fatos, existem todos os graus imagináveis de certeza. Um homem sábio, portanto, ajusta sua crença à evidência.
Numa tal letargia, e numa tal melancolia,
deve inevitavelmente teu espírito ficar mergulhado, quando privado das ocupações
e prazeres que lhe vêm de fora.
Mas qual a recompensa da virtude? E que recompensa foi prevista pela natureza para sacrifícios tão importantes como o da vida e o da fortuna, que frequentemente temos que fazer-lhe? Oh, filhos da terra! ignorais o valor dessa celestial amante?
O homem é um ser racional e, como tal, recebe da ciência sua adequada nutrição e alimento.
"O homem também é um ser ativo, e é forçado, por essa inclinação e pelas variadas necessidades da vida humana, a dedicar-se
aos negócios e ofícios; mas a mente exige algum descanso e não pode corresponder sempre à sua tendência ao trabalho e à diligência"