Cristina Pinheiro Moita
Quando acordas em arrebol
Ninguém te rouba a lindeza,
É com esse teu lindo sol
Que mostras a tua riqueza.
Tenho em ti sempre um amigo,
Grato olhar na imensidão,
Neste mundo tão ambíguo
Onde a amizade é uma questão.
Ganha bem melhor no baralho,
Quem inventa o seu ser,
Só que a vida é um agasalho
Sem a consciência a doer.
Quando escrevo é a brincar
Não levo nada disto a sério,
Qualquer dia vou embarcar
Num poema de cemitério.
Tenho saudades desse tempo
Daquele em que tudo se podia,
O sonho era um catavento
Feito com a nossa poesia.
São todos os lábios molhados
Corados presságios de Deus,
Pelos desejos unidos
Onde as bocas cruzam os céus
Estar só,
não é solidão,
No máximo é silêncio
Para quem gosta de se afastar
Perdido nos sonhos
Dos sabores
Das músicas
E dos lugares.
Porque o amor não tem ferros
E, a Saudade desce a calçada
Descalça pra comprar o pão
Amassado pelo Diabo
Que a empurrou para o chão.
A vida é uma intensidade tão grande de pensamentos, onde nos esquecemos muitas vezes do principal. Que é viver.
Por mais que tentem, nunca nos vão roubar a direção dos nossos pensamentos, eles têm o sentido do nosso sentir.
Abrace com os braços, abrace com o coração, abrace com o olhar, se não puder abraçar, abrace até onde conseguir alcançar.
Deixa que os outros te pensem, enquanto os estás a pensar, porque o melhor pensamento é feito pelo teu olhar.
Fala o Outono para uma folha do Verão
- assim como és folha de verão, um dia vais estar aqui junto de mim, caída pelo chão. Aproveita bem cada estação.
O melhor do mundo
Está nas coisas mais puras e simples,
Como as crianças.
Sorrir, brincar de esconde, esconde
Abstrair de tudo,
Por onde os heróis até usam chucha
E as espadas,
São sempre balões, abraços e gargalhadas.
Emoldurada pelo tempo
A folha caduca
Dos trabalhos da escola
Ficou seca,
Presa às memórias dos dedos enrugados pela cola.