A essência de toda a vida espiritual é a emoção que existe dentro de você, é a sua atitude para com os outros.
As pessoas me perguntam qual é a minha religião. Eu lhes digo: a minha religião é o bem.
Parece complicado, porém é simples: Não há nada que não seja reflexo, consequência ou dependência daquilo que, querendo ou não, você fez ou deixou de fazer, sentiu ou não sentiu, esqueceu ou não conseguiu esquecer, mastigou ou não mastigou, imitou ou criou.
A felicidade não é algo pronto. Ela vem de seus próprios atos.
Os três vícios físicos são matar, roubar e ter comportamentos sexuais impróprios. Os quatro vícios verbais são a mentira, a tendência para a discórdia, as palavras cruéis e o discurso incoerente. Os três vícios do espírito são a cobiça, as más intensões e os juízos equivocados.
Para mim, a capacidade de sorrir é uma das mais belas características do ser humano. É algo que nenhum animal é capaz de fazer. Cães, baleias ou golfinhos, seres muito inteligentes e dotados de notória afinidade com os homens, não conseguem sorrir como nós. Pessoalmente, sempre fico um pouco curioso quando sorrio para alguém e a pessoa permanece séria e impassível. Por outro lado, meu coração se alegra quando me retribuem o sorriso. Mesmo quando se trata de alguém com quem nada tenho a ver, se a pessoa sorri para mim, aquilo me enternece. Por que? A resposta é que um sorriso sincero toca algo de fundamental em nós: o apreço natural pela bondade.
O que eu entendo por amor aparece no reconhecimento claro da existência da outra pessoa, e num autêntico respeito pelo bem estar e pelo direito dos outros. O caminho mais razoável para amar os outros está no reconhecimento do simples fato de que cada ser vivo tem o mesmo direito e o mesmo desejo de alcançar a felicidade e de não sofrer.
Devemos investigar e aceitar o resultados. Se não resistem a estes testes, até as palavras de Buda devem ser rejeitadas.
A única forma de desenvolvimento é um esforço constante através da meditação. É claro que, no início, isso não é fácil. Encontram-se dificuldades inesperadas, às vezes há perda de entusiasmo. Ou talvez o entusiasmo inicial seja excessivo e diminua progressivamente com o passar das semanas ou meses. É preciso elaborar uma abordagem persistente, constante, baseada em um compromisso de longo prazo.
Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes essa preguiça se esconde sob a aparência de atividade: corremos de um lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas. No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais toscos e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós.
O exílio, de alguma forma, serviu-me de ajuda. Quando, em determinado momento de nossas vidas, passamos por uma tragédia de verdade – o que pode acontecer com todos nós – podemos reagir de duas maneiras diferentes. Evidentemente, uma delas é perdermos as esperanças ou nos entregarmos ao álcool, às drogas ou a uma tristeza interminável. A outra alternativa é o despertar de nós mesmos, é descobrir uma energia que estava escondida e passar a agir com mais lucidez e mais força.
O que mais nos incomoda é ver nossos sonhos frustrados. Mas permanecer no desânimo não ajuda em nada para a concretização desses sonhos. Se ficarmos assim, nem vamos em busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humor! Este estado de confusão propício ao crescimento da ira, é muito perigoso. Temos de nos esforçar e não permitir que a nossa serenidade seja perturbada.
O perigo constante é abrir a porta para a ganância, um de nossos inimigos mais incansáveis. É aí que se deve pôr em prática o verdadeiro trabalho da mente.
Quando a sua ajuda aos semelhantes é fruto de motivação e preocupação sinceras, isso lhe traz sorte, amigos, alegrias e sucesso. Se você desrespeita os direitos dos outros e descuida-se do bem-estar alheio, acabará imensamente solitário.