Davi Marcelo Galdino
Melhor uma derrota e com ela a humildade do que a glória e com ela a soberba. Quando vier a derrota o que restará para o soberbo? Apenas trilhar o caminho da humildade.
Melhor do que avançar com volúpia na escuridão é ver um farol ao longe, e se aproximar dele aos poucos. Assim seguimos para os referenciais. Por mais que sejam utópicos e estejamos longe alcançá-los, temos um alvo para atingir.
Se nos distanciamos muito daquilo que nós um dia sonhamos ser,é por que mudamos demais e/ou nos esforçamos de menos.
Todo fundamentalismo ou total relativismo é motivo de alerta. Inclusive o fundamentalismo do relativismo.
Deleito-me na minha ignorância, sabendo que há verdades que eu não posso compreender. O que é intangível para mim nunca passará de suposições. Um certo dia, não neste mundo, o absoluto se mostrará e fará cair o relativo.
O Evangelho não nos remete ao desejo de sermos excêntricos em liturgias e penitências. Seu desafio é nos tornar extravagantes em amor e graça.
Quando Jesus nos ensina que devemos ser como crianças, fala muito mais de atitudes sinceras do que uma fé ingênua. Crianças não ocultam suas verdades com mentiras, não usam máscaras para se relacionar com os outros, não camuflam seus interesses.
O melhor conceito de um homem sobre Deus e seus atos não passa de uma divagação lógica oriunda de seu universo finito.
Só um amor que constrange pode transformar a culpa que aprisiona em liberdade sem culpa. Assim é o amor incompreensível de Deus para com o homem.
A glória, quando não compartilhada, inspira poder, que inspira controle, que inspira soberba, que precede a queda. Só a humildade quebra esse ciclo.
O soberbo cai na sua estultícia não necessariamente porque acha que sabe tudo, mas porque se engana pensando que o que sabe é suficiente.
Os paradoxos revelam uma nova mentalidade que busca se erigir e antigos conceitos que ainda permanecem. Torna-se, enfim, uma "luta" de uma pessoa só.
Auto-estima, para não ser confundida com soberba, deve se traduzir na disposição do homem de aprender tudo para ser capaz. Soberba é não querer aprender nada porque pelo que sabe se acha capaz em tudo.
O homem deve avançar para o futuro na velocidade com que absorve as lições e aprende com o passado. Mais rápido que isso, sempre cairá nos mesmos erros.
Um dos grandes desafios da vida é alcançar valores que sempre julgamos nobres e corretos, mas nunca dispomos atingi-los por nos tirar da nossa zona de conforto.
O infinito não pode ser aprisionado em idéias. Se torna mais inteligível para a alma, que o sente, do que para a razão, que não o compreende. Buscar compreender Deus se torna coisa ínfima quando lembramos que, por ter se feito carne e habitado entre nós, somos compreendidos por Ele.
As maiores glórias não estão nas primeiras páginas dos jornais; estão camufladas sob a penumbra do caos e pobreza, realizadas pelas mãos de pessoas que se doam por amor.
Cercados pelas paredes dos medos, para o homem vislumbrar a esperança se torna às vezes como um preso que vê o sol apenas por uma pequena fresta.
As paredes do medo são cristalizadas pela rigidez de conceitos inelásticos e mágoas de experiências mal-sucedidas. O medo, de certa forma, aprisiona a liberdade. Por mais que novas opções surjam, somos impedidos, censurados pelo temor, de vivê-las em intensidade.
O medo geralmente contagia o redor mais rapidamente que a esperança. Não é a toa que notícias ruins se espalham mais rapidamente que notícias boas.
O desafio do homem não é propriamente vencer o medo, que é inerente à sua condição humana, mas sim não permitir ser vencido por ele.