Dani Leão
Na escola da vida a sabedoria se faz matéria principal como requisito para as palavras de ordens: respeito, fé e liberdade. O que faz a gente virar páginas de dores e folhear apenas amor. Diante todo o aprendizado eu quero a paz dos dias tranquilos, que abranda seu coração, que conota sua gargalhada, que não te faça ter medo, que seja sempre cumplice de nossa espontaneidade e sinceridade.
Não gosto de datas que definem dias específicos para prosperidade porque prosperar é uma missão continua e diária. Gosto desses tempos de festividades e do que esses dias reunem, como a sagrada família e os bons sentimentos, razão de nossa existência e que faz os dias ganharem amor. Que seja sempre assim e todos os dias.
Pela primeira vez as palavras não definem, nem explicam o momento. Não tenho achado graça em paixão por acharem que ela é passageira. Ultimamente o eclipse do sol ou da lua se faz cenário de contemplação por tamanha beleza. Não me refiro a beleza efêmera, porque o que transborda sentimentalismo é um tipo de presente divino que faz a sabedoria analfabetizar.Tenho vivido dias que não preciso explicar, sentir se faz mais necessário.
Namorar para mim não é um status qualquer. Namorar é uma escolha e como namorar não é um cargo chefe de minha vida eu decidi namorar porque estou confiando como nunca antes. Doa a quem doer. As pessoas hoje em dia se satisfazem com o sensacionalismo, com a dor e com o sangue. É uma verdadeira carnificina. Proferem amizades da boca pra fora. Não se importam com o romantismo que escodem em seus escudos de mentira. Porque todos em sua essência querem sentir o desejo saciado, o sentimento recíproco, o prazer de ter alguém que some em sua vaga vida. Eu tenho é dó de quem finge ser o que não é. Enquanto isso continuo sendo quem eu sou. Dane-se!
Até as flores tem espinho, nem tudo são flores e do meu jardim tenho que cuidar para poder flor-rir.
Não gosto de frases curtas. Sou virgulada de sentidos, muita afirmação e algumas reticências. Sou do ponto final mas posso ser uma interrogação, depende do contexto para conclusão. Sou dos adjetivos encastelados de lirismo, dos pronomes possessivos escolhidos a dedo, do verbo amar particularmente. Gosto do que é meu, do que chamo de meu e nesta questão a divisão matemática não fala meu português. Não gosto de passado mas adoro a palavra pretérito. Sou do presente e de presentear. Não costumo guardar o ontem porque coleciono o amanhã. Meu abraço é do futuro, meu carinho é do agora, meu cafuné não tem hora, sou das possibilidades. Mas antes de mais nada, sou coração que guarda pessoas de coração.
Tempestades as vezes são necessárias para mudar o óbvio da rotina. Mas que seque os importunos e deixe a brisa da liberdade umidificar o sorriso. A vida é curta para nos prendermos a bobagens temporais. O tempo é agora, faça sua história.
O amor jamais será uma busca. Porque seria muito clichê encontrá-lo em noites de fanfarras. E óbvio seria criar cenários para o amor estar, como no banco de praças e todas aquelas alusões. Mas é certo que ele se encontra em algum lugar, dentro de você, naquela flor, naquele olhar. Porém sentir seu cheiro, tocar e abraçar, requer reciprocidade para receber a dádiva da felicidade plena. Por ser o amor um verbo de união entre tantas outras infinitas definições. Ele é ampola de sorriso constante, leveza de viver e casa de auto-estima. O amor é confiante. Não tem dessas coisas que andam chamando por aí de depressão, tem muito de elevação e quando você menos espera te faz flutuar com os pés no chão. É bem daquele jeito que ouvimos falar: "foi de repente". Engraçado... Eu sempre quis uma supresa de amor. Singelo o meu pedido quando percebo que amar é surpeender-se todos os dias, é uma descoberta diária. Para receber o amor eu limpei minha casa, decorei com os melhores sentimentos e priorizei os adereços de felicidade porque o amor tem que ser bem recebido para se fazer valer. Não ouvi nenhuma história de amor que nasceu na tristeza. Faça uma faxina! O amor não é uma jóia com garantia, não é investimento material, não é tarja preta. O amor é sempre a bandeira branca, o vento no rosto, mãos dadas pro futuro. O amor não é carnaval, não tem máscaras, não é uma data comemorativa. O amor é simples e exigente. O amor não tem preço. Pra se fazer morada ele necessita apenas de leveza. O amor é troféu de quem sabe ser feliz.
Eis que o mistério encontrou braços de aconchego. Que os pés encontraram o atalho para o caminho certo das tuas pegadas e os traços de suas mãos. A partida agora é figurinha descartada porque me sinto feliz sendo mantida numa direção que ao mesmo tempo me desnorteia no tempo. Não voltava atrás. Mas agora vou lá atrás quase todos os dias relembrar do começo e como é doce recomeçar. Não tem mais jogos, porque jogamos no mesmo time. Chegou meu regimento de leis. Por me manter sempre aquecida, por me fazer sorrir em demasia, por me beijar a anatomia não exata da ciência. Com você meu corpo fala e dá seminário cardíaco porque falamos a mesma língua.
Todo engocêntrico parece animador de platéia. Nesse carnaval pode se fantasiar de Russo no cassino do Chacrinha.
O amor poderia ser moeda de leveza por ser a simbologia da liberdade. Ser livre é poder proferir felicidade por estar bem consigo mesmo. Estar bem consigo é não ter que esconder sentimentos, não ter que olhar o passado. Porque amar é renovar os dias com planos e sorrisos, não lamentar. O amor é um investimento que lucra poeticamente. É preciso de muita sensibilidade no bolso esquerdo da camisa para ser um milionário. O amor tem o quê de ridículo. Às vezes como moeda de cara ou coroa, ele alterna entre amor e orgulho. Mas tem que ter muita cara para poder coroar-se o orgulhoso e ter muitos motivos para não servir de troco. Para amar não é preciso do poder para controlar seu valor, nem vestir as armaduras, nem que sua imagem seja ladeada, muito menos de dísticos. O amor pode ser troca, menos compra. É preciso amar sem escudos, é preciso somar, é preciso partilhar de si mesmo.
Ter certeza do que se quer é não deixar rastros de pegadas em falso. Quando se anda firme e confiante nada mais abala. O certo e o justo estão sempre em frente, não volta ao passado por um deslize qualquer.
Da terça-feira gorda, uma quarta-feira de cinzas. Que contradição iniciar a Quaresma após dias de profanação.