Das
Meu Deus, meu Deus! Como tudo é esquisito hoje! E ontem tudo era exatamente como de costume. Será que fui eu que mudei à noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei hoje de manhã? Estou quase achando que posso me lembrar de me sentir um pouco diferente. Mas se eu não sou a mesma, a próxima pergunta é: "Quem é que eu sou?". Ah, essa é a grande charada!
Uma das primeiras coisas que pedem a você na emergência, é que você dê uma nota de 1 a 10 pra sua dor. Me perguntaram isso centenas de vezes, e eu me lembro de uma vez que eu não estava conseguindo respirar, parecia que meu peito estava pegando fogo. Eles me pediram pra eu dar uma nota, embora eu não conseguisse falar, levantei nove dedos. Depois, quando comecei a me sentir melhor, a enfermeira voltou e me chamou de guerreira. Sabe como eu sei? Ela disse: Você chamou um dez de nove. Mas não é verdade, eu não chamei de nove porque era corajosa, eu chamei de nove porque… Estava guardando o meu dez, então, ele veio. O grande e terrível dez.
“Quem é você?”, perguntou a Lagarta.
Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.”
O Gato apenas sorriu quando viu Alice.
Parecia de boa índole, ela pensou, mas não deixava de ter garras muito longas e um número respeitável de dentes, por isso ela sentiu que devia ser tratado com respeito.
– Gatinho de Cheshire – começou um pouco tímida, pois não sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu mais o sorriso. – Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?
– Isso depende bastante de onde você quer chegar – disse o Gato.
– O lugar não me importa muito – disse Alice.
– Então não importa que caminho você vai tomar... – disse o Gato.
– ... desde que eu chegue a algum lugar – acrescentou Alice em forma de explicação.
– Oh, você vai certamente chegar a algum lugar – disse o Gato – se caminhar bastante.
Todo salvamento é temporário — o Augustus retrucou. — Eu proporcionei a elas mais um minuto. Talvez esse seja o minuto que vai proporcionar a elas mais uma hora, que é a hora que vai proporcionar a elas mais um ano. Ninguém vai dar a elas uma quantidade infinita de tempo, Hazel Grace, mas a minha vida deu a elas mais um minuto. E isso não é pouco
– O.k. – falei.
– O.k. – ele disse.
Eu ri e repeti:
– O.k.
Aí a linha ficou silenciosa, mas não
completamente muda. Era quase como
se ele estivesse no meu quarto comigo,
mas de um jeito ainda melhor – como
se eu não estivesse no meu quarto e ele,
não no dele, mas, em vez disso,
estivéssemos juntos numa invisível e
tênue terceira dimensão até onde só
podíamos ir pelo telefone.
– O.k. – ele disse, depois do que
pareceu ser uma eternidade. – Talvez
o.k. venha a ser o nosso sempre.
– O.k. – falei.
E foi o Augustus quem desligou.
"- O que está sentindo?
Perguntou o doutor. Ele aparentava ser quase da minha idade, e tinha os olhos cansados. Uma ruga se formava em sua testa.
- Sabe o que é? Eu estou cansada de algumas pessoas. Me sinto sobrecarregada, parece que alguém está sugando minhas energias. É sufocante.
Me espantei com as verdades de minhas palavras. O doutor me encarou, como que meditando minhas palavras.
- Veio ao lugar errado, estou na mesma situação."