Clóvis Rosa
A presença do filho com Down poderá causar desconforto familiar; a ausência dele certamente causará tristeza.
A pessoa com Down espraia um sincero ar de felicidade, que faz flutuar maravilhoso clima de amizade e vida à sua volta.
O sorriso de qualquer criança nos traz felicidade; o sorriso de uma criança com Down eterniza a felicidade.
Quem tem uma pessoa com Down na família sabe que ela nos obriga a ser melhores; para nós isso é razão suficiente para não desejarmos trocar esta vida por nenhuma outra.
Toda pessoa de sucesso sofreu, antes, derrotas, e venceu; mas isso não é fácil, quando se sabe que é necessário vencer a preguiça.
A natureza coloca à nossa disposição as oportunidades para que alcancemos sucesso na vida, mas para alcançá-lo precisamos vencer todos os obstáculos diários que se nos apresentam, e isso não é fácil, por ser, antes, indispensável derrotar a tendência humana de permanecer na inércia, resistir à mudança, ceder ao desânimo, ao ócio, negligência, apatia e em especial encontrar forças para deixar a zona de conforto e ir de encontro a uma situação desconhecida, aprender que o erro é uma forma de saber como acertar na tentativa seguinte, e que a derrota é parte do caminho para a vitória.
Um fato, para que fique gravado na memória, não basta apenas ser relevante, precisa também ser único, marcante como uma cicatriz.
Toda manhã, quando a pessoa acorda, é porque recebeu uma nova chance para mudar, e toda mudança influencia o mundo que a rodeia.
Se a nota for indispensável para o aluno aprender, não haverá aprendizado. É preciso persuadir e não impor, ao aprendiz, coerção pela nota.
"Para se chegar ao topo é necessário enfrentar os desafios da subida"
Antes, entretanto, é preciso escolher o topo e preparar-se, mas para isso é fundamental vontade e autodisciplina.
Mesmo assim, se não atingir o topo, você não terá fracassado, apenas desistiu.
O destino existe. Difícil porém é encontrá-lo, pois exige vencer a vontade natural de se permanecer onde se está.
Quem engatinha vai para frente, mas a criança com Down não desiste de andar, pois percebe que é melhor.
A UMA MÃE QUE PERDEU UM AMADO FILHO
Querida mãe: não haverá conforto, pois nenhuma mãe quer deixar de sentir a dor imensa que é a perda de um filho amado, a dor é a paga e o resultado desse grande amor.
Deus não ameniza dores, mas dá ombros largos e fortes para poder suportá-las.
O que vai acontecer daqui para frente?
A tristeza, por tempo que sempre parecerá insuficiente para amenizar a dor, será a sua principal companheira, irá provocar muitas lágrimas, saudosas lágrimas.
Mas, veja, com o passar dos tempos essa tristeza não será continua, porém atacará, vez ou outra, e a dor será a mesma do primeiro dia sem o filho querido, assim como também as lágrimas voltarão a brotar - essa será a paga por continuar amando demais e não permitindo que o espaço que ele ocupou em seu coração, seja de outra forma ocupado.
Então, que fazer? Nada.
Dar vazão à tristeza, chorar, mas viver, olhar ao redor e ver outros entes queridos juntos a você, que estarão trocando momentos, olhares, abraços, palavras, sim, de tristeza-irmã, mas também de mesmas e alegres recordações... e de lágrimas pelo mesmo motivo: o amor.
O vazio não será preenchido (você não permitirá que isso aconteça, é o espaço dele, somente), mas esse vazio será um calmo lago, repleto de límpida água, que são o cultivo das melhores lembranças de seu filho, e isto finalmente irá acalmá-la, pois só os melhores momentos para amenizarem a dor de uma ausência, que se mostrará suave, entretanto, sempre presente, e a paz que você precisa, será encontrada em repouso nos seus sentimentos que formam o lago particular de suas belas lembranças.
Assim, viver é a melhor homenagem que fazemos àquele que adoramos e nos deixou fisicamente, no entanto, continua vivendo em nós.