Dartagnan da Silva Zanela
Pior, bem pior que um analfabeto funcional é um ser desse naipe que esteja intoxicado até os gorgomilos com uma ideologia totalitária. De um modo geral, devido à primeira moléstia adquirida, a capacidade de entendimento do Zé Ruela encontra-se tolhida e, por isso, ele imagina que a segunda enfermidade seja alguma espécie de verdade revelada que permite que elezinho entenda tudo o que, definitivamente e de fato, não compreende. Enfim, não é à toa que essas pobres almas fazem o que fazem e dizem o que dizem.
Uma dica, não minha, mas sim de Goethe. Dica essa a qual assino embaixo. Bem, lá vai ela: todo dia, religiosamente, procure (i) ler um poema, (ii) ouvir uma bela música e (iii) contemplar uma linda imagem. E não faça isso casualmente. Não. Faça intencionalmente; com o firme propósito de todo santo dia fazer isso. Tal prática não irá lapidar apenas a sua percepção estética, mas também e principalmente, acabará por aprimorar a sua capacidade cognitiva, expressiva e reflexiva. Experimente. Não custa nada. Nada mesmo.
O destino tem os seus decretos, muitos deles duros, duríssimos, que com seu peso ferem os nossos ombros; porém, cada um deles apenas é homologado se, em nossa jornada, for endossado pela manifestação de nossa vontade.
A ética e a estética são, no fundo, as duas faces de uma mesma moeda. Digo isso porque, de fato, compreende-se melhor uma obra de arte pelos seus princípios fundantes e ordenadores da mesma forma que se assimila com maior excelência um princípio ético pela harmonia e beleza de sua manifestação.
Na fronte da alma da brava gente
A chuva cai e lava suas feridas.
E esse mesmo povo há muito sente
Que sua paciência foi pras picas.
A casa está caindo lá em Banânia
E não tem nada mais pra esconder.
A lambança foi tal que a façanha
Jaz em todos os cantos a feder.
Dar a cada um o que lhes é devido e a nós, na mesmíssima medida, eis aí a tal da justiça em toda a sua grandeza e secura. Talvez, por essa razão, Nosso Senhor exortou a todos nós para cingirmos nosso coração não por esse caminho, mas sim, pela senda da misericórdia, pois, da mesma forma que tudo será medido e pesado na conta de nossos inimigos e desafetos com a balança que escolhemos para julgar tudo em suas vidas, o mesmo ocorrerá com nossos débitos, na mesma dose que clamamos pela referida virtude para todos os demais. Enfim, seja como for, o Verbo divino sabe o quão fraco somos, por isso, o Seu fardo é suave se assim o quisermos, se aceitarmos a misericórdia como par da clava da justiça.
O triste na leitura de qualquer jornal diário
É vermos estampado em seus títulos ordinários
A mesma treta de sempre na forma de noticiário.
A ideologia marxista por sua patológica natureza
Restringe a personalidade à mais execrável vileza
Corrompe e degrada toda e qualquer inteligência
Reduzindo a consciência na mais abjeta demência.
Aberta para todos foi a grande porta do Céu
Pelo sim que foi por Nossa Senhora proferido
Para a vinda do Salvador, o seu filho bendito
Anunciado e saudado pelo arcanjo Gabriel.
Enquanto os inimigos da alma humana
E suas hostes bestiais e mundanas
Serram seus dentes contra a Igreja
A tolice suicida diz: não veja!
Como se fechar os olhos feito pusilânime
Diante do terrificante óbvio ululante
Fosse nos livrar no mesmo instante
Do torturante opróbrio ultrajante
Advindo de nossa insensatez covarde
E de nossa recusa em sermos vigilantes
Conforme havia nos sido orientado
Pelo Verbo divino incarnado
Para não esperarmos ser amados
Por aqueles que O haviam odiado.
Se somos daqueles caboclos que acreditam ser uma pessoa honrada, digna do último fio de cabelo até a raspa do calcanhar, perguntemo-nos: tudo aquilo que fazemos, distante dos olhares públicos, faríamos sem corar na frende de nossos filhos? Pois é, essa é toda a dignidade que nos resta do papel honorífico que encenamos diariamente nos palcos da hipocrisia brasileira. É tanta honra que basta um inocente nos encarar de frente para nos desmascarar.
É na solidão, no silêncio interior, que nos encontramos conosco mesmo. A aversão a primeira e a repulsa pela segunda, manifesta pelo homem contemporâneo, são claros sintomas de nosso desfibramento. De nossa degeneração.
Narciso ao ver seu lindo reflexo no espelho do lago
Apaixonou-se pela sedutora imagem que agrilhoou de vez.
E querendo tocar-se, tocando-a com um lascivo afago,
Afogou-se nas plácidas águas da vaidade do seu ser.
Não digo que todo povo tem o governo (executivo e legislativo) que merece porque tal encrenca não é uma questão de mérito não. Na verdade, penso que todo o governo, dum modo geral, nada mais é que uma expressão do espírito público que anima a sociedade. Trocando por miúdos: cada povo tem o governo que pode ter, merecendo ou não a tranqueira que o (des)governa.
No twitter todas as palavras seguem
Lentas pela sua trilha e se despedem
Feito folhas secas caídas no caminho
A rolar rumo a um incerto destino.
É triste, mas essa é a mais óbvia constatação
Que deve ser em verso e bom tom declarada:
Que os defensores mais aguerridos da educação
Não gostam de estar em sala de aula e praticá-la.
Existem muitas dores que devoram a alma
Mas, de todas, provavelmente a mais dolorosa
É a dor de fome dum infante que, silenciosa,
Noite a dentro consome-nos em tristeza e revolta.
Cinquenta quatro milhões e tantos votos não autorizam um partido a descaradamente avacalhar com a cambaleante democracia brasileira.
Poder que não reconhece limite algum, que dispensa o fardo da responsabilidade, não aspira à democracia não. É poder que anseia por tirania.
Golpe sem vergonha é chamar impeachment de golpe. Um atentado contra o bom senso, um insulto contra a inteligência, um subterfúgio mequetrefe.
A canalhada sempre diz que não há evidências para enquadrá-lo, como também sempre há uma multidão de inocentes para acreditar nesse trelelê.
Diga o que quiser para quem desejar, mas não espere que todos o compreendam, aceitem ou que lhe deem atenção que você tanto almeja.
Você pode ter a opinião que quiser da mesma forma que todos têm o direito de ignorá-la, se assim desejarem. Isso é liberdade de expressão.