Crislambrecht
Liberdade para se movimentar
Liberdade de movimento
Ir para onde quiser
Conseguir chegar onde se quer
Liberdade para lutar
Lutar para ser livre
Como um pássaro
Como um micróbio
Nas veias cinzas, negras
Nossas vias
Nossas vidas
Nestas vias
Nesta vida
Esta vida
Vida livre
Para viver
Para ser
Para ser o que se quer ser
Para ir aonde quiser estar
Para estar como sempre quis estar
Estando sempre em movimento
Novos horizontes
A cada dia
Um novo objetivo
Futuro completamente incerto
Vivendo como se não houvesse amanhã
Sem saber se darão certos
Os planos incertos, na sorte
Meu guia
Meu impulso
Desde Anamari
Até deus em si
Novas perguntas encobrem
Velhas questões sem importância.
Deitado sob a noite
Sobre o rio incansável
Um cruzeiro na mão direita
Na esquerda o escorpião
Sento-me e olho em volta
Ouço o barulho da água
Presto atenção
É sempre mais do que parece
A lua cheia ilumina
O par de olhos na outra margem
Como pedras preciosas
Olham para mim
Logo à frente
Bebendo água
Ohando para mim
E eu olhando para ela
Olho para o céu sem esperar
Fico olhando sem duvidar
Se o disco vier, será um segredo?
Se eu contar, quem irá acreditar?
Tantas coisas que acontecem
Que eu sempre fiz sozinho
Que ninguém acreditava
E para poucos eu contei
Tanta coisa vi acontecendo
Naturalmente normal em tal momento
E eu nunca disse para ninguém
E nem me importo em contar
Se o disco vier
E me levar pra um rolé
Vou descer bem diferente
Sendo aquilo que se é...
...que for
Serpente
Você mente?
Você amedronta
Traz a precaução
E a covardia
Ou a coragem...
A coragem
Movida pelo medo.
Você é fria
Seca
É o que é
O que nem sei
O que é
É superior
Isto ao menos
Demonstra.
É quem traz
A maior proximidade
A harmonia
Faz com que o homem
Sinta sua energia
Que magnífica é
Você que domina
O ser humano.
Lembranças
Longíncuas lembranças
Me abraçam
O som que ouvia
Ouço novamente
Imagens vem à tona
Em torno
O cheiro
O pensar
Do jeito que era
Pequenino e inoscente
Vejo-o
Estamos frente à frente
Estou ali dentro
E também dentro de mim
A temperatura
A textura
O ambiente num todo
Tudo volta de repente
Me vejo
Como era
Lembranças, saudades
Longíncuas
Distantes
Numa distancia
Que sempre aumenta
Nunca poderei mais
Aproximar-me
E vejo-me adiante
Olhando para mim
Vejo meus olhos
Que viram muito mais
Um sorriso
Eu sinto saudades
Até do que ainda virá
Lembro-me de que farei
O tempo não perdoa
Não cobra
Ele não está ao nosso alcance
Como uma núvem
Um arco-íris
Ele não passa
Nós passamos
Mesmo parados
E tudo se acaba
Se finda
Se funde
E jamais se repete
É sempre a última chance
A única
Cada gota é diferente
Neste rio gelado
Desde a nascente
Até onde nos perdemos
Onde nos tornamos
Um único
Mar
Amo a terra
Vivo nela
Amo meus pés
Que por ela me levam
Amo as águas
Que sobre ela correm
E dela me lavam
Amo a morte
Que à ela me levará
Amo a vida
Que levo e que me leva
Me eleva levemente
Sobre a terra
Ando
Deito e durmo
Sob o sol
E sob a terra
Dormirei eternamente
Tornando-me terra
Serei ela
Nave terra
Serei dela
E ela seremos nós
Subiremos no sereno
Vagaremos pelos céus
Pelas matas e montanhas
Cidades e estradas
Deitaremos sobre o mar
Sobre rios e lagoas
Devagar chegaremos à borda
E continuarei
Continuaremos
Depois do fim
Depois de nós
Eu e a terra
Eu-terra
O que sou
O que sempre fui.
...estava olhando de um jeito estranho para o céu
não deixava de olhar para trás
...em uma noite em que nada se via
...tantos trechos percorri entre trincheiras infestadas de ratos e abutres comendo cadáveres inchados
...olhava para traz, olhava para o céu
...apenas se sentia castigado pela forte chuva e os ventos frios
...tantas pessoas que morreram olhando para os meus olhos depois de eu te-las matado
...com a boca bem aberta sob o par de olhos queimados
...um raio iluminava tudo ao seu redor durante alguns segundos depois de sua queda
...a cegueira fez-me um inferno onde passarei o resto da vida presenciando mortes
...e eu me perguntava; por que teria eu feito naquela noite aquele trecho?
...uma repentina luz fez-me ver um espaço durante mais tempo
...e deste inferno eu venho aqui para falar com você
...e eu vi aquela figura assustadora logo à frente
...como um fantasma percorri neste espaço por um tempo inexistente
...deste inferno frio de completa escuridão e sofrimentos
...estou acompanhado por uma criatura que desconheço
...logo tornei a encarar o tempo como é
...onde você está é aonde você quer estar
...
Estou bem sem
Estaria bem com
Estaria melhor com
Tanto quanto sem
Tanto faz
Depende
Não sei
Ao certo
É o que sei
Vai saber..
Chega uma hora em que se cansa
Enjoa
Enche o saco
Não se quer mais saber
Aquela velha insistência
Uma ilusão que não vai em bora
Apenas afasta
Repele
E de repente se está mais só
Cada vez menos
Como pode?
Por que não há um porto?
Ou há?
Um pequeno detalhe
Aos poucos se torna o que se é
"POR QUE?!"
Amanhã tudo estará normalmente
Dormente
E cada vez mais distante
Se antes estava só
Agora é menos
Como pode
ser menos que um?
E ainda assim
estar dividido?
01 de Dezembro de 2013...
Olá, queria dizer que já faz um tempo que perdi aquela velha obsessão de escrever compulsivamente, de encher linhas e páginas com meus pensamentos e minhas perturbações interiores, meus poemas, meus contos, meus quadrinhos. Só toquei neste lápis para escrever esta carta. Hoje em dia estou trabalhando com mais seriedade e tendo uma rotina equilibrada, fazendo um curso duas vezes por semana, praticando esportes esportivamente. Deixei de lado os livros que deixavam minha cabeça inspirad.. inquieta e passei a assistir televisão, é legal, principalmente pra me ceg.. acalmar, pois fico sem pensar em nada. Minha vida social melhorou, estou me adaptando aos circ... círculos sociais de diversos tipos de pessoas.
Acho que era realmente uma elevaç.. ilusão ficar vivendo sossegado, bem, porém, com pouco dinheiro. Eu esperava poder continuar aquela ótim.. vida solitária cada vez desenvolvendo mais meu talen.. modo prejudicial de viver. Agora que estou ganhando mais dinheiro, posso comprar coisas fút.. e idiot.. que me deixam feliz e realizado. Pois, o que era estar feliz e realizado antes? O que eu queria da minha vida?
Era estar em contato direto com a natureza
Observar a noite
As estrelas cintilantes
mostrando seu brilho
apesar de distantes
A lua refletindo sua energia
interferindo em quem sentia
sua presença como companhia
Os barulhos do mato
no escuro teatro
um infinito ato
O cheiro das plantas
pelo orvalho regadas
por mim apreciadas
Sentir logo cedo
O gosto do fruto
Escolhido a dedo
Perceber o frio se afastar
a luz como um trem a chegar
e o sol enfim a brilhar
O som do pássaros
cantando nos galhos
inspirando meus passos
Doce de leite
pão caseiro
meu doce deleite
Chá de hortelã
olho pela janela
minha mente sã
Pego meu violão
sento na varanda
toco um nova canção
Com meu caderno
bem longe de todos
de tudo que é moderno
em meu carma eterno.
...................................................
1 de Dezembro de 2013
Olá, só queria dizer que estou me mudando, vou morar em algum lugar onde meus sonhos estão me esperando, lá não tem quase ninguém, talvez não encontre alguém. Vou para onde eu estarei feliz, pois minha vida até agora não tinha mais tanto sentido, mas daqui para frente não quero mais me esquecer, daquilo que me faz feliz pra valer, um abraço..
O sol está aí
Nalgum lugar
Talvez procure alguém
Sob as núvens
O temer
O tremor
O fugitivo não pode ser visto em fuga
Como ele retornaria se fosse?
O sol não sai, mal sabe
O só não sabe, mas sai antes do alvorecer
Amor
tecido
Uma busca simples
Entre os arrebóis
Uma necessidade
Antes do crepúsculo
Crescem os
medos
E a estrada
Sempre teve
Dois lados
Sua imagem surgiu como uma planta
Aos poucos tomando forma
Brotava em mim novos ramos
Ramificávamos juntos todo o tempo
Infinitamente bela sempre foste
Nas noites que deixei-te só
Abrigaste-me
Iria manter esta ilusão para sempre
Sem pensar que poderia estar equivocado
Agora temo que você há de prejudicar-me
Busquei novamente seu passado
Encontrei razões que desejo não considerar
Lhe peço para que possamos conversar
Ainda há tempo para mudanças
Voltaram minhas antigas paranoias
Isso pode ter sido uma recaída
Enquanto ausências me consomem
Instintos orientam meus passos no escuro
Rasgo a velha sombra de tua presença
Aguardando a luz dos teus olhos negros.
Os dias se passam
um após o outro
e parece que não estou aqui
apesar de aparentemente estar
há um ano
Desde que voltei
jamais me encontrei
embora saiba
onde posso estar
Oh!
grande insignificância do existir
por que? por que!?
por que será que não consigo
mostrar quem sou?
Onde vou chegar ficando aqui parado?
onde ficarei se à andar voltarei?
sei que é e que não é
e que minha força aqui não se faz
Há problema
não há
tanto faz..
Entretanto
não deveria
embora
seja.
Sem saber, sabendo
procuro nada buscar
sabendo que posso encontrar
sabendo que posso muito mais
Tanto quanto
Entretanto
tampouco
muito mesmo
Enfim
a mudança é a frequência
apesar de pouco
muda
mas porquanto
porquanto
pornunca
nada tanto assim..
Jogou para o alto o que vestia
Sentindo cada gota como açoite
Acertando com paixão a quem corria
Não sabia se a chuva ou a noite
Era quem o amava naquele dia
Então a vontade vai e vem
Sabe-se lá pra onde e de onde
pouco importa
O conforto me desconforta
O fácil me afronta
A tentação da monotonia segura
Esquecer o belo
O que se busca como um caçador
O que faria a vida valer realmente a pena
A pena de viver sendo tomado de assalto
Por fantasmas de todos os lugares
Lugares, lugares
Fantasmas, fantasmas..
Abismo;
Enquanto não tenho coragem de pular
Fico a observar sobre nós a tempestade
Abismo;
Talvez depois de muito chover
Estejas cheio, tão cheio
Que passarei por você a nado
Abismo;
Ou talvez irei esperar, na beira do abismo
Mas
Até quando?
Abismo;
Não posso fitá-lo a fundo
Há um sorriso de amor nas profundezas
Um abraço acolhedor e suicida
Abismo;
Transpô-lo hei
Não ficarei no fundo
Por isso permaneço aqui
Na beira do abismo
Esperando
Abismo, abismo..
Alguns barulhos de vez em quando
Alguns barulhos estranhos
Alguns pensamentos perdidos
Alguma vontade nenhuma
A cela para os fantasmas
Explode na minha frente
E o fogo me ilumina
Debaixo do negro véu, de estrelas
Entre quatro paredes
Num canto da caixa
cercado de virtudes
Virtudes penduradas na parede
Eu eu parado na parede
Desde o choque contra o muro
Quando o mundo
Girava rápido demais
Eu ficava tonto e quase caía
E a meu ver, também sentia
Às vezes assustado
Com a voz do minuano
Às vezes sem recordar
Que o mundo ainda é insano
Somos todos iguais
De faces pintadas
Com roupas coloridas
Tão desiguais
Mas a vontade reside em nós
Ela manda
Ela emana
E a sós obedecemos
E eles, quem pensam que são?
Eles não me importam tanto
São aqueles que eu quero bem
É que me fazem perder o sono
Em quem acredito
E quem acreditou em mim
Apesar da tola palavra
Acreditando se começa
Nosso gloriosa nave terra
É o mundo, e o único mundo
É onde está tudo que é sagrado
Aqui estão você e seus sonhos
É aqui na terra
Onde você vai ficar..
Lua lunática
Lunáticas ideias
Ideias lúcidas
Lucidez onírica
Onironauta perdido
Perdição real
Realidade cruel
Crueldade comum
Como um mundo normal
Passageiro cansado
Com sativas passagens
Passos confusos
Confusão passageira
Passageiro confuso
Confunde os passos
Passos ligeiros
Ligeiras passadas
Passa o tempo
O tempo não pára
Poderes onipotentes
Potência elevada
Elevação acentuada
Ascensão vertical
Vértice das vertigens
Tontura
Enjoo
Infinita busca
Riscos infinitos
Paz
Foi-se aqueles dias
Irão-se estes
A paz de hoje
Já acabou
A vida é injusta
Para quem não vê
Os dragões como são
Como não são
Tive um sonho
Deveras assustador
Vi um psicopata
Um doente
Foi assustador
Ele nada sentia
Ou de todos os sentimentos
Cada um possuía
Sorrindo em pleno desastre
Enfurecido na alegre festa
Foi assustador
Vê-lo passear
Entre a paz e o caos
Num piscar de olhos
Foi assustador
Tive um sonho
Deveras autêntico
Medonho
Vi a mim mesmo
Irradiação fóssil
Viagem astral..
Despertar uma ideia
Chamar a inspiração
Ela vem
Mesmo não conseguindo encontrá-la
Ela vem
Mas para isso
Deve se estar
Disponível
Hei de libertar-me novamente?
Definitivamente?
Eu e a mente
Que mente discaradamente
Desde que a alimente
Oh, tempo cruel
Que esmaga-me contra mim mesmo
Contra qualquer tudo e todo inclusive o nada
Oh, àlcool, à algo ali
Como em tantas outras
Substancias perigosas diversas
Sentimentos alimentados um a um
Ao mesmo tempo
A cada canção
A cada nova vontade
Desejo de amar e de andar
Solidão, que nada
Não é nada
Estar só
Ao menos
Não deveria ser
Bebi para dormir
Mas o velho romantico acordou
E ao som de Cazuza
Escreve loucamente
Desesperadamente
À mente
Que mente
Voz
Voraz
Veríss...
Vírus
Fungos
Proteínas
Vuelvo
Vuelta
Vulto
Volta
A falta
A fala
Afaga
Afoga
Agora
E sempre
Serpente
Ser ponte
Sr. Pontes
Pontas
Plantas
Pontas
Fantasmas
Fantasmas..
Não sei se eu devo
Dinheiro
Falar
Tentar
Fazer
Não sei se eu posso
Falar
Tentar
Fazer
Voar
Não sei se eu quero
Tentar
Fazer
Voar
Novamente
Não sei se eu consigo
Fazer
Voar
Novamente
Alto..
Sentado à mesa
Desejando um café
Mas sem poder ficar em pé
Escrevia com firmeza
Cigarros nos cemitérios
Cheiro de fumaça
Meio copo de cachaça
Sabe que não é levado à sério
Quarto pequeno e escuro
Bairro frio e nojento
Baratas sobre meu alimento
Trancado sem forças no muro
Melhores momentos da vida
Julga então ele ter
Enquanto pode escrever
Dos seus pensamentos não terá
Saída..