Danielli Rodrigues

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A joaninha

Susto no quintal
Na flor pequenininha
Pula joaninha.

Inserida por danielliokamura

Estrela da noite

Pára assustada
Noite enluarada
Brilha lá no céu.

Inserida por danielliokamura

O sol

Escurecendo
Quando o sol vai embora
Deixa saudade.

Inserida por danielliokamura

Rio

Sol refletido
De sonhos, brilhos e nuvens
Água cristalina.

Inserida por danielliokamura

Florzinha

Primavera chega
Abre linda flor do campo
Meu doce encanto.

Inserida por danielliokamura

Formiguinha

Formiguinha chora
Cai uma chuva bem forte
Leva formiguinha.

Inserida por danielliokamura

Pássaro

Pássaro encontrado
Agora canta e assovia
Na sua floresta.

Inserida por danielliokamura

Chuva

Dentre as nuvens
O sol brilha por espaço
Mas aparece a chuva.

Inserida por danielliokamura

Jasmim

Mundo no jardim
Pulou assim querubim
Dentre flores marfim.

Os ventos

Sopra um vento assim
Mexe sem tocar em mim
A flor de jasmim.

Inserida por danielliokamura

Pingo

Água pinga pingo
Pingo da água cristalina
Pingo cristalino.

Inserida por danielliokamura

Tempestade

Renascendo nuvem
Vento pra lá e pra cá
Chuva esperada.

Inserida por danielliokamura

Cotia

Corre cotia corre
Pega a cotia corre
Cotia pega.

Inserida por danielliokamura

Luz

No caminho seduz
Brilha a luz das luzes
No céu se reluz.

Inserida por danielliokamura

Patinho

Patinho anda
De repente pára aqui
Porque cai um cáqui

Inserida por danielliokamura

Cora Coralina

Minha doce Ana
humildade que encanta
das suas mãos
a doce profissão.

Transformou a doçura em palavras
e palavras em poesia
e poesia em sentimentos
e sentimentos em pessoas.

Sem se importar com gramáticas
com escolas literárias
priorizou a mensagem
para a forma virar simplicidade.

Dos becos históricos de Goiás
o cotidiano da nossa gente
canônica eternamente
doceira das palavras.

Leva o Prêmio Juca Pato
com o carinho da sua gente
Ana, Aninha
nossa doce Cora Coralina.

Inserida por danielliokamura

O trem

Pensei nisso hoje
mas bem lembro
ter pensado isso antes
bem antes
bem depois
de ver o trem
o trem passando
divagando
respirando
a ida
a vida
das nuvens
dos ares
das aves
abaixo
o trem
vem
rosnando
detonando
os ventos
queridos
deixados
achados
vem
outrem
no trem
no ruído
doído
da minha alma
a minha calma
nos olhos
fechados
o trem
vem!

Inserida por danielliokamura

Cecília Meireles

Mortes, perdas, tristezas
Uma vida de incertezas
Com o efêmero e com o eterno.

Do silêncio e da solidão a infância
O mundo fantástico dos livros
A fuga, a busca, a imaginação.

Do encontro dos dois mundos
Cria a consciência e a sensibilidade
Da real transitoriedade de toda a compreensão da vida e da humanidade.

Aprende a maturidade e a individualidade
Com muita distinção e louvor foi professora, pedagoga, jornalista e pintora
Entre línguas, literaturas, músicas, folclores e teorias de educação.

Na literatura a sua infância, suas viagens e situações circunstanciais
Eleva-se na poesia primitiva
Que poesias! Puras, belas e verdadeiras.

Pungente de lirismo transfigurador
E terno de lirismo espontâneo
Simples sonetos de complexos simbolismos
Impregnados das pessoas, dos costumes e dos idiomas.

Uma poesia atemporal
A procura pela musicalidade
Deixa o doce encanto
Do mistério do canto das poesias
A vaga existência e a razão do ser humano.

Inserida por danielliokamura

Patativa do Assaré

Dentre o cultivo de terras
surge o poeta do Ceará
de seus envolventes repentes
o maravilhoso desafio do improviso
o casamento da poesia e da música
o delicioso canto de criação de versos.

Ó ave Patativa
que beleza de canto, de poesia
de fineza, de melodia
de uma oralidade marcante
cheia de significações e sensações.

Entre a voz e a entonação
as pausas
entre o ritmo e o pigarro
a expressão
com perfeição sua ironia, veemência e hesitação.

De sonetos clássicos
à décima e a sextilha nordestina
ora linguagem culta
ora linguagem do dia a dia
emerge a poesia matuta.

Antônio Gonçalves da Silva
agricultor, improvisador
compositor, cantor
poeta popular
nossa ave brasileira.

Mario Quintana

Desde a infância
conheceu a dor e a solidão:
a perda de seus pais.

As primeiras produções literárias
no âmbito de um colégio militar
trabalhando para editoras
e na farmácia de seu pai.

Sem casamento, sem filhos
solitário
vivendo em hotéis.

Poeta das coisas simples
dono de uma bela ironia
com profundidade e perfeição técnica
apresenta poemas e frases brilhantes.

Jornalista em quase toda sua vida
tradutor de diversos clássicos de literatura universal
faz sucesso já no primeiro livro.

Das suas poesias os prêmios
as participações em antologias
e em diversos livros escolares
mas em vão tenta entrar na academia.

Saudado pelos poetas,
critica a política na academia
rapidamente os ponteiros passam
então dorme com sapatos.

Terra prometida

Lentamente gotas caem...
Caminho incerto.
Chuva???
Sofrimento.

Ó lágrimas! Lágrimas solitárias!
Deserto infinito.
Fuga!
Labirinto.

Ó sal! Sal dos mórbidos!
Lábios...
Há tempo selados.
Mortos.

Ó lágrimas salgadas!
Corpo oco.
Lugar sem vidas.
Martírio.

Ó coração seco!
Que não temes mais a seca.
Da chuva não se escuta o eco.
Alimenta-se da busca pela terra: esperança.

Inserida por danielliokamura

Vinicius de Moraes

Dá-lhe poetinha
não temendo essa vidinha
cheio de amores
sem problemas com pudores
sem arrependimentos
uma viagem de casamentos.

Sedutor da palavra
Escritor que lavra
Apreciador de lirismos
Vida sem modismos
Conquistador de sentimentos
Encantador de pensamentos.

Amante da arte
Diplomata aparte
Dramaturgo e jornalista
Compositor e poeta,
Boêmio de sonetos
Fumante de intentos.

Vivendo sob a paixão
Tudo com muita emoção
Toma uísque de flores
Aprende com as dores
Eterno em todos momentos
Efêmero nos sofrimentos.

Realiza uma doce mistura
De teatro, cinema, música e literatura
De nada afeta
Caminha entre o mistério, a paixão e a morte
Ele sim foi poeta,
Sonhou e amou na sua vida apaixonante!

Inserida por danielliokamura

À Lady Lazarus

Entre palavras a doçura do silêncio
uma escrita autêntica de fênix
das pinceladas de sangue
decorando um coração seco
dando êxtase aos pensamentos vazios
ao caminho das águas profundas e eternas de Ariel.

No auge flutua a balzaquiana
aos raios de sol de seu espelho mágico
buscando a amálgama com o luar
na triste contusão da vida
eleva-se como um anjo
aos vômitos de vermes e sapos
e se perde num amor inexistente.

Inserida por danielliokamura

João Cabral de Melo Neto

Meu caro João,
Dono do cão sem plumas
Dos retirantes surrealistas
Um belo engenheiro da poesia
Amado poeta do sertão,
Da luz balão!

Enterra os ossos com a lâmina da faca
Germina a poesia popular
Na educação pela pedra
Nada de tradicionalismos
Nada de convencionalismos
Retira o relógio da gaiola
Esquece o regimento
Come os versos, as estrofes
Lança assovios e flores
De um arquiteto da luz livre
Toma umas aspirinas
Abusa das rimas
Das vidas divinas toantes.

Do fazer poético
No catar feijão
Tecendo a manhã
Com a Morte e vida Severina
Semeando a poesia no sertão
Deixou seu coração
E a esperança do amanhã.

Inserida por danielliokamura

Bandeira

Belo, belo, belo
Surge no horizonte da estrela da manhã
E se perde na estrela da tarde
Em busca de uma alma única
Uma luta pela vida inteira.

Chega o poeta do lirismo
Da vida cotidiana
Do sentimento universal
Aquele que engoliu os sapos
Num garboso manifesto da poesia.

Ao bater da cinza das horas
Uma mágoa, uma melancolia
Um ressentimento de perseguição
A morbidez: Pneumotórax
A vida um poema-piada.

Foge de um satânico carnaval
Indo embora pra Pasárgada
Em um ritmo dissoluto
Vivendo na libertinagem das palavras
Na labuta da lira dos cinquent’anos
Um legado de brincadeiras com formas e inspiração.

Inserida por danielliokamura